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Nada é por acaso

Atualizado dia 12/23/2006 10:35:59 PM em Autoconhecimento
por Sandra Rodrigues Garcia


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Estava arrumando minhas gavetas quando despencou de uma delas um maço de cartas do Tarot. Apenas uma havia caído virada para cima, o que não me passou despercebido. Era justamente a carta do Mago, o guia, o deus Hermes, enfim, nada mais nada menos que um convite à reflexão. Fiquei olhando para aquela carta como se estivesse diante de um velho e encantador amigo. E ele despontava delicadamente dentro de mim nesse momento em que caíra aos meus pés sua imagem numa carta do Tarot.

Gosto de jogar de vez em quando, mas não considero o oráculo uma prática de vida a ser seguida literalmente. Observo seu significado simbólico e procuro me orientar por meio dele. Nesse momento, alguma coisa estava bem diante de mim, me chamando para dentro, para o interior, enfim, para ouvir a mensagem de um guia bem no fundo de meu ser. Afinal, o que ele tem a ver comigo e, em geral, com cada pessoa?

Creio que todos nós trazemos o Mago bem alojado num dos compartimentos especiais de nosso mundo interior, alguns relegando-o ao ostracismo, outros, dando-lhe espaço e liberdade para atuar em sua vida como desejar. Não me coloco em nenhum desses casos, mas mantenho contato com ele de um modo bem peculiar. Por exemplo, nesse momento em que ele surgiu do nada, praticamente, pois minha intenção era a de arrumar minhas gavetas, não estava procurando por ele nem por qualquer outro naipe do Tarot, apenas tentava pôr ordem nas minhas coisas.

Pensando bem, sua presença fez bastante sentido. O simbolismo dessa interessante personagem conduz nossos pensamentos pelos recantos da vida interior e nos reverte à busca de espaço e realização no mundo real, pois vivemos dentro e fora simultaneamente e buscamos o equilíbrio para construir assim o caminho que pertence exclusivamente a cada um de nós. O Mago está dentro mas aponta para fora.

É importante compreender essa presença sábia que remete a um e a outro mundos, ainda que o interessado se perca momentaneamente entre passagens mais ou menos difíceis de dentro ou de fora. Isso ocorre quando vivemos um momento de mudanças, abandonando velhos hábitos para nos dedicarmos ao novo: no meu caso, à psicologia e ao estudo da alma. Gosto disso, gosto de me referir a ela com o nome que lhe cabe desde que a psicologia surgiu na Grécia antiga com esse significado.

Bem, esse era o momento de arrumar gavetas, esvaziá-las de conteúdos dispensáveis, mesmo inúteis, e abrir espaço para o novo. E não por acaso, caiu bem diante de mim a imagem de Hermes, o mensageiro que nos coloca em contato com valores que promovem o crescimento interior e conseqüentemente na vida real. Gostei do encontro e entendo que sua presença é vital sempre que precisamos de uma orientação sábia. Hermes, o Mago do Tarot, está presente nos momentos cruciais, quando fazemos escolhas significativas.

Muitas vezes precisamos sacrificar velhas concepções, idéias ultrapassadas, estilo de vida ao qual não nos sentimos mais adequados, embora possam até ter sido bons anteriormente. O deus traz notícias do lado de lá, bem no fundo de nós mesmos, algumas vezes com a agudeza de um estalo, outras, por meio de sentimentos, impressões, angústias que nos levam a experimentar o vazio, a carência de sentido com relação à vida e ao destino que estamos construindo de maneira mais ou menos consciente. É ele que nos toca de leve ou bruscamente. É o Mago, o guia interior, Hermes. Podemos recebê-lo bem e ouvi-lo com atenção, seguir suas orientações e promover mudanças que possam ampliar nossa visão e compreensão do mundo, de tal forma que a vida vai adquirindo outros contornos, tornando-se repleta de emoções agradáveis, sentimentos aconchegantes, fluindo com tal harmonia que já não nos perguntamos tanto se isso tem algum sentido.

Ele está contido na bem-aventurança e no empenho com que nos entregamos à vida sem questionamentos banais. Mas quando enfrentamos o Mago e iniciamos uma disputa racional com ele, quando incorporamos o nosso lado Medusa e racionalizamos sentimentos, emoções, energia anímica da melhor qualidade para não mudar nada, atolando nossas gavetas, dentro e fora, com objetos dispensáveis, de tal forma que não sobra espaço para o novo, aí, sim, estamos "fritos". O silêncio de Hermes pesa e esvazia de significados nosso mundo interior, empobrecendo a experiência real da vida. Ficamos meio paralisados — digo “meio” porque ninguém perde totalmente o contato com ele, ainda que tente com raciocínios tolos.

Hermes é um impulso profundo que nos move a mudanças necessárias, guiando a alma em busca da plena realização. Mesmo quando não queremos segui-lo, quando o relegamos ao silêncio, ele continua presente, em algum lugar de nosso ser, aguardando a sua hora. Talvez despenque de alguma gaveta, onde por algum motivo remexemos velharias. Nesse momento sagrado, o melhor que podemos fazer é receber muito bem sua visita, que não ocorre por mero acaso.

Sandra Rodrigues Garcia
Psicoterapeuta
Atende em São Paulo, com hora marcada.
3661-5785.
20/12/2006

Texto revisado por Cris

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