Odiadores, odiarão
Atualizado dia 27/04/2016 13:51:44 em Autoconhecimentopor Andrea Pavlo
E gosto de receber críticas. Principalmente ao meu trabalho. Recebo muito, milhões de elogios e agradeço um por um. Mas sei que uma crítica bem feita, bem colocada, de maneira clara e contestando o que não se concorda, pode mudar a gente. Eu fiz terapia por anos e sempre prestei muita atenção ao que meu terapeuta me dizia. Quando alguém aponta alguma coisa, a primeira coisa que eu faço é parar para pensar. Será que existe uma razão ali? Será que realmente aquilo poderia ser real ou verdadeiro e eu que não estou enxergando?
Mas o que andamos vendo nos últimos tempos não é isso. Não são críticas reais, com argumentos verdadeiros. Não são pessoas que querem ajudar com a sua opinião. Não é mais a raiva sendo usada de uma maneira bacana, em prol de uma mudança positiva na sua vida. Estou vendo o ódio. As pessoas guardam as raivas. A raiva de não ser o que se queria ser. A raiva de não estar onde se queria estar. Guardam dentro de si mesmos, sonhos e mais sonhos que acham, acreditam e impõem a si mesmo que jamais serão realizados. “Eu nunca vou ser aquele cara”, “Eu nunca vou ter aquele corpo” ou qualquer coisa assim, bem fora de si. Isso gera a tal inveja, aquela que destrói. A inveja, assim como a raiva, quando bem utilizada, também pode operar milagres.
E aí as redes sociais são um bálsamo. Um alívio para corações cansados e cheios de porcarias que não sabem onde colocar. Uma maneira de odiar, atrás de um computador, protegido por uma tela de led. Na crítica entra de tudo: ofensas pessoais, machismo, preconceitos, palavras de baixo calão. Cada “possível defeito” do outro é apontado, execrado. A partir daí só vale a sua “verdade”. Tudo o que o mundo pesquisou ou sabe é inútil. A mulher é vista assim e pronto. Os sentimentos dos outros não valem mais nada. “Será que a pessoa ficará chateada e não vai dormir de noite? Ah, que se dane”.
Isso gera uma energética pesadíssima. Aquele que recebe a crítica precisa ter uma casa de tijolos bem maciço, como aquela dos três porquinhos. Os chamados “haters” não tem limites e nem empatia. Não é mais uma opinião contra a outra, mas é uma vida contra a outra. Nessa seara entra tudo: política, sentimentos, gostos pessoais, sexualidade. Tudo que é o que eu não acredito, o que eu não concordo, é porcaria, é lixo e merece ser execrado em praça pública. E junto com isso vem as maria-vai-com-as-outras, os atos de vandalismo, as invasões de contas particulares. Ódio e mais ódio. Raiva e mais raiva. E tudo aqui não passa, somente, daquilo que o agente critico está sentindo dentro dele.
Vou dar uma dica, apesar de ninguém ter me pedido: cuide mais de você mesmo. Avalie seus sentimentos. Perceba se aquilo que você ataca não é exatamente aquilo que você mais precisa. Mais compaixão por si mesmo. Mas amor a si mesmo. Defender sim, o seu ponto de vista, sempre, mas sem misturar as estações. O nosso racional é muito capaz, a nossa inteligência é maravilhosa, ela pode sim dar conta disso sem misturar as coisas. Menos é mais. Sempre.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 11
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |