Plutão em Capricórnio
Atualizado dia 8/8/2007 12:21:10 AM em Autoconhecimentopor Ana Lucia Vieira Santos
Em 1939, Plutão em Leão ressaltou o surgimento de grandes líderes políticos: Hitler, Mussolini, Franco. Todos poderosos com as massas e, ao mesmo tempo, carismáticos com suas imagens e presenças em público, caracterizadas pela quantidade de pessoas a ouvi-los em praças e em grandes concentrações humanas. Numa época em que a mídia não tinha tanto poder de veiculação, conseguiam estar em todas as manchetes de jornais, determinando e conduzindo o pensamento e a atitude da maioria dos povos que governavam. Plutão também é sinônimo de poder e nessa época a força estava na aparição pública e na personalidade que influenciava as massas com tanta impetuosidade - características leoninas num período de Plutão. Por dezoito anos Plutão aí ficou impondo essa realidade e por fim acabou gerando seu próprio fim, pois também o deus dos mundos interiores destrona aquilo que antes valoriza: o mundo sangrou nesse período e duas grandes guerras fizeram parte da realidade humana de então. A glorificação do ego trouxe sua própria desmistificação e hoje os grandes líderes políticos são raros e insignificantes perante a força do pensamento e questionamento que a mídia pode inspirar.
Em 1957, Plutão em Virgem cria outras preocupações: a importância estava na simplicidade da alimentação natural, numa vivência mais simplista e ligada à natureza. Grupos de estudos naturais se desenvolveram com novas técnicas de saúde ligadas à Yoga, ginástica, vida ao ar livre e posturas o mais possível assépticas e transparentes. A alimentação natural passou a ser vista como a forma mais pura para se viver e novas técnicas de laboratório permitiram descobertas científicas e controle para doenças antes tão arrasadoras em epidemias generalizadas. Esse assumir do poder através da ciência trouxe um tributo ao exagero: fórmulas químicas desenvolvidas acabaram criando os agrotóxicos e o crescimento da alimentação natural teve também seu crescimento condicionado a novas posturas frente a necessidade antinatural de crescer uma determinada safra em detrimento de outra. Se o poder de Plutão nessa época foi conquistado através da ciência, essa mesma força gerou seu final, pois após tanto desenvolvimento não se sabia mais o quanto de químico e venenoso estava embutido em cada pedaço de alimento que o ser humano ingeria. Plutão ficou em Virgem por quinze anos e ainda lidamos com essa realidade nos dias de hoje.
Em 1972, Plutão em Libra enaltece as relações. O amor, o romance, o casamento e tudo o que estivesse ligado às uniões estavam em alta: filmes românticos e histórias e novelas passam a fazer parte do cotidiano de todos; a TV mais desenvolvida leva aos lares grandes histórias de amor e incute nas massas o desejo pela união indissolúvel do casamento como a glorificação do sentimento humano. Talvez por isso, esse arroubo todo, Plutão trouxe o fim desses sonhos: o divórcio se estabelece como uma realidade e, a partir de então, o amor passa ser vivido em pouco tempo. O que antes era um alvo, passa a ser uma dificuldade. Viver a dois não é fácil e Plutão em Libra trouxe, no fim de seu período, a fórmula do rompimento das relações por mais intensas que tenham sido. Durante 12 anos Plutão impôs essa realidade aos nossos costumes e hoje já casamos pensando que poderemos nos separar a qualquer hora.
Em 1984, Plutão em Escorpião desenvolve o gosto pela sexualidade; se os relacionamentos se rompem tão facilmente, nada como experimentar todos, então! Viver a liberdade das relações com toda a intensidade sexual possível! Grupos diferentes atraem novas experiências: gays, lésbicas, sexo grupal, e o famoso “amor livre” condicionam novas idéias e novo poder ao ser humano. Agora, Plutão dá esse poder através do sexo e seu uso generalizado acabou trazendo sua própria destruição: a AIDS passa a ser um temor geral, pois está associada ao uso indiscriminado da própria sexualidade sem cuidados ou higiene energética, já que na troca de corpos tudo passa, até os desequilíbrios orgânicos que desestabilizam a saúde. Plutão enalteceu a sexualidade e em troca deixou uma preocupação: sexo só o seguro e com quem se conhece de verdade. Durante onze anos essa foi a marca de Plutão no signo de Escorpião.
Em 1995, Plutão entra em Sagitário. Signo ligado às viagens, à busca de cultura por novas civilizações. Estar perto de outros costumes, viajar para outros países! Nada foi mais sedutor do que conhecer o planeta. Num mundo que se globalizou, viver em cidades novas, passear por novos cotidianos, embarcar em aventuras sedutoras, foi profundamente irresistível. Nunca se viajou tanto! O poder passa a estar no movimento e Plutão, então, assegura o livre trânsito pelo planeta: grupos de turismo crescem e agências internacionais programam viagens até para a Lua. Mas aí vem a transformação de Plutão: os acidentes aéreos passam a condicionar esse transitar. Aumentam as colisões em pequenas aeronaves e grandes aeronaves chocam-se em cidades; o medo de voar se instala e, agora, se deslocar passa a trazer consigo a presença da insegurança; o que antes parecia ser forte e poderoso, mostra-se em toda sua fragilidade: estar no ar com algo mais pesado e cheio combustível É PERIGOSO, SIM. Plutão traz, então, a transformação necessária para as viagens: trens, navios, carros, tudo que flutue ou corra tem uma estabilidade maior do que se pensava antes e o tempo passa a não ser tão importante quando a vida está em jogo. Nesse final de doze anos de Plutão por Sagitário que assistimos, aprendemos uma nova maneira de pensar em relação às viagens e ao poder de destruição que podem trazer.
Plutão em Janeiro em Capricórnio, o que nos trará? Capricórnio é um signo ligado às instituições fortes e seguras; a organizações governamentais e a leis de convivência e ordem social. Talvez, a princípio, valorizemos isso: o Estado como o grande gestor de nossas vidas. Imputaremos ao governo as responsabilidades que são dele ao nos administrar e dar a nossas vidas condições únicas de segurança, bem estar e harmonia. Mas qual será o ponto de transformação de Plutão? Será que no final, depois de dezessete anos, em 2024, descobriremos que o poder não está na instituição? Será que estaremos aprendendo que a força vem de cada um de nós individualmente para formarmos uma comunidade? Não nos esqueçamos que após Capricórnio, Plutão entrará em Aquário e a lição poderá ser mais excêntrica ainda! Por enquanto é prematuro julgar, mas podemos antever passo-a-passo que este planeta, mesmo anão, está preparando uma nova experiência e uma nova verdade nos dias que se aproximam. Plutão em Capricórnio imputa o poder às instituições. Então, comecemos já a exigir de nossos governantes aquilo que merecemos depois de tantos tributos pagos e confiança depositada. O que Plutão vai transformar nisso tudo? Só o tempo poderá dizer!
Ana Lucia Vieira Santos
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Texto revisado por Cris
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