O amor e seus pilares.

   

Autor Paulo Salvio Antolini

O amor e seus pilares!

            Muito se fala do amor, mas na prática pouco se tem amado realmente. Não bastasse toda correria que o homem tem se imposto, afastando-se de sua essência, também se observa uma reformulação de valores que impulsionam ao culto do encontro rápido e do pouco compromisso.

            A manifestação de desejos alimentados pelos meios de comunicação e o estabelecimento de parâmetros onde a auto-estima só pode existir se o corpo atender aos requisitos estabelecidos, são alguns dos fortes fatores condicionantes do "existir" para uma relação a dois.

            Acrescenta-se a revolução que estamos vivendo nos papéis masculino e feminino na sociedade e pronto, temos os ingredientes que desconsideram sentimentos mais profundos e pelos quais muitas coisas eram toleradas. Algumas negativas e sufocantes, mas outras que fortaleciam as relações.

            Existe o amor Ágape, amor de doação ou amor divino, que é identificado como o amor de Deus pelos homens. É o amor fraternal, cristão, um amor altruísta, em que todo sacrifício e atenção estão voltados para atender o outro.

            Mas estamos falando do amor entre um homem e uma mulher. Amor este que está passando por alterações e que muito tem feito sofrer a ambos os sexos.

            Tudo o que realizamos em nossas vidas está alicerçado em algo. Tudo possui uma base, um alicerce, como pilares de sustentação que dão consistência e mantêm tais realizações. Caso contrário, tudo se desmorona.

            Há, para o amor, três pilares que garantem o cultivo e a harmonia do relacionamento, proporcionando a realização pessoal: o Respeito, a Admiração e o Diálogo.

            Quando se conhece alguém e algo nessa pessoa chama a atenção, há uma forte possibilidade de que se esteja estabelecendo uma admiração por essa pessoa, seja por sua beleza física, por sua simpatia ou por outro atributo qualquer. Na busca da aproximação, o respeito e o diálogo caminham juntos, pois o interesse em se conquistar a atenção dessa pessoa é grande e, portanto, firmaram-se os pilares necessários para o desenvolvimento de um sentimento maior.

            Respeito, admiração e diálogo devem permear a relação, fazendo com que o sentimento de um para com o outro se fortifique ao longo do tempo. Mas basta um deles deixar de existir para que a relação até então existente comece a sofrer alterações.

            Se houver o respeito e a admiração, mas acabar o diálogo, ocorre o distanciamento do casal. Um vai deixando de "conhecer" o outro. Já não se partilha mais o que alegra ou entristece o outro. As palavras vão ficando "represadas na garganta", a vontade de se expressar acaba, o distanciamento vem por acréscimo. Vai se estabelecendo um formalismo que não deveria ter lugar na relação.

            Se há diálogo e admiração, mas o respeito ao outro deixa de existir, e isso acontece mais facilmente do que se imagina, a começar pela falta de consideração que se cria pela opinião, pela vontade do outro, às vezes até porque um considera que já sabe o que o outro quer e então vai fazendo tudo do seu jeito e de acordo com a sua vontade, e quando se dá conta, os outros dois pilares também já foram derrubados, não sobra nada senão um machucar contínuo.

            Se há diálogo e respeito, mas não há mais admiração, ocorre o afastamento e a mudança de interesse. Outras pessoas agora são observadas e até desejadas. Na maioria das vezes isso vem acompanhado da queixa de que "você mudou", sem levar em conta que a mudança acabou acontecendo por "pressões" do próprio par.

            Vale lembrar que no relacionamento há o dinamismo, portanto, não é estanque como o expresso em um texto, que busca descrever a situação. Se um dos pilares enfraquece, os demais também ficarão abalados. Fica uma pergunta: Em quais pilares estamos apoiando nossos relacionamentos?

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