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Orunmilá & Exu Parte1

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Autor Orlando josé ravaglio

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 5/25/2006 10:22:10 PM


ORUNMlLÁ & EXú
ORUNMILÁ não pode ser invocado com soÍ quente. É um orixá sutil. Suas obrigações são realizadas antes do amanhecer e em silêncio, pois ele detesta barulho. Todos os participantes devem estar de branco.
Durante os sacrifícios para ORUNMILÁ ele traz consigo um grande companheiro: EXÚ, que com o assentamento ao lado do seu participa de todo o ritual, comendo juntos na mesma mesa.
Notamos que Ifá não é um orixá como muitos o consideram, e sim o sistema da religião africana que está inserido toda a arte curativa ou destrutiva dos Yorubá.
Vemos também que Exú é o mensageiro de Orunmiiá em todo este conjunto de ensinamentos que remonta a milhares de anos. Para enfatizar e tomar mais clara a ligação que existe entre Exú-Orunmilá, vamos contar uma história do Odu Ogbê Ogundá citada por Verger, 1966: 146) que nos mostra de modo similar como Orunmiiá (substituindo Obàtálà) apazigua Iyá-mi com a ajuda de Exú; que, em sua qualidade de filho, de princípio de vida individualizada, conhece os segredos da procriação. A história é muito longa e seu elemento fundamental é um enigma que Orunmilá deverá ser capaz de resolver, para garantir sua própria existência e a dos seres humanos. Deverá adivinhar o sentido da seguinte frase: Elas dizem, lançar; Orunmilá diz, agarrar e isso sete vezes. Orunmilá responde que elas vão lançar um ovo sete vezes e ele deverá agarrá-lo num punhado de algodão. Orunmilá é perdoado e também os filhos dos seres humanos. Os nascimentos podem continuar. Para que a vida dos seres continue, Orunmilá deve conhecer o enigma da fecundação, a relação de ovo com algodão. O ovo, elemento-signo feminino. Resolvido o enigma, agarrar um ovo no punhado de algodão, fecundar lyá-mi, estabelece a relação harmoniosa feminino-masculino que toma possível a continuidade da existência.
ORUN
Esclarecedora é a história Atorun dorun Exú, do Ogbê-Hunte, sobre o nascimento e a propagação de Exú no ài)nos nove espaços do orun. Esse signo apareceu para Oru quando ele foi consultar os Babalawo.
NUó TI NLO Rtt TÓRO OMO, LÓDó ÓRIsÁ IOBÓ-WÚJI.
No dia em que ele foi requerer uma criança a Orixá Igb6-wúji (Orixalá).
A história conta que Olodumaré e Orixalá estavam começando a criar o ser humano. Assim criaram Exú, que ficou mais forte, mais difícil que seus criadores: Exú si le ju àwon mejeji 10. Olodumaré enviou a Exú para viver com Orixalá; este colocou-o à entrada de sua morada e o enviava como seu representante para efetuar todos os trabalhos necessários. Foi então que Orunmilá, desejoso de ter um filho, foi pedir um a Orixalá. Este lhe diz que ainda não tinha acabado o trabalho de criar seres e que deveria voltar um mês mais tarde. Orunrnilá insistiu, impacientou-se querendo a qualquer preço levar um filho consigo. Orixalá repetiu que ainda não tinha nenhum. Então Orunmilá perguntou:
- Quem é aquele que vi à entrada de sua casa? É aquele mesmo que eu quero.
Orixalá lhe explicou que aquele não era precisamente alguém que pudesse ser. criado e mimado no àiyé. Mas Ohmmilá insistiu tanto que Oxalá acabou por aquiescer. Orunrnilá deveria colocar suas mãos em Exú e, de volta ao àiyé, manter relações com sua mulher Yeb,Yrú. que conceberia um filho. Doze meses mais tarde ela deu à luz um filho homem e, porque Oxalá dissera que a criança seria Alágbára, Senhor do Poder, Orunmilá decidiu chamá-Ia Elégbára.
Assim, desde que Orumnilá pronunciou seu nome, a criança, Exú mesmo, respondeu e disse:
IYÁ,IYÁ
NG O JE EKU
Mãe, mãe
Eu quero comer preás.
A mãe respondeu:
OMO NAA JEÉ
OMO I’OKÚN
OMO NI DE
OMO NI JÌNGÌNDÌNRÌNGIN
A MU SE YÌ, MÙ SÕRUN ARA ENI
Filho, come, come
Um filho é como contas de coral vermelho Um filho é como cobre
Um filho é como alegria inestingufvel
Uma honra apresentável, que nos representará depois da morte.
Então Orunmilá trouxe todas as preás que pôde encontrar.
Exú acabou com elas. No dia seguinte, a cena se reprodu2iu com Exú pedindo e devorando todos os peixes frescos, defumados, secos etc., que existiam na cidade. No terceiro dia, Exú quis comer aves. Gritou e comeu até acabar com todas as espécies de aves. E sua mãe cantava todos os dias os versos acima e ainda acresoentava:
MO ROMO NÁ
AJI LOGBA ASO
OMO MÁA
Visto que consegui ter um filho
o que acorda e usa duzentas vestimentas diferentes, Filho, continue a comer.
No quarto dia, Exú disse que queria comer carne. Sua mãe cantou como de hábito, e Orunmilá trouxe-lhe todos os animais quadrúpedes que pôde achar: cachorros, porcos, cabras, ovelhas, touros, cavalos etc.; até que não ficou um só quadrúpede, Exú não parou de chorar.
No quinto dia, Exú disse:
IYÁ,IYÁ
NG Ó JE Ó!
Mãe, mãe
Eu quero comê-Ia!
A mãe repetiu sua canção: Filho come, come, filho come, come. E foi assim que Exú engoliu sua própria mãe.
Orunrnilá, alarmado, correu a consultar os Babalawo, que lhe recomendaram fazer a oferenda de uma espada, de um bode e de quatorze mil cauris. Orunrnilá fez a oferenda.
No sexto dia depois de seu nascimento, Exú disse:
BÀBÁ,BÀBÁ
NG Ó JE Ó Ó!
Pai, pai
Eu quero comê-Io !
Orunmilá cantou a canção da mãe de Exú e quando este se aproximou, Orunmilá lançou-se em sua perseguição com a espada e Exú fugiu. Quando Orunmilá o reapanhou, começou a seccionar pedaços de seu corpo, a espalhá-Ios, e cada pedaço transformouse em um Yangi.
Orunmilá cortou e espalhou duzentos pedaços e eles se transformaram em duzentos Yangi. Quando Orunmilá se deteve, o que restou de Exú ergueu-se e continuou fugindo. Orunmilá so pôde reapanhá-Io no segundo àrun e lá Exú estava inteiro de novo. Orunmilá voltou a cortar duzentos pedaços que se transformaram em duzentos Yangi. Isto repetiu-se nos nove àrun que ficaram assim povoados de Yangi. No último àrun, depois de ter sido talhado, Exu decidiu pactuar com OrunmiIá: este não devia mais persegui-lo; todos os Yangi seriam seus representantes e Orunmilá poderia consultá-los cada vez que fosse necessário envia-los a executar os trabalhos que ele lhes ordenasse fazer, como se fossem seus verdadeiros filhos. Exú assegurou-lhe que seria ele mesmo quem responderia por meio dos Yangi (pedaços de laterita) cada um que o chamasse.
Orunmilá perguntou-lhe sobre sua mãe que havia sido devorada. Exú devolveu sua mãe a Orunmilá e acrescentou:
ORUNMILÁ KI O MAA KÉSÍ OUN
BI Ó BÁ FÉÉ GBA GBOGBO À WON NKAN
BI ERAN ATI EYE
TI ÒUN JE TI ÀIYÉ
PÉ ÒUN Ó MÁÀ RÀN ÁN LÓWÓ
LÁTI GBÀ PADÀ FÚN LÀTI
OWO ÀWAN OMO ARÀIYÉ.
Orunmilá deveria chamá-Io
Se ele queria recuperar a todos e
cada um dos animais e das aves
que ele tinha comido sobre a Terra;
ele (Exú) os assistiria para
reavê-las das mãos da humanidade.
Orunrnilá e Yéblírú reinstalaram-se na cidade de Iworo, e a partir desse momento ela começou a dar à luz muitos filhos de ambos os sexos. A história continua com o translado para Kétu, a invocação de Exú para os proteger da guerra, a vinda de Exú do oron para os defender, a volta a Iworo, ensinando-lhes Exú como preparar e sagrar seu "assento", transferindo-lhe seu agbára que executaria todos os "trabalhos" que lhe fossem solicitados e acaba por uma saudação, um oríki alusivo a suas características:
EXÚ JÒKÓ JELÉDE
BARA NY AN GBÉGI GBÉGI
OGUN GBOGBO NIO
KÒRÓ, KÒRÓ-KÒRÓ
Exú come cachorro.
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