O balaio de cartas amarelas
Atualizado dia 8/12/2022 12:58:19 AM em Autoconhecimentopor Priscila Gaspar
Desde a época da faculdade, eu passava por um período muito difícil da vida, com muitas dúvidas existenciais, ateísmo, ceticismo, depressão profunda, sem vontade de viver e, obviamente, obsessão espiritual. Havia me formado, fazia mestrado e estava lecionando. Mas nada trazia a luz de volta para minha vida. A resistência às questões espirituais dificultava até mesmo a aproximação de auxílio, muitas vezes, sem que eu percebesse.
Minha orientadora de mestrado amava tudo que se relacionasse às questões esotéricas. E, por causa de autoconhecimento, recomendou a todos membros da sua equipe de trabalho que se consultassem com a cartomante S.*. Mais que uma recomendação, era praticamente uma ordem.
Fui, mas totalmente contrariada, tanto por achar que não levaria a nada, como por estar sempre com dificuldades financeiras e julgar ser um gasto totalmente desnecessário. Marquei horário junto a outra moça do setor, e fomos em um único carro. A cartomante a atendia em sua própria casa, em um bairro residencial relativamente próximo à Cidade Universitária, de onde saímos.
S., uma morena bonita, por volta de uns quarenta anos, nos recebeu de forma acolhedora, indicando que fossemos pela passagem lateral, ao lado de fora da casa e aguardássemos um pouco ali. Minha colega, cujo medo era maior que o meu ceticismo, sugeriu que eu fosse primeiro. Concordei prontamente, talvez por julgar que não tinha nada a perder, ou desejando acabar logo por estar ali mais por pressão que por vontade própria.
Ao entrar no amplo quarto dos fundos, transformado em sala de atendimento, de cara, não gostei da quantidade de imagens de santos e orixás. Preconceito e ignorância faziam parte da minha realidade, na época. Ao me sentar, fiquei surpreendida porque ela não utilizava um baralho comum. Tinha sobre a mesa, um enorme balaio com cartas feitas de cartolina amarela e figuras diversas, recortadas de revistas, coladas e plastificadas. Eram centenas de cartas, talvez passassem de mil, todas confeccionadas por ela e com significados subjetivos dentro de uma simbologia que criara.
Não me recordo como foi feita a retirada e como foram sendo colocadas sobre a mesa. S. contou toda minha infância, adolescência e falou detalhadamente sobre minha família. Contou de um relacionamento traumático. que eu tivera e que rompera há cerca de sete anos. A essa altura eu achei que ela lia a mente das pessoas. Mas como eu não comentava nada, não perguntava nada, ela percebeu que estava me dizendo o óbvio. Então me falou:
– Não é nada disso que você veio buscar aqui! Tudo isso você já sabe! Tem algo atrapalhando meu trabalho. Vou acender velas para meus orixás, atender sua amiga e depois chamo você novamente. Se não conseguir ver o que você precisa de verdade, não vou pedir nada em pagamento. Ah, o que cobro não é pra mim, é pra ajudar enxovalzinho de bebê para mãezinhas solteiras, viu?
Fiquei lá fora esperando, pensando se tudo aquilo tinha algum sentido, enquanto ela atendia minha colega. Na segunda vez que entrei, uma imagem caiu e uma vela se apagou, do nada. Meu primeiro pensamento foi “Ela está usando algum tipo de truque para fazer efeitos especiais”.
Retornando ao balaio de cartas amarelas, S. foi me falando que haviam feito um trabalho pra mim, há cerca de sete anos. Fiquei muda. Indignada. Quem e por quê? A partir daí, ela conseguiu realmente me ajudar a compreender por que desde aquela época nada dava certo em minha vida, tanto profissional, como pessoal. Claro que meu ateísmo e descrença, bem como a depressão, contribuíram para baixar a vibração e, assim, me deixar sem defesas contra essas interferências negativas. Mas, por outro lado, a depressão também piorou sob a influência das entidades e não estava respondendo adequadamente ao tratamento médico nem psicoterapêutico. Ela me indicou como desfazer esse feitiço, sem cobrar, enfatizando a urgência, pois eu estava adoecendo mais e com risco de perder minha vida pelo suicídio.
Além das respostas e orientações que eu precisava, deu detalhes de uma pessoa do local de trabalho com quem, segundo ela, eu “já deveria estar me relacionando há algum tempo”. Eram tantos detalhes que não poderia ser telepatia, até porque muitas coisas desse homem só fui saber depois! E muitas questões estavam relacionadas ao futuro (ou planejamento reencarnatório) e, obviamente, nem eu fazia ideia! A princípio fiquei muito confusa com tanta informação, mas, com o tempo, tudo foi tomando cada vez mais sentido. Acreditem: fiz os procedimentos para desfazer o trabalho conforme orientado e em menos de um mês já estava me relacionando com essa pessoa! No ano seguinte, casada e logo depois veio nossa primeira filha, sendo que foi previsto uma criança para reencarnar em breve!
Hoje tenho imensa gratidão à S., que com sua mediunidade e seu balaio de cartas amarelas, auxiliou-me em momento tão delicado e contribuiu para que a espiritualidade voltasse a ser um tema na minha vida! Graças a ela e também a outras pessoas iluminadas que surgiram na minha vida a seguir, comecei a estudar a Doutrina Espírita e desenvolver minha mediunidade. Hoje sei que ela está num local especial do Plano Espiritual, e desejo que receba minha eterna gratidão!
*S. é apenas a inicial, para manter a privacidade e respeitar a pessoa, bem como seus descendentes e demais familiares.
Minha orientadora de mestrado amava tudo que se relacionasse às questões esotéricas. E, por causa de autoconhecimento, recomendou a todos membros da sua equipe de trabalho que se consultassem com a cartomante S.*. Mais que uma recomendação, era praticamente uma ordem.
Fui, mas totalmente contrariada, tanto por achar que não levaria a nada, como por estar sempre com dificuldades financeiras e julgar ser um gasto totalmente desnecessário. Marquei horário junto a outra moça do setor, e fomos em um único carro. A cartomante a atendia em sua própria casa, em um bairro residencial relativamente próximo à Cidade Universitária, de onde saímos.
S., uma morena bonita, por volta de uns quarenta anos, nos recebeu de forma acolhedora, indicando que fossemos pela passagem lateral, ao lado de fora da casa e aguardássemos um pouco ali. Minha colega, cujo medo era maior que o meu ceticismo, sugeriu que eu fosse primeiro. Concordei prontamente, talvez por julgar que não tinha nada a perder, ou desejando acabar logo por estar ali mais por pressão que por vontade própria.
Ao entrar no amplo quarto dos fundos, transformado em sala de atendimento, de cara, não gostei da quantidade de imagens de santos e orixás. Preconceito e ignorância faziam parte da minha realidade, na época. Ao me sentar, fiquei surpreendida porque ela não utilizava um baralho comum. Tinha sobre a mesa, um enorme balaio com cartas feitas de cartolina amarela e figuras diversas, recortadas de revistas, coladas e plastificadas. Eram centenas de cartas, talvez passassem de mil, todas confeccionadas por ela e com significados subjetivos dentro de uma simbologia que criara.
Não me recordo como foi feita a retirada e como foram sendo colocadas sobre a mesa. S. contou toda minha infância, adolescência e falou detalhadamente sobre minha família. Contou de um relacionamento traumático. que eu tivera e que rompera há cerca de sete anos. A essa altura eu achei que ela lia a mente das pessoas. Mas como eu não comentava nada, não perguntava nada, ela percebeu que estava me dizendo o óbvio. Então me falou:
– Não é nada disso que você veio buscar aqui! Tudo isso você já sabe! Tem algo atrapalhando meu trabalho. Vou acender velas para meus orixás, atender sua amiga e depois chamo você novamente. Se não conseguir ver o que você precisa de verdade, não vou pedir nada em pagamento. Ah, o que cobro não é pra mim, é pra ajudar enxovalzinho de bebê para mãezinhas solteiras, viu?
Fiquei lá fora esperando, pensando se tudo aquilo tinha algum sentido, enquanto ela atendia minha colega. Na segunda vez que entrei, uma imagem caiu e uma vela se apagou, do nada. Meu primeiro pensamento foi “Ela está usando algum tipo de truque para fazer efeitos especiais”.
Retornando ao balaio de cartas amarelas, S. foi me falando que haviam feito um trabalho pra mim, há cerca de sete anos. Fiquei muda. Indignada. Quem e por quê? A partir daí, ela conseguiu realmente me ajudar a compreender por que desde aquela época nada dava certo em minha vida, tanto profissional, como pessoal. Claro que meu ateísmo e descrença, bem como a depressão, contribuíram para baixar a vibração e, assim, me deixar sem defesas contra essas interferências negativas. Mas, por outro lado, a depressão também piorou sob a influência das entidades e não estava respondendo adequadamente ao tratamento médico nem psicoterapêutico. Ela me indicou como desfazer esse feitiço, sem cobrar, enfatizando a urgência, pois eu estava adoecendo mais e com risco de perder minha vida pelo suicídio.
Além das respostas e orientações que eu precisava, deu detalhes de uma pessoa do local de trabalho com quem, segundo ela, eu “já deveria estar me relacionando há algum tempo”. Eram tantos detalhes que não poderia ser telepatia, até porque muitas coisas desse homem só fui saber depois! E muitas questões estavam relacionadas ao futuro (ou planejamento reencarnatório) e, obviamente, nem eu fazia ideia! A princípio fiquei muito confusa com tanta informação, mas, com o tempo, tudo foi tomando cada vez mais sentido. Acreditem: fiz os procedimentos para desfazer o trabalho conforme orientado e em menos de um mês já estava me relacionando com essa pessoa! No ano seguinte, casada e logo depois veio nossa primeira filha, sendo que foi previsto uma criança para reencarnar em breve!
Hoje tenho imensa gratidão à S., que com sua mediunidade e seu balaio de cartas amarelas, auxiliou-me em momento tão delicado e contribuiu para que a espiritualidade voltasse a ser um tema na minha vida! Graças a ela e também a outras pessoas iluminadas que surgiram na minha vida a seguir, comecei a estudar a Doutrina Espírita e desenvolver minha mediunidade. Hoje sei que ela está num local especial do Plano Espiritual, e desejo que receba minha eterna gratidão!
*S. é apenas a inicial, para manter a privacidade e respeitar a pessoa, bem como seus descendentes e demais familiares.
Texto Revisado
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Conteúdo desenvolvido por: Priscila Gaspar Priscila Gaspar é Psicanalista, Terapeuta de Regressão e Terapeuta de Casais, com especialização em Sexualidade Humana. Atende em psicoterapia individual e de casal.Contato: [email protected] E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |