O mundo que vivemos
Autor Rodrigo Durante
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 06/05/2020 09:16:01
Tudo o que vivenciamos a partir de nosso ego, é alterado pela nossa maneira de ver a vida. Para que possamos compreender aquilo que observamos e nos contextualizar no meio em que vivemos, utilizamos nossa bagagem de conhecimento e registros do passado na interpretação de tudo o que ocorre à nossa volta, atribuindo rótulos e valores pessoais a tudo o que há.
Isso significa que cada um, a partir do momento em que julga um acontecimento, não está mais vivendo a Verdade, mas sim a realidade de seu mundo interior. Em poucas palavras, aquilo que vemos no outro e no mundo é um reflexo de nós mesmos. A partir deste nível de consciência, nós só podemos perceber fora algo que já trazemos dentro de nós, seja algo que já tivemos algum contato anterior, algo que buscamos ou que evitamos.
Quando dizemos que conhecemos alguém, o que estamos dizendo é que já analisamos e rotulamos este alguém, tendo guardado imagens e julgamentos sobre esta pessoa dentro de nós. Nosso ego não é capaz de conceber que existe algo em nós e nos outros que não seja ego também, por isso a dificuldade de enxergar o Divino em nós mesmos e nos outros, algo que está além do nosso personagem intelectualizado. Tudo o que vemos são os personagens, com suas histórias e exigências pessoais.
Quando estamos tão identificados com nosso ego ao ponto de rotular a vida e dizer como ela é, estamos ampliando nosso julgamento a um nível mundial, rotulando tudo e a todos de acordo com nossa experiência de vida, com tudo o que já vivemos e interpretamos em nosso passado. Por isso podemos dizer que cada um vive em seu próprio mundo, pois cada um interpreta e sente a vida à sua maneira.
Por estas razões, muitas vezes é tão difícil mudar algum padrão, porque criamos e alimentamos imagens de nós mesmos, do outro, da vida e do mundo que já estão muito cristalizadas em nós, acreditamos tanto nelas que achamos que para algo melhorar em nossa vida, todas as pessoas e o mundo precisam melhorar também, correspondendo às nossas expectativas.
Estas imagens e energias nos prendem em um estado reativo às situações que vivemos diariamente, contribuindo com as sensações que manifestamos em nosso corpo físico e nosso (des)equilíbrio psicológico, com o que desejamos para nós e o que esperamos do outro, com o que amamos e com o que rejeitamos, enfim, são elas que servem de referência ao nosso intelecto para sabermos quem somos e o que precisamos ser, ter e fazer.
Felizmente, uma simples meditação pode nos ajudar a começar a dissolver cada uma destas imagens e crenças que trazemos em nós, nos aproximando da Verdade do nosso ser. Com o tempo e com mais leveza interior, também nos tornamos menos reativos e menos exigentes em relação ao mundo exterior, permitindo que cada um seja como é, sem expectativas ou que nos alteremos emocionalmente por causa disso.
Dessa forma, podemos entender que tudo o que vemos e queremos são programações e podem ser mudadas se assim escolhermos. Com isso, descobrimos que no fundo, ninguém é o personagem que construiu para si e acredita que é, mas sim a Verdade Divina que está por trás dele, o Eu Superior, o ser. Cada personagem traz uma história, uma bagagem de experiências, sofrimentos e, por pura reação, sonhos e desejos a realizar, medos e aversões para se proteger.
Estamos todos já cansados de viver na luta, limitações, perdas, reações, culpas, acusações e, por esta simples razão, é importante buscarmos a essência ao invés da aparência, a plenitude do ser ao invés da satisfação momentânea do ego/personalidade, transformando neste caminho nossa visão de nós mesmos, do outro e de tudo o que há. Assim, sem julgamentos ou exigências e com mais amor e aceitação, nosso mundo se transformará!
Em Paz,
Rodrigo Durante.
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