O que fazer quando levamos um fora?
Atualizado dia 3/16/2006 6:49:53 PM em Autoconhecimentopor Maria Silvia Orlovas
Aprendi com os mestres que, nessas horas, o melhor é ver a onda passar e não esboçar muita resistência, pois quanto mais resistimos, mais difíceis e confusas se tornam as situações. Isso não quer dizer que não tenhamos nenhuma ação frente aos momentos estressantes da vida.
Percebo que muita gente vem em busca de vida espiritual e chega aos meus grupos de meditação e canalização das mensagens espirituais dos mestres de luz porque a vida não está dando certo, por estar enfrentando uma decepção e por acreditar que a ajuda espiritual poderá facilitar as coisas. De fato, isso é verdade. Sempre brinco que poucos são os que vêm para a vida espiritual espontaneamente, já que a maioria acaba mesmo chegando com muito sofrimento.
Isso não é diferente na terapia de Vidas Passadas, pois a maioria dos meus clientes procura marcar um horário quando suas tentativas de felicidade se esgotaram. Não acho que seja errado. É possível encontrar muitas explicações em vidas passadas. No entanto, a solução não mora no passado, mas no presente, em nosso comportamento na vida atual. Podemos descobrir que fomos nós os causadores de questões que hoje nos trazem grande infelicidade e tormento. Mas de que isso adianta se não modificarmos profundamente nossas ações hoje? As vidas passadas mostram, muitas vezes, onde se originaram certas questões e até podem orientar a um caminho de cura. Mas, efetivamente, caminhar depende de cada um, do empenho pessoal e de humildade em aceitar mudar de rumo.
Vejo que muita gente se fixa em escolhas que aparentemente são corretas e, por conta de uma falta de flexibilidade, perde-se na solidão. Digo isso porque a maioria das questões e problemas reside em nossos relacionamentos. Todos nós somos interdependentes do mundo à nossa volta, pois não existimos sem ele. Somos irmãos de alguém, filhos, amantes, namorados, colegas, pais e mães. Nossa vida é baseada em relacionamentos e desempenhamos vários papéis ao mesmo tempo. Podemos, em alguns deles, ser bem-sucedidos, com alegria e disposição, enquanto em outros nos considerarmos perdidos e infelizes.
Maristela chegou até mim sem muitas esperanças e palavras. Via-se em seu rosto a sombra da tristeza. Era uma mulher bonita, dos seus 45 anos, com olhos bem azuis e cabelos escuros. Aparentava menos idade, mas quando começou a falar, imediatamente se transformou numa velha senhora.
Fazendo uma pequena pausa, meu amigo leitor, quero convidar você a abrir sua mente para observar o mundo à sua volta. Você já percebeu que, como minha cliente que em alguns segundos envelheceu anos, fazemos isso também ao fixarmos nossa impressão negativa em tudo o que nos cerca quando estamos tristes ou contrariados? Já percebeu que quando estamos tristes tudo perde o brilho e se estamos felizes a vida toma outra cor?
Pois bem, já em relaxamento, captei o inconsciente da Maristela e apareceu um mundo muito triste, de uma senhora rica que perdeu o marido na guerra e, mesmo depois do término do conflito, nunca mais conseguiu reconstruir sua história porque foi tomada pela amargura. Sua alma dizia: “Eu me fechei no meu mundo”.
Maristela era professora universitária e ao terminar a sessão comentou que agora compreendia melhor o que estava acontecendo em sua vida. Explicou-me que havia terminado um relacionamento de oito anos e, desde então, a vida ia passando sem luz e sem brilho e que ela, antes uma mulher ativa e aberta ao mundo, continuava passando pelas questões de modo superficial. Estava triste e contrariada com os rumos do destino e não conseguia aceitá-lo.
Conversamos sobre o fato de ninguém ser vítima das situações e que devemos aceitar a vida como ela se apresenta. Ponderamos juntas que precisamos, inclusive, aceitar as escolhas das pessoas que às vezes não querem mais ficar conosco. O que fazer quando levamos um fora?
Maristela agora mais leve e até rindo do seu comportamento me disse que muitas vezes pensou em se vingar de seu companheiro, apesar de nunca ter coragem de levar a cabo o seu intento. Disse que uma força maior a impedia de tomar essa atitude e que agora ela entendia que teria sido péssimo fazer isso e que nada teria adiantado uma atitude assim.
Expliquei que os mestres de luz sempre ensinam a abrir a mente, o coração e alma para a vida. Eles dizem que não devemos nos ver como derrotados e precisamos aceitar a mudança, o novo. Porém, neste plano de existência, sabemos muito bem que quando amamos alguém fica muito difícil aceitarmos que o relacionamento tenha acabado e procuramos, como loucos, nos afastarmos de tudo, perdendo com isso, o contato com nós mesmos. A auto-estima fica destruída e o amor-próprio em frangalhos. A tendência é cairmos em depressão e nos acharmos vítimas do destino nos fixando na dor sem querer vivê-la. Conversamos ainda sobre aceitação, a perspectiva dos problemas e a acolhida dos próprios sentimentos e emoções. Nessas horas, o elo entre a aceitação e a pena de si mesmo é muito tênue. Temos sim que nos resignar, mas conviver com a nova fase da vida é fundamental para construirmos uma ponte para outros horizontes.
O mais impressionante de tudo foi ouvir esta pessoa dizer que compreendera que, até então, esteve viciada no sofrimento e por conta disso tinha fechado os seus caminhos. Agora desejava abri-los novamente...
Texto revisado por Cris
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Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores. Me acompanhe no Twitter e Visite meu blog E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |