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O Bem e o Mal

Atualizado dia 03/12/2006 14:34:09 em Autoconhecimento
por Guilhermina Batista Cruz


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“O mal é ausência do bem, da mesma maneira que as trevas são a ausência da luz.”
Santo Agostinho
“O mais elevado bem com que se pode medir tudo é o conhecimento. ”
Sócrates.
“O mundo dos sentidos é irreal, transitório e mutável. Eis o mal. O verdadeiro mundo das idéias puras e imutáveis é o do bem.”
Platão
“O bem é a atitude racional para com as sensações e os desejos.”
Aristóteles


A questão do bem e do mal está relacionada às fases pelas quais o Espírito passa em busca do aprendizado evolutivo a caminho das verdades superiores. Nas fases primárias de evolução todos os espíritos passam pela fase da ignorância em que é preciso conquistar, pouco a pouco, os valores essenciais a seu desenvolvimento; ele pode facilmente transitar do “bem” para o “mal”, já que os valores nessa fase são essencialmente de natureza material e a preocupação primordial é lutar pela sobrevivência, sendo o sentimento que mais incita, o de posse; e, muitas vezes, o bem significa o melhor que se pode garantir para si mesmo em detrimento do melhor para o outro.

Na visão espiritual o bem é tudo aquilo que está de acordo com a lei de Deus e o mal é tudo o que dela se afasta. Deus nos deu a inteligência para discernirmos as várias situações pelas quais passamos e fazemos os outros passarem. Esse discernimento é o nosso termômetro de identificação entre o bem e o mal. As circunstâncias dão ao bem e ao mal uma gravidade relativa. O homem comete, freqüentemente, faltas que, mesmo decorrentes da posição em que a sociedade o colocou, não são menos repreensíveis, mas que o responsabilizam na razão e nos meios que ele tiver para compreender o bem e o mal.

O mais importante é procurarmos fazer sempre algo de útil e verdadeiro por nós mesmos e pelo próximo, porém, tendo o cuidado e o discernimento necessários, pois o sentido de bem e mal pode nos levar a tomar atitudes equivocadas, principalmente, se tentamos corrigir algo que entendemos como mal para outrem, quando somente é uma fase necessária ao seu aprimoramento, uma etapa de seu aprendizado. Todos somos responsáveis pelas decisões que tomarmos e, naturalmente, pelas conseqüências delas. Assim, se praticamos o bem, sentimo-nos felizes e contabilizamos o mérito a nosso favor; se erramos, se falhamos, se prejudicamos propositadamente outrem, sentimo-nos mal e contabilizamos a falta, para ser posteriormente eliminada de nossa contabilidade pessoal, através da reparação.

É POSSÍVEL ESCOLHER FAZER O MAL?
Tudo nos é permitido, pois temos o livre arbítrio, mas isso não será determinado pelo espírito na escolha de suas provas lá no plano espiritual, mas sim pelo seu comportamento perante o que vai enfrentar na encarnação; o que é decorrente do registro de suas infrações e acertos no trânsito da Lei Divina ou Natural, ou seja, pelas conseqüências de seus débitos ou créditos na caminhada evolutiva. Assim como Deus não pune ninguém, pois cada um planta em si mesmo a conseqüência de seus atos, a “escolha” de um rol de provas e expiações também seria completamente desnecessário, pois já estabelecemos em nossa caminhada como será pavimentado e aberto o próximo caminho.

Todos temos dificuldades na vida, sejam profissionais, emocionais ou financeiras. E, na maioria das vezes, acreditamos que somos desafortunados e que Deus nos esqueceu e que o azar não nos deixa. Mas até que ponto a causa de nossos sofrimentos é obra de Deus ou do azar? Será que Deus, que tudo criou, teria prazer em nos ver sofrer? Ele faria com que sentíssemos dor e desespero? E o azar, será que seríamos predestinados a tê-lo conosco?

O que é certo é que o sofrimento nos leva ao aprendizado e, assim, conseguimos desenvolver a inteligência e a moral, donde conclui-se que o que pensamos ser um mal constitui-se, verdadeiramente, um bem.

Se o progresso só nos chega quando adquirimos experiência, quando passamos pelo aprendizado, a lógica nos diz que é através dos “sofrimentos”, do trabalho, do estudo, que adquirimos a experiência necessária para nosso aperfeiçoamento gradativo; se não tivéssemos as frustrações, as decepções, as dificuldades, as quedas, e mesmo as humilhações, não poderíamos tão facilmente vencermos nossos pendores negativos, exercitarmos nossa inteligência e até mesmo vencermos um “vilão” importante em nosso caminho, chamado orgulho; então, a princípio, aquilo que entendemos como mal, acaba nos levando ao caminho do bem, do amor, da luz.

Meditemos e façamos uma auto-análise:
Quantas vezes tivemos paciência com os que convivem conosco? Quantas vezes deixamos nossos próprios interesses para ajudar o próximo? Quantas vezes visitamos alguém que necessitasse de ajuda material e o ajudamos? Se nada fizemos ou tivemos vontade de fazer, então, como desejar que nossa vida seja feliz e sem problemas se nada fazemos para tentar melhorar a vida daqueles que nos cercam? Se não plantamos uma semente do bem em nossos corações, vamos colher simpatia, afeto e amor?

Segundo a lei de ação e reação, tudo o que fizermos aos outros receberemos em troca, seja o bem ou o mal. Então, para termos o que desejamos, precisamos criar condições para que isso ocorra; quando colocarmos em nossos corações, verdadeiramente, a humildade, o amor, a sinceridade, o respeito e o desejo do bem ao próximo, com certeza, seremos atendidos em nossas aspirações.

Tentemos analisar sempre nosso comportamento em relação ao próximo e a sorte, que tanto queríamos, estará ao nosso lado. Por que sorte nada mais é do que uma benção de Deus em nosso caminho. Então, já é tempo de colocarmos um pouco mais do “bem” em nossa vida e abdicarmos de prazeres nocivos não só à matéria, como principalmente, em relação ao espírito. De nos revestirmos de sentimentos de integração com o mundo em que vivemos, no sentido de darmos nossa colaboração em termos de atitude e ação, pois assim estaremos espalhando a luz preciosa do “bem” e contribuindo, cada vez mais, com a obra divina.

Muita Paz e Luz a todos.

Texto revisado por Cris

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