Nosso lado sombra, a bruxa interior
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Autor Sonia Maria Milano
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/6/2006 4:56:54 PM
Todo ser humano possui seu lado sombra, aquele que contém nossos defeitos, vícios e maus costumes. Sempre tentamos escondê-lo, principalmente quando nos convém. É o nosso lado mais sombrio, e que vem à tona quando menos queremos que isso aconteça. É o nosso falso “eu” que nos transmite sempre um poder falso – na mulher, chamamos isso de nossa “bruxa interior”.
A “bruxa” é algo que criamos para camuflar nossos medos, pois não temos confiança nas nossas qualidades, dons e potencialidades. Ela é a defesa contra nossas inseguranças. Chamamos por ela quando nos sentimos impotentes, quando queremos manipular e controlar para conseguir o que desejamos dos outros. Ela ajuda a disfarçar nossos medos quando precisamos de atenção e reconhecimento. Aí, ela se torna eficaz e poderosa, mas ela é algo falso, e usando-a ficamos presas nos nossos “eus”.
Quando nos sentimos dispostas a adentrar nossa floresta escura da inconsciência, deparamo-nos com o nosso feminino negativo. Normalmente, temos medo de penetrar essa floresta ameaçadora, escura e misteriosa, mas, enquanto não fizermos isso, o poder da bruxa continuará incontestado.
Existe uma variedade enorme de facetas dessa bruxa dentro de nós, habitando a “floresta escura do nosso inconsciente”. Podemos dar muitos nomes para elas:
A vítima, a mártir abnegada.
É aquela que tem orgulho em dar-se para os outros. Nega a si mesmo em favor do marido, dos filhos, e dos amigos. Ela se “sacrifica” para ver os outros bem. Está sempre ocupada e nunca tem tempo para ela. Faz questão de que os outros a vejam sempre ocupada. É uma maneira de fazer com que os outros a amem e sejam gratos.
Por trás do sofrimento está escondida a crença de que ela não merece amor e carinho. Para não ser rejeitada, controla e manipula, e exerce, assim, seu poder.
A dócil invisível.
Luta para se tornar invisível. É reservada, calada e doce, concorda com tudo. Abre mão de sua criatividade e maneira de pensar para não perder a aprovação e aceitação dos outros.
Por trás dessa atitude se esconde uma raiva imensa. É aquela que, quando criança, foi ensinada a ser boazinha e a não expressar seus sentimentos.
A toda poderosa
Não gosta de ser questionada. Seus padrões de certo e errado são rígidos. Sua presença faz os outros se sentirem medrosos, acovardados e pequenos. Nunca reconhece seus erros, quando erra faz de tudo para ocultar e se justificar, pois não pode arriscar sua infalibilidade.
Por trás desta atitude mora um orgulho incomensurável. Geralmente mostra grande aversão pelo seu companheiro e adora diminuí-lo, deixá-lo inerte, conseguindo, com isso, sentir-se poderosa.
A boca-dura
Reage a qualquer provocação. É aquela que não leva desaforo para casa. Grita, discute, xinga e diz palavrões. Seu verbo é pesado, gritante e irritadiço. São mulheres que não aprenderam a lidar com os problemas à medida que surgiam, esquivavam-se e, agora sua raiva reprimida rompe a barreira e a energia do vulcão aparece. Por isso são irônicas, azedas e destilam uma crítica mordaz a todo o momento.
A sereia provocadora
Seu único objetivo é conquistar os homens, não por amor, mas pelo desejo de adquirir poder. Ela usa todo seu charme feminino para atrair os homens, chamar a atenção deles para garantir sua própria sexualidade e, assim, sentir-se importante aos olhos das outras mulheres... Ela dá seu corpo, mas segura seu “eu” interior, tem medo da intimidade verdadeira, só lhe atrai a conquista e a competição com as outras mulheres.
No fundo, existe escondido um sentimento de desforra, ocasionado por traumas em relação aos homens no passado.
A realizadora competente
É a mulher que se identifica com o aspecto de poder do masculino. É uma grande realizadora, e competente em qualquer área. Julga-se tão boa ou melhor que qualquer homem. Normalmente são mulheres que tiveram pais irresponsáveis ou ausentes emocionalmente.
Elas possuem uma enorme couraça mas, se alguém encontrar a maneira de furar este bloqueio e chegar até ela, poderá conseguir que ela lide com as questões emocionais, que são muito difíceis para ela.
A caça dotes
Títulos, sobrenomes importantes, cartões de créditos, é uma mulher voltada para o que pode conseguir. Dinheiro, status, são as coisas que ela mais quer.
Seu lema é sempre “o que eu posso ganhar com isso?”, ou “qual a vantagem que vou ter?”. São mulheres que não sabem o que é o verdadeiro amor, que estabelecem os bens materiais como substituto para o amor.
No mundo da lua
“Eu não consigo!”, ou “não entendi”, são as palavras chaves desse tipo de mulher. Normalmente são desligadas, desorganizadas, inconstantes e desorientadas.Têm uma crença que devem esconder a inteligência e que não é bom ser brilhante. Este é um disfarce para não ser ameaçadora para os homens, pois o desamparo pode lhe trazer vantagens. Desfiam frases como: “Não entendo manuais de instruções”, “é muito confuso e complicado para mim...” “Eu não consigo entender...” ... “ Computador ?.....Credo não é coisa para mim...”.
Existem homens que gostam de se sentir úteis e solicitados e a eles agrada este tipo de mulher.
A mística iluminada
Ela freqüenta seminários, já se submeteu a terapias, vidas passadas, Rolf, Reiki, já renasceu. Passou por várias Iniciações. Viajou para Índia, Machu Picchu, Tibet e outros lugares sagrados. Toma Florais de Bach, faz Do In, Yoga, Tai chi. Tratamentos Aura-Soma, Morte e Renascimento e outras técnicas. Cita nomes de gurus, mestres e autores de livros. Ela já sabe tudo e já fez tudo... Tudo, exceto MUDAR.
Poderíamos citar ainda as bruxas mal-humoradas, as ranzinzas, as que usam máscaras de boazinhas mas são umas feras, as que se acham o centro do universo e acreditam que tudo deve girar ao seu redor. As românticas platônicas (aquelas que esperam por seu príncipe encantado montado num cavalo branco, que venha salvá-las) e também as que não gostam de ser mulheres.
Com qual dessas bruxas você mais se identifica? Achou? Que ótimo, vamos a caça dela! É neste momento que começa seu processo de transformação.
Existem formas melhores de se conseguir o amor e a atenção que merecemos do que usar a Bruxa para manobrar, controlar. Ela é o aspecto negativo do feminino. Nós a usamos quando não sabemos como nos comunicar e expressar o que estamos sentindo. Ela está ligada a uma sensação de impotência. Pensamos que usar a energia da Bruxa nos dará poder.
Esse aspecto do feminino negativo é personificado na imagem da deusa da lua negra, que possui várias representações em várias culturas. Quando a lua faz o caminho para as sombras, leva-nos a penetrar no reino de Hécate e Lilith, no nosso aspecto oculto e sombrio. Todas as mulheres são mágicas. A magia nos dá a capacidade de criar e transformar nossas experiências de vida. Temos que praticar nossa magia conscientemente. Com a nossa magia viemos trazer ao mundo encanto, beleza e amor.
Ao mergulharmos nessa magia poderemos exorcizar nossa Bruxa, nosso lado sombrio e escuro, manipulador e astuto, e, assim, fazer da nossa experiência como mulheres, nesta existência, uma dança maravilhosa.
Vamos começar o ano exorcizando nossas bruxas!
Com carinho,
Sonia Maria
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Sou empresária, escritora, terapeuta e intuicionista. Lidero Movimentos de Conscientização do Feminino. Meu livro “Mistérios do Feminino” ajuda as mulheres trazerem à tona a energia da face feminina de Deus– a energia do amor. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |