O preço da mudança
Autor Ingrid Monica Friedrich
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 23/01/2010 19:01:49
Temos observado que muitas pessoas, em qualquer idade, mas em maior grau os adolescentes, estão vivenciando fases de depressão, a sensação de impotência em assumir os fatos da própria vida.
Qual nós que nunca ficou deprimido? Porém, é um momento, e não o que somos realmente.
Surtamos, vamos aos médicos, tomamos remédios, melhoramos momentaneamente, mas qualquer novo fato nos leva de novo à sensação de impotência, da existência de um enorme vazio no meio do peito, como perdêssemos nossa integridade.
Sabemos que a impotência é falta da força corajosa que nos dá a capacidade de dar um novo passo a frente.
Temos então que entender porque esta força de ação que sempre esteve conosco, e que faz parte vital de nossa inteligência orgânica, nos abandonou e buscar reencontrá-la.
Enquanto crianças, vivemos sob os valores, crenças e exemplos que nossos pais, professores e o meio nos oferece, sem questionar. Assumimos que s e dão certo para o grupo, nos guiaremos por eles, e construímos uma auto-imagem do que os outros esperam que sejamos.
Se o meio dá valor ao estudo, buscaremos ser aceitos sendo ótimos alunos. Se é o esporte, nos esforçaremos em sermos atletas de destaque.
Porém, chegam momentos na vida, que nossa alma, começa a questionar estes valores, e em geral o nosso primeiro confronto com a visão do mundo vem na adolescência, e repete-se ao longo da vida.
E entramos em crise existencial.
Mas podemos desmontar esta palavra crise em: CRIE e usar o S retirado em Solução, ou seja, criemos soluções. No chinês o anagrama para crise e crescimento é o mesmo.
O que causa nossa crise interior na realidade, é que a imagem que temos de nós mesmos e que é aprovada pelo meio, mudou, mas ainda não temos consciência disto, e existe um medo de que não mais nos amem, e que os novos valores que começam a surgir sejam questionados ou estejam errados. E com isto perdemos um pedaço significativo de nossa alma, e o apego a nossa zona de conforto, nos impede de consolidar a mudança.
É como se os velhos valores, assumissem uma consciência independente, que se agarra desesperadamente como um moribundo à vida, e então toda a força que temos é desviada ao apego a esta imagem, pois nós confundimos o que realmente somos com a imagem que temos de nós.
E como para assumir os novos posicionamentos precisamos de força, de movimento, esta velha imagem nos sabota, paralisando-nos através da depressão, do desanimo, a ponto que não somos mais capazes de nos olharmos no espelho, nem para escovar os dentes.
Nossa necessidade de sobrevivência, em um momento vem à tona, e nos obriga a reagir, e neste instante percebemos que podemos criar uma nova imagem de si mesmo, mais de acordo com o que nossa alma acredita que temos não só o direito como a obrigação de mudar, de questionar, e verificarmos pela nossa própria experiência o que tem significado ou não para nós, hoje.
A crise ressignifica cada coisa em nossa vida, lhe dando um novo sabor.
Quantos de nós, que tivemos a influencia de pais ou avós que viveram antes do advento da televisão, aos nos ver horas diante dela, não colocou como valor a frase:
Você não tem mais nada de útil para fazer? Já fez tudo que existia para ser feito?
E lá vamos nós, que estávamos nos deliciando com um filme, nos sentindo culpados por estarmos nos dando o direito de ficarmos sem fazer nada.
E quantas vezes, nós que vivemos fazendo cursos, lendo, nos atualizando, mas a auto-imagem que fazemos de nós ainda esta presa ao que fomos a muitos anos no passado, e não nos damos conta que a cada dia, a cada experiência que tivemos, mudamos e que não somos mais os mesmos nem da semana passada, que perdemos pessoas que eram importantes na nossa vida, apenas porque deixamos de ser quem éramos, e não porque elas deixaram de nós amarmos, fomos nós que deixamos de ser quem ela amava.
Quantos temos vergonha de assumir que no passado adorávamos o verde, e hoje amamos o amarelo, que permitimos mudar nossos gostos e caminhos?
Crise é crescimento, é evolução, e estamos aqui, com o pleno direito de errar, e não com a obrigação de acertar, apenas mudarmos no sentido da maturidade espiritual.
Podemos fazer isto pela auto-analise, e recriação de nossa auto-imagem, ou quando nossa alma através da dor, nos fizer parar para se olhar.
E cabe a nós quando estando ao lado de alguém que passa pela crise, também olharmos para nossos valores que estão sendo questionados, e perguntar se eles são mais importantes, se são tão validos, que deixaremos de amar a pessoa, só porque ela não partilha mais deles? Por exemplos, se somos evangélicos ou católicos para quem reencarnação não existe, podemos aceitar que ela passe a acreditar na imortalidade da alma?
Lembremos que compaixão significa paz (serenidade) em ação, e tragamos a paz aos que amamos, e que firmeza é uma força para o bem, mas a teimosia é uma energia para o mal, para que não precisemos usar mascaras para manter o afeto próprio e dos outros...
Ou devemos demonstrar para ela que a amaremos seja ela quem for, como for, e no que ela se transformar, dando-lhe a segurança e o apoio para que ela realize seu processo da forma mais leve possível?
Principalmente ao adolescente que pela primeira vez está montando o quebra cabeças que é a imagem do que ele quer ser como adulto, qual o caminho que vai tomar, que profissão vai seguir, que já tem dentro de si uma batalha homérica com a expectativa e as imagens que lhe foram dadas pela família e meio, podemos ajudá-lo a usar sua força vital, não no sentido de se manter apegado aos velhos valores e crenças, mas sim na formação de sua nova identidade, onde ele deixa de ser filho de alguém, mas sim usar esta energia no sentido de se tornar um adulto seguro de si mesmo.
Façamos um exercício:
Vejamos se nossa auto-imagem está atualizada com o que somos, ou onde paramos de nos olhar, e perceber o que precisa ser mudada nela, antes que o conflito interno da alma versus vida que levamos nos envie ansiedade, stress e depressão que são passos na direção de conseguir uma obsessão...
(23 jan 2010)
Avaliação: 5 | Votos: 10
Ingrid M. Friedrich (CRT 44680) Atua com Psicoterapeuta Alquimista e Junguiana- Conselheira Metafisica, Mediúnica e Profissional-Terapeuta Breve-Lado Sombra, Reprogramação Autoimagem, PNL, e técnicas em sincronícidade, como facilitadora no processo do autoconhecimento, em busca de melhor qualidade de vida. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
