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O potencial Psicoterapêutico da Terapia de Vida Passada

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Autor Milton Menezes

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 6/6/2008 2:56:10 PM


A maioria das experiências utilizando a regressão de memória a vidas passadas parece ter começado sem uma intenção terapêutica. A tentativa de fazer o indivíduo reviver situações traumáticas de sua vida acabou por colocar os terapeutas diante de um fenômeno inusitado: os indivíduos transpunham nas suas lembranças os limites da vida atual e entravam em experiências onde se viam com outro corpo, vivendo em outra época, em outros contextos culturais, mas com a certeza de que eram eles mesmos. E mais do que isto. Apesar de terem perdido aquele corpo anterior e terem reencarnado, pareciam guardar algumas características físicas (sintomas) e psicológicas na personalidade atual.

A utilização da regressão de memória com finalidades terapêuticas remonta à década de 30 do século passado. Desde 1934, Denis Kelsey utilizava a regressão de memória na tentativa de eliminação de sintomas de várias ordens. A partir daí, muitos pesquisadores e terapeutas começaram a desenvolver metodologias de tratamento utilizando esse recurso.

A idéia predominante é a de que as situações traumáticas do passado tendam a causar impactos no psiquismo e no corpo físico, gerando registros no psiquismo. Esses registros permanecem após a morte do corpo físico e vão influenciar a formação da personalidade da atual existência, podendo gerar diversos tipos de enfermidades. Ao favorecer que o indivíduo reviva essas situações, as cargas emocionais e físicas podem ser escoadas em um processo de catarse. Em outras situações, a lembrança dos traumas e das experiências anteriores promove significativos insights sobre as relações entre as experiências vividas no passado e suas repercussões na vida atual.

Porém, a partir da avaliação de uma série de casos, pudemos observar que nem sempre o cliente que passava por um processo regressivo, onde tinha realizado uma catarse significativa ou que tivera insights importantes, tinha uma melhora razoável. Seria uma inadequação da técnica? Do indivíduo? Ou do próprio terapeuta?

Começamos a perceber que além dos objetivos que chamamos de “tradicionais” em TVP (catarse e insight), era preciso explorar novos aspectos da dinâmica psíquica, que surgem com a utilização dos novos princípios. Em muitos processos a regressão é considerada de uma forma mecânica no tratamento: você sente ou sofre isso por que fez ou passou por aquilo...

Percebemos a necessidade de desenvolvimento de uma nova forma de trabalhar, estabelecendo novos objetivos terapêuticos que atendessem mais a dinâmica psíquica do indivíduo sob a nova visão antropológica que a TVP utilizava. Começamos a desenvolver o conceito de Transformação do Ser como sendo um objetivo fundamental na TVP.

Assim, começamos a estruturar uma série de intervenções e procedimentos que visassem abordar questões como os Traços de Caráter, Identificação e Desidentificação e o Sistema de Crenças e Valores. Começamos então a chamar esses objetivos de Psicoterapêuticos em TVP.

Com essa nova visão percebemos que não adianta, em muitos casos, apenas o indivíduo recordar sua experiência traumática do passado, desta ou de outra vida, se ele não consegue estabelecer um entendimento mais profundo de sua maneira de funcionar na vida, um determinado estilo com que lida com as experiências e com as pessoas. Observamos que em algumas patologias os indivíduos tendem a repetir uma série de características, na forma de interagir com o meio, desencadeando uma enfermidade na vida atual. Em nossa opinião, é preciso todo um suporte psicoterápico para auxiliar o indivíduo na construção de um novo modus vivendi que garanta novas dinâmicas psíquicas.

O trabalho ganhou aprofundamento importante quando começamos a considerar o Sistema de Crenças e Valores no entendimento da psicogênese e no tratamento de várias psicopatologias. O que fazia com que aqueles indivíduos se fixassem naquelas vidas ou naqueles padrões de comportamento? Por que repetimos aquelas mesmas reações de raiva, de impulsividade ou de insegurança na vida?
Era uma identificação mais profunda com um Sistema de Valores que parece vir se repetindo ao longo de várias encarnações. Constatamos que muitas enfermidades pareciam surgir pela identificação que o indivíduo fazia com certos tipos de valores ao longo de várias vidas e que vinham sendo repetidos. Até gerarem uma desarmonia, um desequilíbrio que resultava na patologia.

Com isso podemos estabelecer alguns parâmetros de entendimento para as principais psicopatologias como a depressão, transtornos de ansiedade como as fobias ou o pânico, os Transtornos Obsessivo-compulsivos etc..

Na verdade, a nossa abordagem em TVP mudou radicalmente com esses novos conceitos. Os Objetivos Psicoterapêuticos garantem uma abordagem mais integral da personalidade e do psiquismo humanos atendendo, com isso, a um número muito maior de casos com resultados positivos. A etapa da regressão de memória passou a ser um primeiro momento que possibilita a constatação, pelo indivíduo, com que tipo de conteúdos ele está identificado. A partir daí começamos um verdadeiro trabalho terapêutico que visa a desidentificação desses conteúdos e, mais que isso, a construção de uma nova possibilidade de viver. Essa mudança não ocorre em todos os indivíduos. É claro. Mas o terapeuta assim orientado pode ser um facilitador mais eficaz na busca que seu cliente faz de superar seus desafios.

Muitas vezes o indivíduo vai fazer pequenos movimentos de transformação. Ao melhorar um sintoma mais superficial que o perturba, vai deixar a terapia ou dizer que está “curado”. Outros vão fazer incursões mais profundas sobre a sua forma de funcionar, seus principais traços de personalidade e as mudanças que podem dar maior consistência ao seu processo de transformação, buscando novas relações com a vida.

Nosso trabalho em TVP não é de fazer os indivíduos se lembrarem de seu passado. É levá-los a uma integração de diversas partes, pequenos “eu’s”, que permanecem em aberto em seu psiquismo de profundidade e que repercutem na personalidade atual. Nosso objetivo é levá-lo a um processo de transformação a partir do sentido que a enfermidade tem na sua vida. Ao se verem passando por diversas vidas, se vendo como uma unidade indestrutível que continua a crescer e se desenvolver, podem refazer suas aspirações e dar novo sentido à sua existência. Um verdadeiro e profundo processo de autoconhecimento e transformação.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Milton Menezes   
Milton Menezes - Presidente do Instituto Vita Continua. www.vitacontinua.com.br Presidente do 3º Congresso Mundial de Terapia Regressiva no Brasil.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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