Patria amada, idolatrada?
Atualizado dia 05/09/2006 23:48:45 em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
O sentimento pátrio é uma extensão das relações familiares e sociais inseridas na sociedade e transformada numa espécie de imagem pública formada de políticos e governantes e projetada na imagem maior que é a "mãe-nação", ou seja, o conceito de pátria inicia na família e estende-se à sociedade formadora de opinião que define, baseada no princípio real da análise, a imagem que esta nação reflete. Portanto, será mesmo que a grande família brasileira encontra-se com espírito de festa para comemorar o aniversário da "mãe" maior, a mãe de todos?
Como a sina do brasileiro é a esperança, acredita-se que parte da população ainda aprecie e curta estas festividades, mas, por outro lado, supõe-se que a outra parte não tenha motivação para tal. Os motivos são óbvios e encontram-se diariamente estampados nas manchetes dos jornais ou nas telas dos televisores.
Nos anos setenta, o cantor e compositor-poeta Chico Buarque de Holanda registrou para a história da música popular brasileira composições que retratavam o sentimento de uma parcela do povo em relação ao regime político que vigorava na época. E por incrível que pareça, passados trinta anos, muitas destas letras ainda permanecem com seus significados e mensagens atualizadas.
Em "Apesar de você", talvez fosse necessário acrescentar apenas um "s" no você, ficando assim: "Apesar de vocês amanhã há de ser outro dia..."
Na letra "homenagem ao malandro" nada mudou como podemos constatar: "... aquela malandragem já não existe mais. Agora o que dá de malandro regular, profissional. Malandro com aparato de malandro oficial. Malandro candidato a malandro federal. Malandro com retrato na coluna social. Malandro com contrato, com gravata e capital
que nunca se dá mal..."
Objeto amado é objeto querido e estimado, assim como idolatrar é amar com idolatria, com excesso e cegamente. Idolatria, por sua vez, significa culto prestado a ídolos. É este o sentimento - de amor cego, exagerado - que atualmente experimentamos pela mãe-pátria? Onde estão os nossos ídolos? Ronaldinho Gaúcho, Airton Senna, Pelé? Os de sempre...
Somos filhos de uma nação carente de ídolos que não sejam oriundos das esferas esportiva e artística. Ídolos que nos dêem exemplos de dignidade e transparência através de ações no que se referem às decisões políticas que possam transmitir-nos não somente esperança, mas fé, credibilidade, motivação e entusiasmo pelo futuro do país.
Pelo fato de encontrar-se muito distante, a imagem-pátria não consegue transmitir nem segurança nem amor aos seus filhos. Somos um povo carente da presença materna e que necessita urgentemente sentir no coração, para que não continue somente no papel, o sentido prático e verdadeiro do significado "Pátria amada, idolatrada!"
Somos filhos indignados à espera de que algo aconteça para que possamos recuperar a confiança perdida. E este "algo" é a poderosa ferramenta do voto consciente que faremos uso a partir das eleições que se aproximam.
Psicanalista Clínico e Reencarnacionista.
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Texto revisado por Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |