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O MISTÉRIO DE MIRIAM DE MAGDALA

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Autor Mani Álvarez

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 27/03/2013 22:21:56


As primeiras e mais antigas fontes que citam o nome de Maria Madalena na tradição religiosa do cristianismo são os evangelhos canônicos, escritos pelos quatro evangelistas – Marcos, Mateus, Lucas e João -- no século I de nossa era. Esses primeiros evangelhos foram selecionados entre muitos outros pelo bispo de Lyon, Irineu (morto em 202), sendo os restantes julgados apócrifos ou gnósticos, e de pouco valor.

A primeira referência a uma mulher chamada Madalena encontramos em Marcos: “E ali também estavam algumas mulheres, entre as quais Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé (Marcos 15:40). Mais adiante ele afirma que a unção do corpo de Jesus foi realizado por essas mesmas mulheres.

Também Felipe menciona em seu evangelho gnóstico escrito no final do século II, que “havia três mulheres que andavam com o Senhor: Maria, sua mãe, a irmã de sua mãe e Miriam Madalena, conhecida como a sua companheira. Para ele, Miriam é uma irmã, uma mãe e uma esposa”.

Hoje se sabe que Miriam, de Magdala, que significa em aramaico a torre do rebanho, é um título dado a Maria, chamada Madalena. De família rica, ela e outras mulheres mantinham o trabalho itinerante de Jesus. Mas só em 1969 a Igreja católica Romana corrigiu o seu erro milenar, reconhecendo que nunca houve qualquer evidência de que ela teria sido prostituta.

Em todas as representações de Maria Madalena feita por pintores, ela é sempre mostrada portando um vaso de ungüento nas mãos. Esse vaso é uma referência à unção de Jesus Cristo por essências perfumadas que ela trazia consigo. Primeiramente, ela unge os pés do Mestre durante uma ceia, em outros relatos, após Jesus ter ressuscitado seu irmão Lázaro; e finalmente, após sua crucifixação, no Gólgota.

Essas passagens do evangelho lembram um refrão dos Cânticos de Salomão: “Que belos são os teus amores, irmã minha! Ó minha esposa! Quanto melhor... é o aroma dos teus bálsamos do que o de todas as especiarias!

Teria sido esta unção apenas um ato de devoção espontâneo de uma mulher, ou um ato sutilmente carregado de significado simbólico, como na cerimônia nupcial do hierogamos, o casamento sagrado unindo a sacerdotisa real e o rei? Durante milênios, essas celebrações ritualísticas ocorreram por toda a região e faziam parte das tradições religiosas do Oriente Médio.

O significado da unção de Jesus por Maria Madalena durante a ceia não seria uma reminiscência dos antigos rituais do casamento sagrado, repetindo os elementos litúrgicos dos Cânticos de Salomão? Esta interpretação da união entre Jesus e Maria Madalena, reconhecida por Hipólito e Orígenes, e renegada pela Igreja de Pedro, parece bastante coerente com a inclusão do feminino na vida social e religiosa, além de reinstalar o antigo modelo de parceria no âmago da história cristã.

No contexto da cultura grega – língua na qual os evangelhos foram escritos -- a celebração do casamento sagrado era um ritual de consagração em homenagem à força da vida, à abundância generosa da terra e aos ciclos de vida, morte e renascimento, compartilhados pela família humana. Como não ver na história de Cristo a repetição do ciclo de vida, morte e renascimento celebrados pelas tradições antigas?

Um outro símbolo presente nas telas de pintores que retrataram Maria Madalena é uma torre e isso também está relacionado com a sua história. Como já foi mencionado, este é o significado de Magdal-eder, “a torre do rebanho”, e numa passagem profética de Miquéias, ele fala do sofrimento da noiva destituída, profanada e depois, exilada, fazendo uma associação de Madalena com a Filha de Sião. Este profeta hebreu foi o mesmo que afirmou que o Messias, herdeiro de Davi, nasceria em Belém. Com base neste significado da palavra aramaica magdala, estudiosos atribuem a Maria o epíteto de Madalena, significando a Grande, a Magnífica, a Torre, ou a Fortaleza do rebanho.

Essa e muitas outras evidências foram retiradas da versão ortodoxa da história do cristianismo. Talvez a sagrada união fosse a pedra fundamental que os construtores rejeitaram. O mundo dominado por Roma no século I não estava pronto para adotar o evangelho da igualdade entre os sexos e da inclusão, como ainda não está. Seria esta uma história tão perigosa que ainda condena Maria Madalena ao exílio?






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