OS MISTÉRIOS DO CRUZEIRO DO SUL
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Autor Ramy Shanaytá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/29/2008 7:48:22 PM
"Quando olhamos para o Cruzeiro do Sul, à noite, em diferentes meses do ano, observamos seus movimentos na abóbada celeste e estes movimentos vão nos ensinando, nos mostrando em qual período ou estação nos encontramos e, com isto, sabemos se é momento de colher a raiz, a casca, o broto, as flores, os frutos ou as folhas de um vegetal, se é tempo de plantar sementes e até como plantá-las.
Para que se possa entender um pouco sobre este movimento do Cruzeiro é importante observar como ponto focal a estrela vermelha, pois ela nos revelará o giro do Cruzeiro do Sul, mas também é importante reconhecer os pontos cardeais: aonde o Sol aparece pelas manhãs é o ponto cardeal leste; se ficar de frente para o Sol, às suas costas será o ponto cardeal oeste; abrindo e esticando os braços na altura dos ombros, o braço direito indica o sul e o braço esquerdo, o norte.
Quando a estrela vermelha encontra-se voltada para o ponto cardeal oeste, indica que é o período entre o inverno e o verão, período do desabrochar das flores de uma grande variedade de vegetais. Esta é a época da primavera, do início de um novo ciclo, de uma nova ação, da colheita de flores, do feitio de essências florais, dos banhos feitos de vegetais com potência de harmonização e da busca de mel na mata.
Quando a estrela vermelha encontra-se no norte, o tempo das chuvas mais intensas já foi passando e se transformando: estamos na estação do verão, período em que a energia vital da Mãe terra acha-se em sua parte interna. Dentro da terra fica mais frio e com potência mais reunida, enquanto a temperatura aumenta fora. Por este motivo é o período de colher maior quantidade de raízes. O suor da Mãe Terra é expandido por dentro da terra, o fluxo das águas toma caminhos mais profundos e a umidade se reúne, ocorrendo, então, a expansão externa e a reunião interna.
A água no interior da terra se encontra mais filtrada e com a potência ativa para o acúmulo de nutrientes da terra. Logo, se neste período colhermos, de um poço subterrâneo, a água potável, ou seja, boa para ser ingerida, e realizarmos o preparo de um chá, esta água carregará em si uma maior potência do elemento terra e, com isto, será mais nutritiva e boa para o preparo de tônicos e fortificantes do organismo.
Quando a estrela vermelha se encontra no leste, as folhas de uma grande variedade de árvores já estarão caindo ao chão, formando um manto para o preparo do solo que irá, logo adiante, receber as sementes. Esta é a passagem do verão para o inverno, conhecida, na atualidade, como outono. É entendido como o período do envelhecimento, de quando a força anciã da natureza se revela, bem como da morte, quando vidas se transformarão para o início de outras. Neste período, quando as folhas caem, ensinam, em elo, que os ventos são fortes e que esta troca de ar trata-se de renovação, pois um ar já acumulado de poeira e de vários outros elementos imperceptíveis a olho nu, possibilitando a proliferação de males respiratórios, será renovado.
É o período dos plantios de vegetais e de verificar em qual região, dentro das moradas naturais, estes vegetais serão plantados. É também o tempo dos grandes conselhos, que tratarão das etapas já realizadas, assim como das novas, que serão feitas durante o tempo das chuvas. Enquanto a natureza realiza seu ciclo contínuo de espalhar as novas sementes, a reza é o meio para pedir que a Sabedoria Anciã da floresta se revele, como sempre se revelou, em toda a vida natural, e para que nunca faltem os vegetais que ensinam o ser humano a reconhecer a “Luz da Cura”.
Quando no sul, a estrela vermelha nos fala do silêncio da noite, da chegada das chuvas, do ar úmido. Este é o período do inverno, a hora da preparação para o renascimento, para o plantio, quando as sementes irão manifestar a sabedoria da continuidade de sua espécie, repassando a sabedoria de suas Mães. Neste período, a potência de ignição se encontra em expansão, esta força ignidora encontra-se dentro da terra e, expandindo para fora dela, produz o aparecimento de brotos de diversos vegetais. O interior da terra está mais quente em comparação com o exterior e, nas águas dos rios, os peixes que vivem no fundo se aproximam mais da superfície.
As chuvas carregam a terra, levando o barro para as águas, deixando-as turvas e, com isto, levam também nutrientes de diversas regiões ou hábitats, folhas, galhos, flores, sementes, entre vários outros elementos que, transportados para as águas dos rios, fazem com que ocorra uma ampliação no potencial de nutrição das águas, favorecendo o “elossistema” que é a natureza."
Parte extraída das páginas (59,60 e 61) do livro "A NATUREZA ENSINA... A CONEXÃO COM A LUZ DA CURA", RAMY SHANAYTÁ, EDITORA KVT.
RAMY SHANAYTÁ - e reconhecido como ancião da milenar tradição dos pajés Tubakwaassu, escritor, conferencista, co-fundador do Instituto KVT, KVT Desenvolvimento da Consciência Empresarial, co-fundador da Editora KVT, co-fundador da Instituição Filantrópica e Cultural Ará Tembayê Tayê, professor e pesquisador de ervas medicinais, desenvolveu seus estudos em vegetais nativas do Brasil para a valorização sobre as riquezas da biodiversidade da floresta Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado.
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Ramy Shanaytá é co-fundador do Instituto KVT (fundado em 1995) e da Instituição Filantrópica e Cultural Templo Ará Tembayê Tayê da tradição Tubakwaassu, Editora KVT e KVT – Desenvolvimento da consciência empresarial, Escritor, conferencista, professor e pesquisador de plantas medicinais. Outro site: http://www.kvt.org.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |