Preconceito, discriminação ou moeda de troca



Autor Nilton Salvador
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 10/02/2012 10:58:50
Preconceito é a ideia.
Discriminação é a ideia colocada em "prática".
Um exemplo: em algum momento você pode não gostar de uma pessoa com determinada característica, feia ou bonita, bizarra ou estigmatizada, esse é um preconceito.
A partir do momento que você passa a insultá-los ou qualquer outro tipo de atitude principalmente pejorativa, é a discriminação.
Quando se fala em preconceito e discriminação, cada um pode expressar o seu conceito ou a intencionalidade que considere oportuna. Uma vez identificados não se pode evitar a lembrança de coisas ruins, pois estas afloram justamente em ocasiões em que a autoestima está em baixa impedindo que o atingido alcance seu objetivo intencionado.
Aprendemos que o preconceito leva à discriminação, quando deficientes da mente, como os autistas, por exemplo, são considerados inferiores e excluídos por aqueles que se consideram "melhores" como jornalistas, autoridades e políticos midiáticos que não tem conhecimento sobre o que é a síndrome, sem generalizar, é claro.
O preconceito e a discriminação variam pela maneira com que cada cronista, colunista, político, apresentador de rádio ou televisão se expressam e, principalmente quando exteriorizam desprezo pelos portadores de alguma deficiência, da mente ou não.
Discriminação é um conceito mais amplo e dinâmico do que o preconceito.
A discriminação pode ser provocada por indivíduos e por instituições, enquanto que o preconceito, só pelo indivíduo.
A imprensa, sem generalizar, principalmente a televisão que precisa manter a sanha comercial mascarada de imparcialidade, não se preocupa com o conhecimento da causa que leva a reportar e expor.
O jornalista, em nome da ética profissional, muitas vezes pressionado pelo manual de redação e ainda o fantasma do desemprego, embora bem intencionado, acaba cometendo equívocos lamentáveis, partindo do princípio de que a sua fictícia missão de bem informar, o impele opinar mesmo sem saber o significado do que está falando.
Até onde a internet atingiu ainda se fala da Suzan Boyle, escocesa, solteirona, desempregada, desleixada e desmazelada, que morava sozinha com seu gato e mais, que nunca teria sido beijada, tornando-se um recorde de audiência direto e indireto do canal de televisão que a revelou para o mundo, como um fenômeno de singeleza, só não foi transformada em síndrome comportamental por não ser inglesa.
Ao assistir o vídeo várias vezes, observei que ao responder sobre sua idade, ela disse que tinha alguma coisa a mais no seu corpo, quando o balançou, não chegando a rebolar, provocando com sua espontaneidade, além do espanto inicial aos seus julgadores, o início da avassaladora onda de audiência mundial, não por sua destacada qualidade de cantora, mas sim por seus ocultos dotes pessoais.
O exercício de pensamento que fiz a respeito só importa a mim, mas questiono o modo grosseiro como o mundo internauta revelou até o esgotamento sobre seu biótipo e perfil, julgando aparências.
As discussões e os principais comentários sobre a caloura escocesa, já como vitima de discriminação e preconceito, idade, aparência e seus estereótipos carimbados livremente pela imprensa, faz lembrar que nunca devemos julgar um livro pela capa.
Julgamentos rápidos são muito perigosos. A cantora disse que "não há nada que se possa fazer a respeito. É o modo como às pessoas são e como pensam". A Psicologia diz que os estereótipos são vistos como "um mecanismo necessário para entendimento da informação".
Por uma inexplicável falta de conhecimento, como é o que acontece especificamente em relação ao "autista", em nome da cultura do "achismo" algumas pessoas públicas e da imprensa, por acharem a palavra incomum, sem ao menos buscar a realidade do que é, falam, rotulam e aplicam-na pejorativamente provocando ferimentos difíceis de cicatrizar em quem nada tem a ver com a sua desinformação.
Rotular qualquer pessoa, não importa quem, representa ignorância, é um caso de covardia e crueldade. Devemos aprender levar espiritualidade para nossa vida, antes que modismos descartáveis eliminem até conceitos de família.
Barack Obama contrariou os estereótipos negativos a respeito dos negros, quando foi eleito. Agora, já em campanha para reeleição, surgem os contrários a qualquer tipo de inclusão social, criando um subtipo de negros - profissionais negros - em vez de contestar o estereótipo geral, neutralizando noções preconcebidas como historicamente fizeram.
"A deficiência, não, faz parte da pessoa" porque " se uma pessoa é bonita ou simpática, as outras riem das piadas dela, interagem com ela, de uma forma que facilita a interação social". "Se uma pessoa não é atraente, é mais difícil conseguir todas estas coisas porque as outras pessoas não a ignoram". A caloura escocesa há muito já passou a categoria de profissional. Outros discriminados já foram extintos do meio artístico, sem chance.
Um pouco distante, o inverno se prepara para chegar. Já se ouve preocupações sobre a influenza H1N1, mais conhecida como "gripe suína".
O preconceito é que o porco que nada tem a ver com resfriado ou gripe. Em muitos países está deixando de ser alimento sendo discriminado, banido ou morto.
Devemos ser fabricantes de crenças de amor, relacionamentos e trabalho, para que com esta base sólida possamos estruturar nossa necessidade de sermos amados com segurança, ter satisfação sem discriminação e preconceito para não sabotar a nós mesmos.









Escritor amador - Articulista em jornais, revistas, sites, grupos e listas de discussão, do ponto de vista bio-psico-sócio-espiritual. Autor dos livros: Vida de Autista; Autismo - Deslizando nas Ondas; Deficiência ou Eficiência – Autismo uma leitura espiritual; Vivo e Imortal - Ensinando a Aprender; Adoção - O Parto do Coração. Brasileiro. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |