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O porquê dos incêndios

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Autor Xavier Andre

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 8/15/2016 7:19:57 AM


Ardem as florestas em Portugal e na velha Europa. As labaredas chegam mesmo às povoações, matam persoas. Culpa-se a descura humana das boscagens, os proprietários que nom limpam as ramagens mortas e folhas secas, culpa-se a aleivosia dos pirómanos, das persoas e empresas que vivem da «indústria do fogo», culpa-se a falta de prevençom e resposta das autoridades. Mas som essas as verdadeiras causas desta recorrente desfeita ecológica?

Desque o homem se tornou «dominador» sobre a natureza, dissociando-se dela e vendo-se a si próprio como externo a ela, a desertificaçom do ambiente e o extermínio de inúmeras formas de vida vem aumentando exponencialmente. Os humanos, ao longo de centos de milhares de anos de evoluiçom, fomos desenvolvendo umha funda sabedoria dos segredos e ritmos naturais do seu entorno. Porém, houvo mudanças climáticas repentinas há alguns milheiros de anos: A secura forçou-nos a viver em espaços mais restritos, à volta das veigas fluviais onde a diversidade ecológica que nos era natural conseguia continuar os seus ritmos. Mas essa reduçom do nosso ambiênte natural foi asfixiando a sua capacidade regenerativa, e assi tivemos que mudar os nossos meios de vida. O conhecimento milenar que acumulavamos sobre os ciclos vegetais e animais levou-nos cara a chamada revoluiçom neolítica: a agricultura e o pastoreio; pra podermos sobreviver nas novas e duras condições climáticas e ambientais, tornamo-nos exploradores e cúmio da natureza, em vez de o simples elo da cadeia de vida que, por natureza, adoitavamos ser.

Rompeu-se aí um equilíbrio, em que umha espêcie se dissociou do conjunto uno, pra passar a manipulá-lo como se fosse algo externo a ela. Mais tarde, esta revoluiçom dissociativa espalhou-se mesmo por áreas que nom precissavam dela (pois ainda conservavam umhas condições de humidade benignas). A dia de hoje, a humanidade apenas existe no seu estado natural de equilíbrio nalguns remotos e reduzidos recunchos do planeta (nomeadamente no Amazonas). Os humanos «dominadores» da natureza tenhem-se espalhado, progressivamente, por toda a parte, exterminado nom só inúmeras espécies animais e vegetais, mas ainda os humanos que nom precisavam dar esse passo pra fora da natureza.

É por isso que vivemos dissociados da natureza. Umha crise ambiental levou-nos por um vieiro que nom tinha retorno, pois ao nos separarmos da natureza perdemos a faculdade de nos entendermos como parte integrante dela, e o assi o nosso patrimônio de supervivência foi perdido. O problema com essa ideia de DOMINAR a natureza é que ela só pode ser sustentada com recursos ilimitados, pois na sua base está EXTRAIR, e nom CONTRIBUIR. Só quando percebemos que a extraçom de recursos está em perigo é que concebemos contribuir. É esta portanto umha concepçom materialista, em que a dimensom espiritual fica de fora, ou apenas sublimada em construções mentais do tipo das religiões monoteístas em que o home é alheio e superior ao resto da natureza 
(«Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra»).

É por isso que contemplamos a aventura espacial, de nos espalharmos por outros planetas, porque os recursos na terra som limitados e a nossa expansom ilimitada (o «crescimento económico» é o nosso verdadeiro mantra).

Tendo isto em conta é que podemos compreender a causa real dos incêndios que nos assolam. O meio rural na Galiza e em Portugal, assi como no resto da velha Europa, foi-se despovoando progressivamente, porque pra PRODUZIR alimentos temos sistemas agrícolas que já nom precisam de tantas persoas. As florestas naturais da velha Europa fôrom progressivamente eliminadas e substituídas por plantações alimentares e só quando o impacto ambiental da sua perda nos afetava (perda irremediável de diversidade ecológica, dos solos, de humidade e de paisagística) considerámos entravar e reverter essa deflorestaçom. Mas como já eramos incapazes de entender a floresta coma umha rede de relações e vida, e a viamos apenas coma um RECURSO a explorar, a nossa reflorestaçom limitou-se a plantar espécies lenhosas, madeireiras, sem criar nengum ambiente ecológico real e sustentável, ou mesmo danificando o existente (plantações de espécies de rápido crescimento, coma o eucalito).

Pinheiros e eucalitos pegam lume facilmente, sobretudo se o sub-bosque de ramagens e folhas secas nom for limpo. E pra limpá-lo precisam-se persoas, as quais JÁ NOM VIVEM nesse meio, ou quando vivem nom as limpam porque nom lhes é RENTÁVEL economicamente.

Em última análise, seja qual for a política florestal dum governo, os incêndios dificilmente vam desaparecer, porque o que subjaz a eles é a nossa visom ECONOMICISTA e a nossa DISSOCIAÇOM DA NATUREZA. As nossas fragas e florestas som apenas vistas como um RECURSO a explorar, mesmo do ponto de vista contemplativo, e nom como um ambiente em que nos integrarmos.

Mas, quais as repercusões a nível psicológico e social dessa dissociaçom humana da natureza? Guerras, disfuncionalidades, abusos e umha cultura hierárquica em que a dissociaçom e o DOMÍNIO (sobre as cousas, animais e vegetais e tamém persoas) é percebido coma algo natural.

Alguns fogos som de caráter natural, causados por lóstregos no vrao seco. Muitas espécies tenhem desenvolvido estratégias de supervivência a esses fogos, que de resto servem pra regenerar as florestas, pra dar espaço de crescimento às jovens árvores. A agricultura tradicional itinerante de queimada tamém fai uso do fogo, mas sabendo parar quando ele prejudica e destrói irremediavelmente o ambiente. Nós nom sabemos, ou mesmo sabemos, mas somos incapazes de parar a nossa queima e destruiçom do ambiente. Mas o fogo mais ardente, o que mais queima e o que está na origem de todos os fogos, e o que está a nos queimar por dentro.




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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Xavier Andre   
Produtos: “De volta à saúde“, traduçom do livro do psicologista transpersoal, Steve Taylor, “Back to sanity“.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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