O que você precisa saber sobre a mente
Atualizado dia 6/4/2017 10:03:31 AM em Autoconhecimentopor Paulo Tavares de Souza
É claro que não, ninguém consegue fazer isso, a mente é incontrolável, você jamais irá dominá-la. Aqueles que vendem receitas mágicas para isso, além de presunçosos, são mal intencionados.
A mente é um aparelho que trabalha a favor da nossa própria evolução, indispensável para o desenvolvimento dos nossos processos psíquicos, portanto, é um instrumento natural e necessário. Existem instâncias em nosso ser, muito mais avançadas que a controlam, pois seria uma incoerência se ela fosse administrada pelo ego. A mente não poderia ser um instrumento criado para a satisfação dos nossos desejos como querem alguns. Cuidado com o discurso fácil do empoderamento mental.
A mente trabalha alheia à nossa vontade, tem que ser assim, pois ainda não possuímos maturidade e nem capacidade para conduzi-la. Estamos presos na terceira dimensão, escravos de sensações e emoções, identificados com um falso eu e cheios de necessidades ilusórias, como poderíamos controlá-la?
Na verdade, meu amigo, não podemos controlar a nossa mente, podemos apenas criar as condições para que ela trabalhe, de forma cada vez mais equilibrada e saudável, a nosso favor; tratando as informações externas com leveza, sem problematizar tanto as coisas e isso resume todo o sentido da nossa existência: estamos aqui para mudar o significado e a importância de tudo aquilo que juntamos em nosso depósito mental, para que a mente não tenha que lidar com tanto lixo.
Quando, diante de um evento qualquer, você se ofende ou se indigna com algo que foi dito ou feito, imediatamente, esse evento é registrado no éter cósmico - naquilo que os hindus chamam de Akasha - e esse registro ficará conectado contigo até que, com a ajuda da mente, ele se dissolva em função da perda de importância e significado que as experiências da vida irão promover.
Todas as nossas experiências são armazenadas com a sua respectiva carga afetiva nos porões do inconsciente; desta forma, aquela raiva, aquela revolta, aquele assombro, enfim, todos os combustíveis emocionais usados para processar um acontecimento, continuam guardados, juntamente com a memória do fato e cabe à nossa mente a tarefa de conduzir esse lixo, constantemente, a superfície, para o equilíbrio do psiquismo.
Nesse sentido é que podemos afirmar que ninguém é culpado pela sua raiva, pois esse sentimento negativo já estava presente em você e, sendo assim, o outro apenas serviu de estopim para uma pólvora que já estava guardada. Por isso, precisamos conviver com as pessoas com as quais convivemos.
Se não fosse a mente, a alma humana seria um verdadeiro aterro sanitário, pois ela trabalha constantemente na descarga de energias armazenadas, em uma verdadeira faxina emocional.
Não se controla a mente, podemos apenas deixar de juntar lixos para que ela trabalhe menos, pois o trabalho dela é indispensável.
Como não juntar lixos emocionais? Simples, basta não dar tanta importância aos acontecimentos, simples assim. Tudo aquilo que você reveste de importância irá, de alguma forma, escravizá-lo.
Grandes sábios, como Ramakrishna, Jesus, Ramana Maharshi, Buda e tantos outros, nos ensinaram basicamente as mesmas coisas: o desapego, a renúncia, o perdão e a importância de tratarmos o mundo com um total desinteresse.
É preciso viver no mundo sem ser do mundo, para isso, não podemos nos afetar com coisas tão pequenas. Vale a pena nos lembrarmos daquilo que ensina o ‘Louco de Deus’ (Ramakrishna):
“Pode o barco estar na água, mas a água não pode estar no barco; pode o homem estar no mundo, mas o mundo não pode estar dentro do homem”.
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