PRESENÇA DIVINA
Atualizado dia 10/17/2007 11:33:15 AM em Autoconhecimentopor Eda Cecíllia Marini
Desde a mais remota antigüidade, o ser humano se preocupa em ser protegido, aceito, acolhido e conduzido por um ente maior que ele, que tudo sabe e tudo pode e do qual depende no decorrer dos dias de sua vida, exatamente por ser todo poderoso, todo presente e todo sapiente. Para isso, criou mitos, crenças, deuses, a quem atribuiu forças e poderes, justificando o incompreensível. Criou templos, imagens e ritos, regras e leis para satisfazer seus anseios internos, na esperança de que tais seres seriam os únicos responsáveis por sua felicidade.
Os tempos foram passando. E o homem começou a perceber que havia algo mais: acima de todos estes deuses havia uma força muito maior, mais ampla, abrangente, presente em tudo, a todo momento, em todo lugar, que a tudo originava, inclusive aos deuses.
Pronto. Entendeu-se de que tudo e todos provêem de uma força única, centralizadora de poderes infinitamente inimagináveis, e, a quem, por motivo de facilitação, deu-se um nome. Aton, Brahman, Shiva, na Índia, Javeh, Deus, Alah.
E mais: constatou-se que este Ser, fonte de tudo, sábio, justo e extremamente compassivo, está constantemente disponível e aberto a quem queira acessar o seu estoque de conhecimento e de benesses.
Por isso, muitos de nós, em processo evolutivo mais antigo, iniciado há muitas eras e até em outros mundos, chegaram até à Fonte, em diferentes níveis de aprendizado e iniciação e, através de mensagens e exemplos, também num ato de profunda compaixão, nos trouxeram o conhecimento lá adquirido para que nós também alcançássemos o mesmo grau de iniciação.
Krishna, Buda, e o bem amado Mestre Jesus são um exemplo claro deste fato.
Jesus, então, através dos exemplos quando encarnado entre nós, comprovou que seu conhecimento é real, experiencial e acumulado de tal forma em seu ser, a ponto de poder manipulá-lo e emaná-lo a qualquer momento. É sua consciência crística, seu momentum. Ele é a prova cabal de que o domínio das leis cósmicas e sabedoria são provenientes do desenvolvimento espiritual, resultado do apuro no autoconhecimento, do refino das atitudes para consigo próprio e para com o próximo.
Mantendo sintonia com a Força Universal potencializa sua bagagem energética pessoal, à semelhança da divindade do Pai e pode fazer os prodígios que são qualificados de sobrenaturais, e que, atualmente, já começam a ser explicados pela moderna ciência.
O tema é atual, quando se “descobrem segredos milenares”, descritos em livros e filmes de auto-ajuda.
Como somos pequenos, não é mesmo? Há dois mil anos, desprezamos os ensinamentos do Mestre. Filósofos, pensadores, religiosos cansaram de esmiuçar e divulgar a mensagem, através dos tempos. E, na sua surpreendente inteligência e compaixão, a Grande Consciência intuiu e induziu escritores e cineastas atuais a “decodificar” esta mesma mensagem e a distribui-la de acordo com a linguagem do século, na esperança de ver uma humanidade mais feliz. Desvernda-se “o segredo”!
A frase de Jesus é de uma força incomum: “Eis que estou convosco até o fim dos séculos…” Quem mais poderia afirmar tal coisa, com tanta convicção e humildade, se não alguém que já conseguiu sintonizar com a grande sabedoria divina, que tudo engloba, onde não existe tempo, condições, onde só existe harmonia, paz, fraternidade e sobretudo amor real e complacência? Quem mais poderia a não ser quem já vivencia todo este poder e conhecimento com imensa compaixão?
Jesus não formulou promessas frustradas. Ele afirmou: estou, no tempo presente, isto é, a cada e todo instante.
Líderes religiosos cristãos das mais diferentes seitas também costumam afirmar que Ele está sempre conosco, orientando e protegendo as pessoas e as nações, assessorando cientistas, líderes sociais, políticos e religiosos, sejam da cultura que forem, os condutores da boiada humana.
Mas, ao contrário, o que vemos diariamente por aí é cada vez mais ódio, corrupção, discórdia, individualismo, medo, desamor, mentira, injustiça social, conflitos, destruição do homem pelo homem, da natureza pelo homem, principalmente pelos donos do poder!
Pois então, onde está Jesus e todo seu amor e justiça que não evita tudo isso, não toma uma providencia, não age? É mentira, então, tudo o que disse, pregou e prometeu?
Não. Apenas é que, nesse torvelinho de indagações aflitas esqueceu-se de um detalhe fundamental.
Deus (a Força) – e Jesus, por sua vez – nada impõem.
Somente aguardam que cada um aprenda a seu modo, com o caminho que escolher: o torto ou o reto, o mais demorado ou o mais rápido.
As instruções vêm sendo dadas desde os primórdios dos tempos, e há dois mil anos foram trazidas e exemplificadas, de modo bem claro. Na ânsia de sucesso, ficou-se somente com o exterior da mensagem sem perceber suas revelações mais profundas e verdadeiras, e que exigem mudanças de crenças, valores e atitudes.
Por exemplo, o “pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e ser-vos-á aberto”.
Será só pelos nossos “belos olhos”, porque pedimos, ou por estarmos em sintonia energética com a energia divina, falando a mesma linguagem através do refinamento dos sentimentos, mudança de crenças, atitudes e comportamentos, como o Mestre nos ensinou, de modo que assim também sintonizemos com a Fonte Maior, e assim ter a porta aberta, o pedido recebido e a busca completada?
Isto reafirma o seu “Estou com vocês, sempre…”, dedicando amor à humanidade que lhe é tão cara, acolhendo-nos carinhosamente e disponibilizando sua potência sempre, a todo instante e a todos que quiserem e se prontificarem a isso. Seu momentum está aqui e agora, com sua lucidez, poder e amor. Basta que estejamos com Ele. Sua energia nunca nos abandona, mas nós, sim, a abandonamos, quando nos deslumbramos pelo orgulho e pelas ilusões.
Doutrinas filosófico-religiosas tentaram explicar tudo isto mas se mantiveram ocultas, como detentoras únicas do conhecimento. Mais recentemente, com a abertura trazida pela filosofia espírita, a necessidade da reformulação interior se mostrou como o caminho para o processo de religação com a espiritualidade.
Por sua vez, a ciência passou a se preocupar mais e mais com a força e os resultados da espiritualização e da espiritualidade, confirmando as orientações do movimento espiritualista.
A Psicologia, a Química, a Medicina, a Antropologia e a Física Quântica mais recentemente, cada vez mais esmiuçam e procuram apontar quem ou o que rege e regula a criação e o definem como Consciência Maior, Onipresente – em todas as formas e vibrações –, Onipotente e Onisciente, querendo provar por teorias e métodos científicos a sua existência.
Que ironia… Oh! homens de pouca fé, já dizia o Grande Mestre Jesus. Precisamos ver, sentir, testar, experimentar para crer… E com isso, deixamos de lado o uso e a prática dos preciosos ensinamentos de quem já fez o caminho, viu, sentiu, experimentou, e está no gozo da comunhão constante com a Fonte, a Consciência Maior.
Fica aqui a reflexão final:
Como me trato? Como me sinto? Ajo baseado em quê? Quais são meus princípios, meus valores, minhas crenças? Como é meu relacionamento com o poder divino que existe em mim? E com a Fonte Divina? Como faço uso em meu dia-a-dia, do conhecimento revelado?
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