O ETERNO RECOMEÇO
Autor Maria Luiza Silveira Teles
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/27/2007 11:42:01 AM
O ETERNO RECOMEÇO
Nunca perco o especial de fim de ano do rei Roberto. Embora seu repertório varie muito pouco, são tantas as emoções... Cada música me remete à uma época de minha vida e a um determinado momento.
Neste dia vinte e cinco passado, mais do que nunca, suas músicas me tocaram. Houve instantes em que não pude segurar as lágrimas. Ah, os amores! Foram tantos e tão intensos! E disso não me arrependo nem um pouco.
Pobres são aqueles que não têm lembranças de grandes amores! Eu não! Sempre vivi tudo com muita intensidade. Por isso, hoje, quando começo a caminhada da descida, sinto-me rica e plena. Não me assusta a velhice, nem tampouco a morte. Para mim são ciclos naturais.
Amei muito e fui amada! Não é qualquer um que pode ter essa felicidade. Digo no passado e fica parecendo que minha capacidade de amar e ser amada se perdeu. Não, não é isto. Hoje, transcendi as paixões e meu amor é por todo o planeta e toda a humanidade. Quando digo a alguém que o amo, a resposta é sempre a mesma: “e quem você não ama?”...
Ao fazer esta viagem ao passado, fiquei pensando na beleza da vida e do eterno recomeçar. Nascimento é recomeço. Ano Novo é recomeço. Esta, talvez, a simbologia maior das festas de fim de ano. Esta, talvez, a razão da magia e da alegria que parecem tomar conta destes dias.
Sempre se pode recomeçar. Pode-se apaixonar-se de novo. Pode-se pedir perdão, consertar um erro, fazer tudo melhor. Pode-se começar a cantar, a dançar, a escrever, a poetar. Podemos fazer tudo de novo. E morrer não é senão renascer para a eternidade. Então, é apenas um recomeço em outra dimensão.
O que não podemos é engolir a palavra ferina, desmanchar um boato maldoso que se espalhou como um rastilho de pólvora, envenenando e destruindo a vida de alguém. Só não podemos dar vida a quem já se foi.
A noite vai terminar e, inexoravelmente, o dia vai nascer de novo. A primavera há de voltar e tudo haverá de florir. A vida pujante rebentará o chão e nos alimentará o corpo e o espírito. A gente vai aprender muita coisa nova. Aí reside toda a beleza da vida. Ninguém sabe tudo e sempre terá muito a aprender. Como dizia Gonzaguinha, somos eternos aprendizes.
Acho que toda a minha geração deve sentir o mesmo que eu com relação às músicas do Roberto. Aquele baile, lembram-se? Aquele abraço... O momento daquelas palavras...
Aquele beijo roubado com o coração aos pulos... Muito romantismo que a juventude, hoje, acha brega. Mas uma vida cheia de encanto!
Engraçado é que dizem que o romantismo está morto, mas vejo nos shows do Roberto, um tanto de casaizinhos jovens se olhando com ternura, apertando as mãos, estreitando o abraço. Como se a vida não se repetisse...
A cada ser humano que nasce, começa tudo de novo... As mesmas emoções! As mesmas celebrações! Em cada novo ser a Vida se perpetua. Será que não há em tudo isto u’a Mão oculta a escrever o roteiro da Vida?...
Maria Luiza Silveira Teles
Avaliação: 5 | Votos: 4
Fui professora de Inglês e, depois, professora universitária de Psicologia e Sociologia. Tenho 29 obras publicadas pelas editoras Vozes, Brasiliense e Parêntese. Hoje, trabalho como professora-visitante por todo o Brasil, sou consultora pedagógica e editorial e faça Reiki nas pessoas necessitadas que me chamam. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
