Que competição é esta?
Atualizado dia 11/09/2008 17:28:18 em Autoconhecimentopor Maria Cristina Tanajura
Ao invés de me deixar entusiasmada, aquele espetáculo todo de competição me deixava triste e me recordava tudo o mais que acontece hoje em dia, em torno de nós. Nas empresas, a competição é acirrada. Metas para vencer, ser sempre melhor do que o colega que trabalha ao lado, vencer, vencer, vencer... não a si mesmo, como deveria ser, mas o mundo todo. Ser o melhor de todos, ser o campeão, pois só assim a vaidade vai ficar saciada e os cofres vão se encher de dinheiro e o poder pessoal vai crescer, a pessoa vai virar, de um minuto para outro, uma celebridade, que não vai apenas fazer o seu esporte preferido com seriedade, mas vai ser também modelo fotográfico, modelo em desfiles de moda, desvirtuando totalmente todo o esforço que colocou em seus árduos treinamentos.
Pensei muito nisto e cheguei à conclusão de que, enquanto vivermos competindo, estaremos ainda guerreando como nos tempos das cavernas e continuaremos assim, se não mudarmos o foco de nossas lutas pessoais.
Que cada um se melhore, busque se sentir cada dia mais perfeito no que faz, para que a satisfação pessoal lhe faça brilhar a alma de alegria pura e verdadeira, independente do que o colega ao lado é capaz de fazer, ou conquistar. Não podemos nos comparar com ninguém, pois a trajetória de cada um é de cada um. Os problemas e obstáculos, dificuldades e barreiras, só cada pessoa sabe e tem que tentar vencer. Como, espíritos encarnados com vivências tão diversas, idades espirituais tão diferentes, podem competir juntos? Isto é, no mínimo, desumano.
Não fiquem me perguntando como eu acho que deveriam ser as Olimpíadas, pois sinceramente, eu não sei. Mas o que sei e sinto é que desta forma é que não deveria mais ser. Já passamos desta época, já avançamos, já somos outros, já crescemos e ficamos querendo manter hábitos que já não se ajustam mais ao nosso atual nível de evolução.
Espero que eu não continue a ver, em anos à frente, esta coisa desumana acontecendo, desta mesma forma. Uma corrida para ser O MELHOR, sem controle, sem se importar com o outro que está ao seu lado, num egocentrismo exagerado e exacerbado, e muito bem pago, além do sensato e do cabível.
O poder material sendo colocado em primeiro lugar. Patrocínios, propagandas, anulando-se as emoções - que são humanas - para que atletas frios e “controlados” possam competir sem titubeios, sem sentir medos, sem pensar nas famílias que estão em casa torcendo e ficarão tristes com a “derrota”, enfim, algo feito para robôs, não para pessoas que têm um coração, que sofrem, sentem e amam!
Texto revisado por: Cris
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Socióloga, terapeuta transpessoal. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |