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Põe Areia No Meu Caminho... Que Eu Atravesso.

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Autor J.Ruy - Escritor

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 3/15/2007 9:18:12 PM




"São nas pequenas coisas e passagens de nossa vida que encontramos o porquê dos acontecimentos que teimamos em dizer não sei por que isto aconteceu comigo.
Leia e reflita. Faça um paralelo com os acontecimentos de sua vida e veja se não existe no passado um forte desejo e um sonho esquecido que hoje esta sendo realizado."

À cerca de 13 anos atrás eu, minha mulher e um casal de amigos estávamos passando mais um final de semana no Lago onde tínhamos uma casa de campo.No final da tarde de domingo, antes de retornar para a cidade onde vivíamos, ainda dentro da piscina, discutíamos sobre os problemas econômicos e administrativos que enfrentávamos no ramo que trabalhávamos, pois este passava por mais um período de muita turbulência.De uma conversa, que parecia não dar em nada, surgiu a idéia de tirar uma semana de férias.O desafio seria que:

- Nós não trabalharíamos nem mais um dia.

A partir daquela hora, teríamos que escolher um destino. Avisaríamos nossos gerentes e sairíamos dali mesmo. O meu amigo topou na hora, mas depois começou a colocar vários obstáculos que alegava, o impediam de ir.Porem, a cada desculpa colocada por ele no âmbito profissional, eu dava uma solução e no pessoal, a mulher dele se encarregava de solucionar.Ele não teve outra alternativa. Sugeriu então que na segunda feira de manhã fossemos até uma agencia de turismo da cidade onde ele residia e escolheríamos um pacote de viagem de uma semana. Acabamos por optar por Fortaleza no Ceará. Naquele mesmo dia estávamos os dois casais a caminho do aeroporto de Cumbica em Guarulhos, onde pegaríamos o vôo a noite.

Ele não conseguia esconder o arrependimento de ter aceitado a proposta. Mas cumpriu com a palavra e embarcamos os quatro rumo à capital Cearense. De lá alugamos um Buggy e mesmo sem conhecer nada, resolvemos ir pela praia até a paradisíaca Canoa Quebrada.

Praias desertas, dunas, igarapés, mangues, tudo era fascinante. Eu e ele alternávamos na direção do Buggy, enquanto nossas mulheres divertiam-se com a incontestável beleza. O caminho não era fácil para quem nada conhecia e contávamos com a ajuda dos nativos para achar as trilhas. A certa altura, um desespero de quem se sentia perdido bateu em meu companheiro e acabamos convencidos por ele a seguir o resto do caminho pelo asfalto até Canoa Quebrada. Nossa intenção era de retornar a Fortaleza no mesmo dia, mas ao depararmos com a beleza do local resolvemos encontrar uma pousada e passar a noite por lá.

Já escurecia e a vila não tinha quase nenhuma iluminação. Mais uma vez, precisamos convencer o amigo, que valia a pena uma noite de desconforto em troca de tanta beleza do local. No outro dia contratamos um guia mirim para nos ensinar o caminho das maravilhosas dunas que circundam a vila.Foi através deste garoto que recebemos varias lições de como conduzir um veiculo na areia.E principalmente, de como é possível viver feliz e despreocupado sabendo valorizar a dádiva da natureza, que é uma construção divina, abrindo mão da ambição desenfreada de ter patrimônios e bens construídos pela mão humana.

Éramos dois motoristas com muita experiência no asfalto e acostumados com muita lama e estrada não pavimentada, mas nos sentimos impotentes ao ver que toda a regra aplicada não valia para vencer a areia das dunas. Atolamos o Buggy já na primeira tentativa de subir uma duna e esta nem era das maiores. Tentamos cerca de uma hora e mal conseguimos deslocar o Buggy por alguns metros.

Beto, nosso guia mirim, insistia para pegar o volante do carro, o que para nós dois, motoristas experientes e que tínhamos como profissão, a revenda de veículos, seria um absurdo.O sol escaldante e a constatação de que teríamos que caminhar quilômetros sobre uma areia que parecia sair direto de um forno, nos fez ceder e acabamos concordando em deixar o garoto tentar desatolar o Buggy.

A primeira coisa que ele fez foi abaixar junto aos pneus do Buggy com um pequeno graveto da espessura de um palito de fósforo e começar a esvaziar os pneus.

- Esta louco menino?O que pensa que esta fazendo?

- Deixa comigo doutor. Faço isto todo dia. Pneu cheio e areia não combinam.

Ficamos apreensivos, mas diante da convicção dele deixamos que seguisse em frente. Depois de tirar mais da metade do ar dos pneus, ele sentou-se ao volante, deu na partida e sem nenhum esforço fez com que o Buggy deslizasse pela areia como se andasse pela melhor estrada pavimentada. Inútil dizer que daí por diante perdemos o posto de motorista e a confiança de nossas mulheres. Um guia mirim com menos da metade de nossa idade esbanjava perícia ao dirigir o Buggy pelas dunas. Ao retornar a vila, nos sentíamos reféns do garoto.Ele nos indicou outra Pousada, muito mais charmosa do que a que havíamos escolhido.Mais uma noite ali foi suficiente para que meu cérebro sintetizasse uma vontade louca de voltar aquele lugar, não mais como turista, mas como morador.

Oito anos depois desta viagem, o mundo conspirou de forma maluca para que isto ocorresse. Meu filho desistia de ser um comerciante de carros e partira junto com a jovem esposa justamente para Canoa Quebrada, onde arrendou uma pequena pousada. O pensamento é uma fabrica perfeita de realizar sonhos, mesmo que tenhamos esquecido deles.

Um dia fui visitar meu filho, desta vez com a certeza de que o grande sonho de vender automóveis tinha se tornado um pesadelo. Não tinha consciência de que um outro sonho estava prestes a se realizar e as forças que movem o universo conspiraram, até que menos de um mês depois da visita, eu e minha mulher mudávamos em definitivo para Canoa Quebrada e sem explicação a Pousada que conseguimos arrendar era justamente a que o guia mirim tinha nos indicado anos atrás, quando ainda éramos simples turistas a procura de aventura.

Novamente a conclusão: quando estamos dormindo, o sonho nos faz recordar o passado. Já quando sonhamos acordados, ele faz com que o futuro aconteça exatamente como imaginamos.

Muitas novas e majestosas dunas e até areias movediças eu tive que superar para me manter na nova profissão que optei. Hoje sou professor em dirigir na areia, e entendo que só aprende aquele que não teme em enfrentar novos caminhos, mesmo que eles sejam feitos de montanhas de areias, pois se o vento consegue move-las, o ser humano dotado de fé e integrado a natureza é capaz de atravessá-la. Por isto agora posso dizer sem medo:

Põe areia no meu caminho - que eu atravesso!!!

J.Ruy

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