O Caminho do Meio
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Autor Maria Cristina Tanajura
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 31/01/2008 14:37:21
A fronteira entre os opostos é sempre muito tênue e a sabedoria está em saber quando ir adiante e quando parar. O caminho do meio, aquele que os Mestres nos ensinam ser o ideal, não é tão fácil assim de ser vislumbrado... só muito exercício de vida, para que possamos ir aprendendo... e muita auto-aceitação, para que nos perdoemos quando o resultado de nossas ações não é exatamente o que esperávamos ou desejaríamos que fosse.
Percebo, por exemplo, que quando consigo atingir este ponto de equilíbrio de verdade e ajo a partir daí, me sinto muito tranqüila depois e recebo esta sensação como a confirmação de que está tudo certo. Quando, pelo contrário, me empenho e ajo de uma forma que me deixa inquieta, insegura, em dúvida, procuro meditar sobre tudo que aconteceu e perceber o que poderia ter sido diferente.
Neste processo de escolhas, sinto-me como uma criancinha aprendendo a andar. Caindo e levantando, mas sabendo que não adianta ficar com medo, porque preciso continuar!
Uma coisa que me parece realmente muito difícil é saber quando falar e quando calar. Mais jovem eu achava que deveria me nortear pela verdade e falar sempre o que fosse honesto, de forma franca, sem rodeios. Aí, a vida foi me ensinando que minha verdade necessariamente não precisa ser a do outro e muitas vezes, não o é. Que o momento de falar a verdade pode não ser qualquer um... mas um determinado, em que as defesas do outro estejam menos fortes, em que as circunstâncias me permitam ajudar, ao invés de dar a impressão de que estou agredindo, sem qualquer proveito para mim, ou para o outro.
Já ficou claro para mim que o silêncio pode ser mais construtivo, a maior parte das vezes, do que a palavra... Para uma personalidade extrovertida e comunicativa, isto pode se tornar uma espécie de castração, concordo. Mas o que dizemos pode muitas vezes, ao invés de construir, destruir e com muito prejuízo, o nosso projeto idealizado com tão boas intenções.
Tem um ditado popular que diz: “Conselho só se dá a quem pede”... e esta é uma boa dica para nos determos, antes de darmos nossas opiniões indesejadas aos outros. Se não estão abertos para ouvir, de que adianta a nossa fala?
Enfim, ao longo da vida, tenho percebido que as pessoas de um modo geral estão precisando mais ser acolhidas amorosamente, de forma compreensiva, escutadas... do que ensinadas e orientadas.
Texto revisado por: Cris
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Socióloga, terapeuta transpessoal. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |