QUEM ESTÁ SENTADO À DIREITA DE CRISTO?
Autor Claudette Grazziotin
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/7/2004 12:58:15 PM
QUEM ESTÁ SENTADO Á DIREITA DO CRISTO?
Mérovée
Publicado por afixe em abril 30, 2004 03:55 PM
“A cega ignorância é que nos engana.
Ó míseros mortais, abri os olhos! (Leonardo Da Vinci)”
No seguimento do meu post de ontem sobre a Última Ceia, a pintura que Leonardo Da Vinci executou na parede da Igreja de Santa Maria delle Grazie, perto de Milão, volto ao assunto para “esclarecer” o mistério da figura sentada à direita de Jesus.Como muitos deram nota nos comentários, a figura à direita de Jesus é uma mulher.Atente-se no delicado e imberbe rosto feminino, nos cabelos cor fogo, na quase insinuação de um seio, nas mãos delicadamente entrelaçadas.Uma mulher, sem dúvida.Porém, é suposto a ultima ceia representar treze homens – Jesus e seus doze discípulos.Quem é, então, a mulher? Porquê, então, a mulher?Terá Da Vinci
ensandecido? Mais: porque raio, embora a tenhamos visto inúmeras vezes – imagem mais que difundida nos lares portugueses lado a lado com o não menos famoso azulejodo “Bem-vindo a esta casa, quem vier por bem” e, claro, a figura do menino que chora –, nunca tenhamos atentado no óbvio, na evidente dissensão entre “aquele apóstolo” e os demais?No dizer de Dan Brown, in Código Da Vinci, a verdade é que “as nossas noções preconcebidas desta cena são tão poderosas que a mente bloqueia a incongruência e sobrepõe-se aos olhos – é um fenómeno conhecido por escotoma”.
Voltando ao afresco:Veja-se a forma como Pedro, a, aceite como tal, pedra sobre a qual Jesus construiu a sua Igreja, se inclina ameaçadoramente para a mulher e passa a mão esticada pelo pescoço dela – tal qual uma faca.E ainda do mesmo lado da cena, à direita de Jesus, podemos ver uma mão que empunha uma adaga.E, se melhor nos concentramos, e bem contarmos as mãos e os seus respectivos donos, podemos verificar que a dita mão da adaga não pertence a ninguém. Uma mão sem corpo.Quem é então a mulher? Maria Madalena, claro. A prostituta, como a Igreja convencionou chamá-la e retratá-la?Precisamente a mesma prostituta que é a primeira pessoa, segundo a mesma Igreja, a ver Jesus depois da ressurreição? Este aparente absurdo escapou-lhes por certo (aos censores).Não a prostituta, por certo. Falo da companheira de Jesus, de sua mulher.Já todos ouviram, por certo,falar dos Evangelhos Gnósticos. Citando de novo Dan Brown, a vida de Jesus “foi registRada por milhares de seguidores em todo o mundo”. Porém, na organização do Novo Testamento, promovida por Constantino, no Concílio de Niceia, em 325 d.C., “foram considerados mais de oitenta evangelhos (...), e, no entanto, apenas uns poucos acabaram por ser escolhidos...entre eles os de Mateus, Marcos, Lucas e João.”Em tal Concilio, onde acabou por nascer o Credo Niceno, foram discutidas e votadas inúmeras facetas do Cristianismo que hoje conhecemos – a questão da administração dos sacramentos, a data da Páscoa e, tema maior, a questão da divinização de Jesus.Na altura, a questão de deificação de Jesus era essencial para a sustentação e unificação do Império Romano, por razões politicas que na altura, mais do que hoje, se confundiam com aspolíticas.Interessava criar um Deus, um Incontestado, alguém distante do homem e que deste se distinguisse pelo seu quotidiano, pela sua vida na Terra.
Foram, portanto, omitidas as características humanas de Jesus e, consequência desta omissão, banidos os Evangelhos que a elas aludiam – os mais antigos e contemporâneos de Jesus, por sinal.Não é à toa que, com excepção do Evangelho de João, todos os outros falam a uma só voz – quase cópias integrais uns dos outros.Na década de 50 do século passado, foram encontrados alguns dos ditos evangelhos banidos – os chamados manuscritos do Mar Morto.Entre eles, um com especial relevância, o Evangelho de Filipe:«E a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo amava-a mais do que a todos os discípulos e costumava beijá-la muitas vezes na boca. Os outros discípulos sentiam-se ofendidos por isto e expressavam a sua desaprovação. Perguntavam-lhe: “Porque é que a amas mais do que a todos nós?»Outro, o Evangelho da própria Maria Madalena:E Pedro perguntou: «É verdade que o Salvador falou com uma mulher sem nos dar conhecimento? Teremos agora de voltar-nos para ela e escutar o que diz? Preferiu-a a nós?» E Levi respondeu: «Pedro, sempre foste um exaltado. Agora vejo-te a combater esta mulher como se ela fosse um adversário. Se o salvador a achou digna, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador conhece-a muito bem. Por isso a amou mais do que a nós».Volto a sublinhar, estes, ao contrário dos quatro consagrados, são Evangelhos contemporâneos de Cristo.E segundo estes Evangelhos, era Maria Madalena a escolhida, era Maria Madalena a trave mestra da Igreja que Jesus tinha construído. A sua sucessora e principal seguidora e discípula.Porque sua mulher e porque continente da linhagem real de Jesus – um filho já nascido ou por nascer.Maria Madalena tinha ou continha o Sangue Real, Sangreal, San Greal. O Santo Graal.Maria Madalena seria, pois, o famoso vaso, o lendário cálice.
CONTINUA...
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