Quem sofre é o nosso Adulto ou a nossa Criança Interna?
Atualizado dia 24/11/2006 10:46:12 em Autoconhecimentopor Mauro Kwitko
Essa análise inicial da pessoa é fundamental para o tratamento de qualquer doença que ele apresente, seja no coração, nos pulmões, no aparelho digestivo, na pele, etc. A seguir à interpretação de seus males físicos, o local onde se instalam, as sensações que provocam, o que, associando-se à análise do paciente, começa a formatar o quadro que precede a segunda parte da consulta, que é um diálogo mais profundo sobre a vida.
O final da consulta são as conclusões do terapeuta e do paciente sobre a verdadeira origem dos seus males, o que deve ser feito para a correção dos enganos que levaram a eles; as metas e os objetivos que devem ser alcançados, as mudanças profundas que precisam ser realizadas.
O autoconhecimento, a compreensão de sua estrutura psíquica, a reinterpretação da sua infância, a partir da visão reencarnacionista, a personalidade congênita, a correlação disso com os traumas e desgostos da infância, a compreensão de que, na verdade, o que o adoece, o que o conflita, o que prejudica a sua busca de felicidade e saúde é a permanência, em seu raciocínio, dos raciocínios de sua criança biológica, quando passou por aqueles dramas e desgostos. Essa criança traumatizada e sofrida permanece ativa, comandando seus pensamentos e sentimentos. E quando um paciente diz: "Eu sou tímido", na verdade ele está dizendo que a sua Criança é tímida; quando alguém diz: “Eu tenho raiva!" está dizendo que sua Criança tem raiva; quando diz: "Eu me sinto rejeitado" é a sua Criança que se sente rejeitada, e assim por diante. E a Criança é a sua personalidade da encarnação passada.
O que a criança biológica sentiu na sua infância, geralmente no relacionamento com seu pai e mãe e outros irmãos, é o que a sua Criança sente pela vida afora. Mas as pessoas não sabem disso e acreditam que elas são assim e não são, apenas a sua Criança é assim.
E o seu Adulto? Costumo relacionar em uma folha de papel todos os sintomas que o paciente refere a respeito do que pensa e do que sente e, ao lado, colocar o que ele pensava e sentia em sua infância, e é impressionante como se correlacionam perfeitamente. Ou seja, a criança permanece ativa, comandando as nossas ações até o momento em que percebemos isso e tratamos de curar essa criança. E quem o faz é o Adulto. Daí a importância do fortalecimento do nosso Adulto, em seus aspectos de independência e responsabilidade de curar a Criança.
Todas as Psicoterapias atuam mais ou menos nesse nível, evidentemente com diferenças significativas em seus métodos, enfoques e maneiras de lidar com os doentes. Mas a Psicoterapia Reencarnacionista vem sugerir uma novidade, que é a de que nós já nascemos (encarnamos) com uma personalidade formada, que é a continuação da encarnação passada, e que vem sob a forma de tendências para agir e reagir de um certo modo. Daí a constatação de que alguns reagem com raiva, outros com tristeza, outros com submissão, outros com rejeição e abandono, etc. A maneira de cada um de nós reagir afetivamente aos fatos desagradáveis do período intra-uterino e da infância já vem em nós, é o que trazemos conosco e é o que devemos curar nessa encarnação. Além da questão fundamental do “Por quê?” Ou seja, por que essa família? Por que esse pai? Por que essa mãe? E assim por diante.
Nós não nos tornamos tristes ou medrosos ou tímidos ou raivosos ou ególatras ou vaidosos ou materialistas ou espiritualizados, etc. Nós já encarnamos com essas características. E, então - ninguém - foi culpado de nada, nem nós, e torna-se mais fácil lidar com essas questões, pois nada nem ninguém originou essas imperfeições; isso é nosso, provavelmente há muito tempo, e é o que viemos curar em nós. Essa é a nossa Missão!
É chegada a hora de todos nós, pessoas interessadas em nossos semelhantes, abrirmos nossos olhos e nossas percepções para a realidade que se avizinha, que se chama Holismo, ou seja, encarar o ser humano como um todo. Holismo quer dizer Todo, ou seja, não é algo contra algo; oficial versus alternativo, alternativo versus oficial.
Conclamo meus colegas médicos, de todas as especialidades, os psicoterapeutas e os terapeutas alternativos de todas as linhas, que se unam em torno do objetivo principal da nossa atividade, que é o doente. Podemos antever um tempo em que o médico não será mais alopata ou homeopata, em que não se submeterá mais a nenhum rótulo paralisante. Os psicoterapeutas dialogando entre si, cada qual transmitindo os seus conhecimentos e suas novas descobertas a seus colegas, sem mais preconceitos ou ironias; os doentes recebendo atenções conjuntas para os seus diferentes corpos, seus diversos aspectos patológicos; equipes tratando do corpo físico, das emoções, dos pensamentos, dos aspectos espirituais dos pacientes; as clínicas e os hospitais contando com o auxílio dos médicos e dos curadores desencarnados; todos nós trabalhando, lado a lado, ombro a ombro, fraternal e amorosamente, em beneficio daqueles que sofrem, daqueles que são o motivo do nosso exercício profissional de amor e doação.
Imagino os terapeutas do futuro conhecendo as mais variadas formas de tratar os doentes e suas doenças, através de uma visão bioenergética e integral; cada sofredor recebendo o que necessita naquele momento, sejam medicamentos químicos, sejam substâncias energéticas, seja um carinho, seja um conselho, seja uma cirurgia. Podemos imaginar o fim das disputas, das descrenças, das ironias, das visões limitantes, entre todos nós, curadores, em benefício de quem não tem nada a ver com isso: os doentes.
E aí, nesse tempo, poderemos dizer que nosso planeta e a humanidade estão se curando e será uma Era de bonança e prosperidade, com o fim das disputas e das competições e com a generalização da fraternidade entre as pessoas. Aproxima-se o tempo em que o Reino dos Céus descerá para a Terra, trazendo consigo a Luz, a Paz e o Amor.
Texto revisado por Cris
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