PAZ X AMOR X EQUILÍBRIO X HARMONIA.
Atualizado dia 6/20/2006 12:27:12 AM em Autoconhecimentopor Antonio Carlos Evangelista
Eu não acredito nisso, embora nada tenha contra. Meu raciocínio é que muitas das vezes esses formatos têm cunho político, ou ainda, demonstram que não é a paz que se almeja, e sim, o medo.
Claro que um pai, uma mãe ou um parente que perde seu filho de forma brusca (assalto, assassinato, bala perdida, seqüestro, atropelamento, etc.) é sofredor e merece de qualquer um de nós todo respeito, todo sentimento. Mas daí achar que com faixas, passeatas poderão resolver a insensatez de uma falta de segurança total, é outra coisa; nunca que estamos querendo paz. Na realidade estamos clamando para que nos concedam segurança, pois estamos desesperados, amedrontados, angustiados.
A paz caminha com o amor e este, com o equilíbrio, resultando na harmonia. Não existindo amor não existe equilíbrio e, muito menos, a harmonia. amor fraternal, amor incondicional que ultrapassa limites de posição social, raça, credo. Amor que respeita a natureza em toda sua plenitude. Amor que é sentido de dentro para fora.
Quando existe esse amor existe o equilíbrio que supera as diversidades do dia-a-dia, que impede a inveja, o rancor, o ódio, a soberba, a luxúria. Equilíbrio que nos faz olhar primeiramente para dentro de cada um de nós e concluirmos que todos somos iguais com os mesmos direitos e deveres, sejamos brancos, negros, amarelos, ricos ou pobres visto que todos somos iguais perante as leis, quer sejam elas terrenas ou divinas.
Desse equilíbrio conquistado por cada um de nós formamos, inicialmente, uma harmonia uníssona em compreendermos que somos muito mais do que seres humanos, que somos Espíritos eternos e que aqui é somente uma passagem. Que ao conquistarmos quaisquer bens materiais serão unicamente usufruídos nesta etapa não logrando nenhum êxito para as demais.
Respeitamos a nós mesmos, aos nossos semelhantes, à natureza e a tudo o que nos cerca. Somente o amor unido ao equilíbrio e transformando essa harmonia extensiva é que poderemos alcançar resultados positivos nessa jornada.
Muitos deverão achar que tudo isso não passa de discursso de fantasia, de pregação ou mesmo de dogma religioso. Vejamos a realidade: em quase quatro décadas exercendo minha profissão junto a órgãos públicos federais, estaduais, municipais, de economia mista, empresas e, em especial, a condomínios (milhares!) tive a oportunidade de constatar a total desarmonia existente entre o contingente de um condomínio. Seja ele de que tamanho for, com três ou até oitocentas famílias. Sempre escutei de todos, sem exceção, reclamações de que "o síndico rouba", que "a taxa de condomínio é um absurdo", que fulano e beltrano são assim ou assado; enfim, nunca consegui achar um condomínio em qualquer grandeza social, física ou dimensional, que não tivesse nenhuma intriga, nenhum rancor, nenhuma insatisfação. Todos, absolutamente todos, são iguais! Não importa se de ricos, de classe média ou pobre, se situados nas zonas nobres, no centro, no norte ou no oeste desta cidade.
Comecei a estudar o por quê disso. Encontrei respostas simples, mas o ser humano não quer compreender, aceitar e empreender modificações: a totalidade dos condôminos não quer comparecer às reuniões sob alegações mil (falta de tempo, não interessa, poderá ser indicado como síndico, não se dá com o vizinho, não gosta do síndico(a), mas raramente é por falta de ter cumprido com seu dever financeiro de arcar com sua cota condominial; outros por terem locado seus imóveis ou não quererem, não permitirem que seus inquilinos os representem). Disto tudo já se tira várias conclusões: os que não comparecem querem, depois, permear suas sugestões, suas reclamações. Os que comparecem, elegem os seus representantes e logo passam a reclamar dos mesmos (quando todos sabem que por meio do conselho ou mesmo dois terços dos condôminos poderá ser ativada uma assembléia para destituir o síndico, o Conselho e até ambos). Mas a comodidade, a não transparência ("eu não quero me envolver!") não empreendem essa fácil, certa, resolução.
Ora, se considerarmos que cada condomínio é a figura de uma mini-prefeitura onde os condôminos são os principais integrantes e os governantes são por eles eleitos (Síndico e Conselho) e não conseguem viver em paz, em harmonia tendo em vista que não existe equilíbrio, não só economicamente, mas principalmente emocional, como pretendem exigir a paz que desconhecem?
Havendo amor, equilíbrio e harmonia em cada um de nós, certamente, surgirá a paz, resultado da dedicação de cada um e união de todos, pois haveremos de notar que não podemos viver bem ou muito bem quando tantos semelhantes nossos não vivem, simplesmente vegetam; não possuem o que comer todos dias, não possuem um lar, não podem enviar seus filhos ou eles próprios à escola; quando doentes, não podem dirigir, querem e não possuem meios de ter seu sustento (e de seus familiares) por meio de seu trabalho.
Ninguém nasce malfeitor, assassino, ladrão, traficante. É a sociedade que provoca todos esses fatores. Mas quem é a sociedade? Somos todos nós com nosso desamor, nosso egoísmo, nossa vaidade, nossa loucura pelo poder, nossa soberba, nossa luxúria. Vivemos fazendo de conta que nada é de nossa responsabilidade. Temos que resolver o nosso problema e os de nossa família; os outros, são os outros! Vivemos exclusivamente para o material! Nós mesmos, que não possuímos esse amor, esse equilíbrio, essa harmonia, vivemos em uma comunidade que não sabemos respeitar em sua plenitude. Queremos imaginar que poderemos possuir representantes nas esferas governamentais que possam, queiram e haverão de solucionar essas conseqüências?
No que me resta de vida transitória neste planeta, quando souber ou descobrir, seja lá qual for e de que tamanho possa ser, que existe uma comunidade onde reine o amor, o equilíbrio, a harmonia, certamente, a paz estará lá e terei certeza de que estamos caminhando para um novo modo de viver o caminho da paz!
Texto revisado por Cris
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