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O sentimento permanece...Somente mudam as exigências dos tempos...

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Autor Joseila Gerotto

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 27/04/2010 10:53:42


Hoje recebi um belo texto que muito bem descrevia os encontros do passado, quando todos se reuniam em casa de amigos e simplesmente aproveitavam cada minuto de tempo vivido, quando todos se abeberavam nas conversas trocadas dentro do grupo, e quando se podia apreciar a companhia uns dos outros. Saudades destes tempos, entretanto um sentimento mesclado com vontade e determinação de transformar o presente para que este possa ser vivenciado com o mesmo anelo que o passado, anseio por vida!
Os tempos mudam e com eles suas exigências. Bons tempos, sim, aqueles em que podíamos nos reunir com os amigos e “jogar conversa fora”, em que podíamos no dar ao luxo de sentar por cinco minutos para apreciar as nossas vidas, em que o encontro era um simples encontro, puro deleite. Sim, todos gostamos de recordar o passado, os momentos belos que vivenciamos, principalmente quando as preocupações não tinham espaço. Isto, contudo, já passou, e podemos mudar o que não nos agrada mais viver, se pudermos incorporar o que de belo experienciamos um dia, não é mesmo?
O mundo ao nosso redor está em constante mudança e todos fazemos parte destas mudanças. Mudamos porque queremos, ou mesmo porque não o queremos, somos envolvidos por elas, afastamo-nos delas, vamos ao seu encontro, e quando “passamos a peneira”, resta-nos aquilo que mais importa na vida, creio eu, que é a vontade de não deixar adormecer o sentimento de união que está sempre "gritando" para ser ouvido.
O sentimento que o mundo compartilha, de amar e ser amado, de aceitar e ser aceito, de reconhecer, ser reconhecido e principalmente de se reconhecer a si mesmo, é inalterável, permanente! Somente as formas mudam... Não podemos impedir a evolução, contudo podemos dar uma pequena parada em nosso dia-a-dia e refletir sobre aquilo que pode ser descartado para que possamos continuar cultivando e nutrindo bons relacionamentos, para que possamos usufruir de encontros tão saudáveis como os do passado, enfim para que a aspiração ao compartilhamento não se perca no ontem! O futuro vai ser apenas o resultado de nossa dedicação em transformar o que hoje vivemos, buscando resgatar o mesmo anelo de antes.
Não há fórmula mágica para resgatar o anseio e transformá-lo em realidade. É somente atuando, colocando em prática o conhecimento que ele vira sabedoria. Que tal começar hoje?!
Gente, belo texto que acorda em mim a liberdade que tenho diante das escolhas que faço! E que todos possuímos! Agradeço por poder viver este momento!

Abaixo o texto que vocês, com certeza, gostarão de ler, principalmente os que viveram esses momentos um dia!


Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.

Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina.
Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia.
Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade...

José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Joseila Gerotto   
Professora de alemão e inglês (exames TOEFL e SAT), consultora astrológica, facilitadora do Jogo da Transformação, PNL e life coach Página no facebook: Kironcoaching e-mails: [email protected] e [email protected]
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