O tapado e o criativo - parte 1




Autor Alex Possato
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 20/05/2008 15:50:51
Lembro-me que, aos 8 anos de idade, o meu avô me chamava de “tapado”. Apesar de ter estudado até somente a quarta série do primário, meu avô era uma pessoa inteligente, com muita lógica e orgulhoso das relações que podia traçar com o seu pensamento cartesiano, linear.
Acreditei que deveria também desenvolver a minha mente racional, colocando mais e mais informações e traçando paralelos, assim como percebi em meu avô, que apesar dos pesares, era um grande símbolo para mim. Ensinaram a ele que é assim que o ser humano se distingue e domina os outros animais: pensando... E também ensinaram a mesma coisa para mim, nos anos e anos de estudo.
Se eu fosse um bom observador, alguns simples detalhes diriam que esta lógica associativa não leva a lugar nenhum: meu avô não foi bem sucedido financeiramente, teve um casamento amarrado e insatisfeito, criou projetos que nunca deram certo, mesmo sendo muito inteligente e trabalhando com afinco, de sol a sol.
A inteligência dele serviu para discutir assuntos como política, planos econômicos, futebol, literatura, etc., ou seja, não tinha utilidade prática nenhuma. O que quero dizer com utilidade prática? É que a inteligência seja acompanhada de bons resultados para si mesmo. Mas só fui perceber isso depois de percorrer o mesmo caminho.
Estudei muito, aprendi muita coisa, sou capaz de fazer milhares de associações, e posso dizer que meu avô estava certo: continuo um “tapado”, um grande “tapado”... Mas tal era o meu fascínio pelo funcionamento da mente, sobre a inteligência, a criatividade, motivação e sucesso pessoal, que não desisti de investigar qual é o diferencial que faz pessoas serem felizes e bem sucedidas e outras não, apesar de inteligência e informação.
Os estudos de programação neurolingüística dizem que, devido à totalidade dos seres humanos serem constituídos, biologicamente, da mesma estrutura, todos possuem os mesmos recursos. Isso quer dizer que aquilo que é possível para um, é possível para qualquer um. Opa, então tenho esperança! – pensei... Porém, a dúvida persistia: qual é a razão que faz algumas pessoas se saírem bem nos relacionamentos, na vida profissional, na criatividade? Como eles utilizam a capacidade mental? Certamente não deve ser como nos ensinam na escola, caso contrário, eu não seria tão “tapado”, e saberia solucionar meus problemas familiares, minhas brigas com a patroa, minhas dúvidas sobre caminhos, etc. E mais: saberia resolver na prática o grande enigma que é: como um ser humano dotado absolutamente de todos os recursos para ser feliz consigo e com os outros, não consegue estar satisfeito consigo nem com os outros?
Pensamento criativo não é o mesmo que pensamento positivo
Falaram que eu tinha que pensar positivamente. Acreditei. E reconheço que o pensamento positivo pode ter bons efeitos principalmente na manutenção da saúde emocional de um indivíduo, ajudando, portanto, a manter a saúde física também. Isto é um fato. Mas, depois de ficar anos participando de grupos que se dedicavam a “treinar” o pensamento positivo, buscando a realização pessoal, descobri que esse método é totalmente furado. Nossos professores e mestres, que estavam alguns há mais de 60 anos praticando o que ensinavam, ou seja, formas de pensar positivamente e ter fé, não estavam nem um pouco realizados, nem financeiramente, nem emocionalmente... Qual era a idéia deles? Mais ou menos era o seguinte: você pensa positivo, purifica o seu íntimo, coloca metas e o universo se encarrega de trazer o que você quer. Pois é, teoria bonitinha, mas não... funcionava... É a mesma coisa que observo hoje, com alunos e pessoas que acham que pensar num objetivo com firmeza faz com que a Lei da Atração traga até você o objeto do desejo. Onde está o problema nesta teoria? Por que algumas pessoas conseguem o que querem, enquanto tantos outros são “tapados” como eu?
Isso me intrigou e me fez buscar outras explicações. Depois de perceber que os espiritualistas, de maneira geral, não possuem a resposta, fui atrás das pessoas que realizaram coisas. É lógico isso. Como posso aprender a correr de fórmula 1 com professores que só sabem andar de bicicleta? E mergulhei profundamente naquilo que chamamos de estratégia mental. E percebi que o pensamento linear, racional, não é o ponto central do sucesso de uma iniciativa. Nem o pensamento positivo leva alguém muito longe. Descobri algo que se chama “pensamento criativo”. Criativo é aquele que inventa, inova, cria, constrói. Logo, realiza.
Alex Possato é consultor, especializado em programação neurolingüística
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Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |