O Despertar Interior
Atualizado dia 6/27/2006 11:18:20 PM em Autoconhecimentopor Guilhermina Batista Cruz
O imprescindível para todos é a procura do crescimento interior, o autoconhecimento, pois, independente de seguirmos tal ou qual caminho, religião ou doutrina, ele nos levará à procura de conhecimento e a descoberta de um mundo de impressionantes riquezas dentro de nosso próprio ser. A base de nossa força moral para enfrentarmos os desafios da vida estão alicerçados nos valores espirituais que adquirirmos, em nossa capacidade de ir adiante apesar das dificuldades e recaídas no caminho.
Com atitudes renovadas pelo autoconhecimento conseguiremos desenvolver energias positivas, luminosas. Atitudes positivas e melhor disposição emocional são ferramentas valiosas para implantação de um clima psíquico melhor na Terra, ocasionando melhores reflexos no comportamento das pessoas. Em relação ao crescimento interior, vemos que condições internas melhores trazem maior bem-estar e grande fortaleza espiritual para se enfrentar os problemas.
Apesar de boas condições materiais ser um desejo natural e las são transitórias, estão em constante transformação. Em dado momento podemos estar muito bem, gozando de saúde, com um bom emprego e uma família estável, na mais perfeita harmonia, e daí a pouco tempo, tudo isso pode mudar como num passe de mágica. Vemos diariamente isso acontecer.
Os jornais estão repletos de exemplos de pessoas que vêem suas vidas e felicidade destruídas, caindo do alto da pirâmide material ao abismo dos sofrimentos. E isto é o grande mal e o que mais gera sofrimento e angústia. Muitas pessoas buscam a própria infelicidade ao sintonizarem-se em demasia aos valores materiais, pedindo e desejando o que não podem e não devem ter no momento.
Como tão bem enfatiza o trecho do livro "Os Quatro Evangelhos" de J.B.Roustaing: ”Quando se vos diz: ”Pedi e se vos dará”, isto não significa que possais pedir a Deus que mude vossas provas, que detenha de súbito o curso dos acontecimentos cuja realização a sua sabedoria decidiu. Significa que o Senhor vos concederá a compreensão das vistas secretas da providência, que vos concederá entrar assim em comunhão de pensamento com ele e compreender o bem que, na eternidade, vos advirá dos males morais ou físicos que vos atormentam na existência humana.
Não vos podem ser contadas como provações as mil contrariedades oriundas da existência em comum e da vossa civilização, ainda bárbara sob tantos pontos de vista. São particularidades ínfimas que não têm importância alguma no conjunto das provas que vos cumpre suportar." Quando conseguimos implantar em nós melhores condições internas, com um maior nível de amadurecimento a respeito da vida, adquirimos um porto seguro de grande valoa nos momentos difíceis e que será a nossa energia, tornando as horas de angústia e sofrimento mais leves e mais fáceis de atravessar.
Essas energias criadoras geram saúde e equilíbrio físico e também colaboram na obtenção de melhores chances de êxito em todas as áreas de nossas atividades materiais. As mudanças internas para alcançarmos um melhor nível de compreensão em relação à vida, estão na essência natural das coisas; sabemos que chegaremos lá um dia, mas, para não seguirmos por muito tempo no caminho do sofrimento, precisamos ir ao encontro dos valores espirituais, pois, são eles que nos respaldam nos momentos mais difíceis e angustiantes.
Acima de todo o desejo de melhora íntima, é preciso aceitar nosso lado “obscuro”. É ele que impede de seguirmos adiante, embora o nosso desejo de reforma íntima. Como podemos nos melhorar intimamente, se sequer aceitamos esse lado obscuro? O apóstolo Paulo, num grande exemplo de autoconhecimento, afirmava: “Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse eu faço.” Romanos, 7-19.
Deu-nos um exemplo valioso de reconhecimento de seu lado escuro que o impulsionava a tomar atitudes que reprovava, mas que não conseguia deixar de praticar. Mas, impondo-se um esforço perseverante e um auto-reconhecimento de sua própria fragilidade, ele conseguiu vencer-se e atingir o alto, quando então proclamava: ”(...) vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...”Gálatas, 2:20. Desde a antiguidade que os ensinamentos sobre nossa realidade e dimensão eterna estão a alertar-nos para que penetremos o sentido real da vida.
Os filósofos clássicos, assim como Sócrates e seus discípulos, já diziam que era preciso para que o homem encontrasse a felicidade perene, purificar a alma da paixão humana, cultivar o desapego, a justiça, a virtude e a ética. Hipodomus, um discípulo de Sócrates, assim asseverava: “O homem bom que busca o mundo divino é feliz; mas o homem bom que busca coisas de natureza mortal é infeliz”. Ou seja, podemos ser bons, mas sofrermos bastante se estivermos identificados somente com as coisas materiais e passageiras.
Estobeu, outro filósofo seguidor de Sócrates, dizia: “A riqueza é uma âncora sem firmeza; a glória tem ainda menos estabilidade, assim como o corpo físico ou o poder pessoal e as honras. A prudência, a generosidade e a força interior são as âncoras poderosas. Nenhuma tempestade pode sacudi-las.” Para eles cada ser é responsável pela construção de sua própria vida e deve construí-la com todo o zelo possível, assim como se elabora uma obra de arte.
Estarmos de bem com a vida é, então, certificarmo-nos de nosso verdadeiro objetivo e de nossa destinação eterna pois através de uma análise real e sem disfarces de nosso verdadeiro eu é que conseguiremos separar os valores reais daqueles ilusórios que, muitas vezes, adquirem aos nossos olhos uma importância sem precedentes, mas que nos levam a frustrações e a um grande vazio existencial. Empenhemo-nos em adquirir tais valores, pois esse é o caminho mais importante e o que se constitui na verdadeira causa e meta de nossa permanência na terra.
Paz e Luz a todos.
Texto revisado por Cris
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