O amor e seus pilares II.

   

Autor Paulo Salvio Antolini

O amor e seus pilares II.

 

            Respeito, admiração e diálogo: Pilares que dão ao amor a manutenção para uma relação sadia e duradoura.

            Já dissemos em outros momentos que as pessoas da nossa sociedade aceitam muito bem falar em paixões, mas se retraem quando o assunto é amor. É como se isso fosse algo vergonhoso. Reparem como as pessoas ficam constrangidas quando a conversa envolve este tema.

            Mas os valores acima apontados não são significativos só para relações entre casais e sim para qualquer outro tipo de relacionamento. E podemos afirmar que o relacionamento humano esta adoentado. Tomado pelo vírus do egoísmo, que se recusa a tomar o remédio adequado para o desprendimento do ego, os sintomas vão se tornando cada vez mais fortes.

            Mas dito desta forma, para muitos fica parecendo piegas, meloso, principalmente porque todos acham que possuem valores e que os respeitam. E é uma grande verdade. Só não está se observando que não estamos mais disseminando valores comuns; estamos, sim, cada um lutando por defender "valores pessoais" e que não podem ser compartilhados, pois compartilhar seria dividir, seria reconhecer que o outro tem os mesmos direitos e que deveriam ter as mesmas chances daqueles que podem se impor. Isso vai desde o relacionamento familiar até o contexto amplo, global, muito bem sentido nos dias atuais, pois está retratado no contexto político.

            Por valores pessoais devemos entender aqueles que são do nosso interesse, sem levar em consideração o interesse alheio. Bate-se no peito com grande veemência, expressa-se com muita indignação quando se grita pelo que se considera ser direito seu, sem se levar em conta os próprios deveres e sem considerar os direitos alheios.

            O cultivo do individualismo está tão forte que impede as pessoas de reconhecerem outras razões além do único e obtuso ponto que o indivíduo está olhando: seu próprio umbigo. Em todas as situações, o direito da liberdade é defendido com unhas e dentes. Mas, e a liberdade dos outros?

            Quando falamos em valores, estamos falando naquilo que é importante. Para que se conviva em uma sociedade, num agrupamento de pessoas, os valores a serem cultivados devem contemplar o direito de todos e, então, passam a existir deveres para todos. Valores comuns, valores consensuais, valores que estabelecem parâmetros para a boa convivência.

            Na evolução do relacionamento humano, a política desenvolveu-se como a arte de conciliar a convivência em comum, de forma que todos possam usufruir dos mesmos direitos e deveres, sem necessitar se impor pela força, pois os mais fracos seriam sempre penalizados.

            Religiões pregam o amor como forma de melhorar o mundo. Há várias e reconhecidas instituições, associações, clubes, que levantam a bandeira do amor como forma de se propiciar uma vida melhor. Mas na prática, o que vemos é uma canalização de esforços cuja finalidade é fortalecer, na sociedade, a religião ou a instituição que se defende.

            O amor tão pregado não é para com os seres humanos, mas para o contexto que se defende, ignorando mesmo as pessoas desse contexto, beneficiando uma minoria, o que transforma, então, o "amor", em egoísmo e vaidade. Cegueira que impede que cada um veja o que o outro à sua frente está realmente necessitando. Talvez, olhado por este ângulo, fique mais fácil de entender o porquê de se ouvir falar tanto que o mundo está se arruinando por falta de amor.

            O verdadeiro amor é ressonante. Como uma pedra lançada no lago, ele desencadeia uma série de ondas que se espalham até os pontos mais distantes. Essas ondas levam, em sua essência, a energia dispensada pelo movimento. A energia do amor.

Repito aqui a pergunta: Em quais pilares, em quais valores, estamos apoiando nossos relacionamentos? Isso expressa amor?

Avaliação: 5 | Votos: 4

     

Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Salvio Antolini    Visite o Site do autor e leia mais artigos..    Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.