O trabalho interior




Autor Rodrigo Durante
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/27/2020 11:45:15 AM
Enquanto no ego, nós estamos o tempo todo escolhendo, seja consciente ou inconscientemente, decidindo como viver a nossa vida. A vida baseada no intelecto e emoções como parâmetro para nossa verdade é sempre voltada para as condições externas que nos trarão a segurança, paz e felicidade que almejamos. É sempre uma busca atrás da outra, com constantes oscilações de humor, sofrimentos, medos e conflitos de interesses com outros egos sedentos por preenchimento, proteção e satisfação também.
Nossos relacionamentos são movidos a interesses, mesmo que disfarçados de amor. O trabalho, a aparência e mesmo a fé, tudo seguindo os pré-requisitos de satisfação do intelecto, de como aliviaremos nossas feridas e de acordo com nossas mentalidades e comportamentos. Não é de se estranhar que por mais que tentemos nos manter em paz e entusiasmo, sempre há algo que nos desvia desta sintonia e que nos impulsiona a novas buscas por preenchimento, motivados pela dor e medo do sofrimento ao não satisfazê-los.
Existem 5 posturas principais que nos causam sofrimento: a primeira é a mais comum, são as descargas emocionais que temos perante as situações que a vida nos apresenta. A segunda são nossas preocupações, medos e imaginação de um futuro negativo e desfavorável. A terceira são os diálogos mentais baseados em memórias e emoções que estão guardadas em nós. A quarta é a fuga do momento presente, por exemplo, quando estamos imaginando algo melhor que gostaríamos de estar fazendo naquele momento e alimentando expectativas de como tudo precisa ser. A quinta e mais escondida de todas, é uma postura mental "de fundo" que nos conduz a vivermos cada momento de uma maneira ou de outra, nos mantendo presos em tensões, ansiedades, pressa, escassez, depressão, sofrimentos, inseguranças, raivas etc. que utilizamos como base para nossas escolhas, como aproveitamos a vida e que caminhos seguir.
Autoconhecimento então é estar aberto para perceber aquilo que está por trás de nossas buscas e aparências nos mantendo no superficial, no sofrimento e limitação, além de encontrar em nós mesmos quem verdadeiramente somos.
Se é a felicidade plena que buscamos, é importante sabermos que quanto mais alimentamos nossos julgamentos e opiniões com justificativas, discursos e ações, mais a nossa mente controla nossa atenção e reações emocionais desviando-nos do ser, que é quem verdadeiramente somos, a única fonte de felicidade plena dentro de nós. Assim, permanecendo subjugados por estes 5 padrões, sempre estaremos distantes da realização do nosso pleno potencial de Luz e Amor.
Alinhar-nos com nossa verdade mais profunda é uma prática simples e gratuita, requer apenas nossa vontade, comprometimento e determinação. No princípio, basta estarmos atentos à nossa postura mental ou estado interior à cada momento, buscando reconhecer o que está motivando cada pensamento, desejo ou ação. Nos libertando dos dramas, acusações e vitimismos, reconhecemos que tudo o que vivemos é fruto de uma sucessão de escolhas em desequilíbrio com o ser e, se assim o fizemos, podemos fazer diferente agora.
Assim, a cada padrão que encontramos, basta trazermos nossa consciência de volta ao aqui/agora, ao nosso coração, ao silêncio interior, acolhendo amorosamente o que quer que tenha aflorado ou esteja circulando por nossa mente. Com a prática, nos alinhamos mais e mais com este silêncio e paz característicos do ser, ao passo em que fica cada vez mais fácil nos desidentificarmos das exigências mentais com suas ameaças e sofridas descargas em nosso corpo físico.
Já mais conscientes de quem somos, nossa atenção permanece no ser e os pensamentos e descargas emocionais se apresentam cada vez mais como um visitante, não como nós mesmos. Desidentificados do ego, a paz, a felicidade, a segurança, a plenitude e bem estar do ser passam a ser nosso "normal", nossa vibração mais fácil e natural, encontrada na calma e silêncio interiores onde nossa vida acontece!
Em Paz,
Rodrigo Durante.









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