OS DOIS AMIGOS
Autor Hellen Katiuscia de Sá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/05/2005 01:06:09
Esta é a história da amizade entre uma águia e uma lebre...
Havia uma floresta com muitos animais, vivendo na mais perfeita harmonia.
Um dia, porém, um filhote de águia caiu de seu ninho. Por sorte não morreu na queda, mas estava sozinho no solo da selva. E agora? Como sobreviver? O pequeno pássaro era presa fácil para os predadores da floresta. Assim era a lei da selva.
Curiosamente, no mesmo instante da queda do filhotinho, uma lebre passava pelo local e viu a pequena ave no chão. Resolveu carregá-la para sua toca e durante meses a lebre cuidou do filhotinho. Deu-lhe abrigo, comida e carinho. Quando a jovem águia atingiu a puberdade, a lebre foi consultar o “sábio” da floresta, para saber o que deveria fazer em relação ao seu amigo águia. A lebre, então, saiu à noite, deixando a jovem águia dormindo na toca e procurou a coruja mais velha e sábia da selva. Perguntou-lhe o que deveria fazer.
A coruja que compreendia a natureza de ambos os animais em questão, verificou também a sinceridade da amizade e do respeito que havia entre a águia e a lebre: eram como irmãos. Mas a coruja ponderou: “Lebre, você não poderá mais manter a águia em sua toca. O destino dela é enfrentar os desafios da vida. Se você ficar sempre a seu lado, seu amigo águia não aprenderá a lição que lhe foi confiada nesta existência. A decisão está em suas mãos.”
Ouvindo aquilo, a lebre compreendeu o que deveria ser feito. Sabia que seu amigo águia iria relutar diante da separação. Pensando, porém, no desenvolvimento das aptidões da águia, a lebre deveria afastar-se. A lebre resolveu deixar a águia num terreno remoto, longe de sua toca e disse-lhe firmemente: “Amigo, daqui por diante deverá caminhar sozinho para desenvolver suas aptidões. Não posso ir com você; sei que ficará triste. Um dia, porém compreenderá que esta separação foi para seu bem.”
A jovem águia seguiu abatida e chorando, ora de raiva, ora de tristeza, pois não compreendera o gesto de seu amigo.
Passaram-se anos, desde então. Um dia a águia voou de volta à toca da lebre e viu seu amigo, já velhinho. Pousou diante dele e ambos se olharam. “Amigo lebre, hoje reconheço tudo o que você fez por mim. Venho lhe agradecer pela maior prova de amizade que você foi capaz de ofertar-me um dia. Descobri que podia voar acima das nuvens, desbravar os céus, vencer as tempestades, conquistar meu destino, superar inúmeros obstáculos, pois minha força interior é maior do que todas as barreiras. E essa força, só a descobri graças a você que, um dia, em um gesto do mais profundo desapego, do qual só um verdadeiro amigo é capaz, abriu suas mãos para que eu pudesse, enfim, voar rumo ao infinito.”
Hellen Katiuscia de Sá
9 de fevereiro de 2005
Texto revisado por Cris
Avaliação: 4 | Votos: 5
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
