O Idoso



Autor Adriano Heitor Frederico Lopes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/16/2004 11:45:01 AM
No início percebi alguns traços...
... esparsos...
... soltos...
... sem qualquer desenho ou forma.
Neles não vi sentido...
... não percebi mão firme de artista.
Eram apenas riscos,
como se jogados ao acaso,
tivessem sido...
Mas algo me chamou a atenção,
e para eles, com mais cuidado,
olhei, então...
Já não mais me pareceram
meros traços...
Antes, caminhos cuidadosamente traçados...
Com suave toque de meus dedos,
procurei senti-los...
Profundos, vi que eram...
Pareceram-me talhados com força,
e muito bem trabalhados.
A visão próxima não me permitiu defini-los...
Afastei-me e...
Quão surpreso fiquei...
Uma dor calou forte em minh’alma...
Pude, assim, ver o que não vira...
Era um rosto... marcado pelo tempo...
Pelas amarguras... pelos tormentos...
Cada traço, uma história...
... vivida...
... sofrida...
... na estrada, perdida...
Desalentos... desencontros... mil prantos...
Mas não só de tristezas se faz o pranto.
Também por alegria, se pranteia...
E a lágrima, dos olhos desprendida,
Vai o rosto marcando,
Qual água de chuva, que a terra vai ferindo...
Alegria de ver o filho vir ao mundo,
Ouvir seu choro primeiro...
... o passo inseguro...
... o sorriso faceiro.
Cada traço, uma história...
E em cada história o seu pranto...
E a lágrima dos olhos desprendida,
Vai o rosto marcando...
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 12




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