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Olhar para o feio em nós

Atualizado dia 7/24/2020 1:37:35 PM em Autoconhecimento
por Andrea Pavlo


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Tem coisas que são bem difíceis. Situações ou estruturas que demoramos a entender e, mesmo quando entendemos, tendemos a nos esquivar. Coisas que simplesmente não gostaríamos que fossem assim, que não fazem sentido ser assim, mas que existem e que precisam ser olhadas.

Confesso que não consegui assistir o vídeo da morte de Georg Floyd. Não consegui olhar até o final. Fiquei fechando os olhos, tentando olhar para o outro lado. Fiquei pensando em justificativas, não é possível que isso seja racismo, assim puro e simples. Não é possível. Mas foi, foi racismo.

Aprendi a me forçar a olhar para o lado feio da vida. Vendo o menino Miguel entrando no elevador que o levaria à morte. Pensando na minha sobrinha, da mesma idade, perdida pelo prédio. Me forcei a olhar, também, para os preconceitos que eu tenho e para os preconceitos que eu sofro.

Sempre fui da causa plus size. Sempre fui gorda e nunca achei que deveria me incomodar com isso. Mas algo dentro de mim ainda se incomoda. Sim, sei que preciso perder peso para melhorar a minha saúde e, principalmente, melhorar a alimentação. Mas a grande verdade é que minha autoestima seria diferente se eu fosse mais magra ou apenas magra mesmo.

Isso porque nossa autoestima passa pelo olhar do outro. Não vivemos em uma ilha, muito pelo contrário. Mas ser gorda é uma condição que, mesmo que com muito sacrifício, eu posso mudar. Mas e as pessoas pretas, asiáticas, baixas demais, altas demais ou apenas aquelas consideradas “feias”. E as pessoas más, ruins mesmo, as antipáticas, as sem noção. Toda essa estrutura é tão complexa.

De fato, mudar a nossa autoestima profundamente é um trabalho árduo. Mas a primeira coisa que precisamos ter é a coragem de olhar. Não interessa qual é a sua “condição” e nem como você pode mudar, mas deve. Amar a si deveria ser um ato incondicional e só assim poderemos amar ao próximo e parar de fazer atrocidades pela cor da pele ou pela condição social.

Eu escolho acreditar. Acreditar, não só na justiça, mas também na mudança social. Que todos possam olhar suas mazelas, curá-las e assim curar o todo. Ser a mudança que queremos ver no mundo, realmente entender que o outro é só um reflexo de nós, o nosso complemento, o nosso irmão.

A humanidade precisa se olhar diferente e, sinceramente, eu vou continuar acreditando que sim, isso é mesmo possível.

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Conteúdo desenvolvido por: Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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