Reencontros
Atualizado dia 15/09/2016 11:21:38 em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
Muitas dessas relações seguem o seu curso com o rol de dúvidas e incertezas que ficaram marcadas no passado, sendo a vida atual mais uma oportunidade de recuperar o tempo perdido. Experiências nas quais o amor se fez presente, mas de forma bloqueada, denso e limitado na sua entrega, onde conhecidos de longa data permaneceram envolvidos por uma energia que desconheciam na sua amplitude.
Vários casos de amor "pra mim, meu", possessivo e aprisionado por um sentimento profundamente egoísta. Outros casos de amor fragilizado pela traição ou indiferente, interesseiro, encomendado pelos pais, sem que houvesse atração entre os cônjuges, mas cujas relações geraram vínculos pelo fato de ter formado famílias.
As regressões a vidas passadas demonstram que tais reencontros representam a continuidade de uma longa caminhada do espírito na direção do amor como instrumento imprescindível ao autoconhecimento, o que nos leva a entender que a energia amorosa será amplamente sentida na relação com o outro, quando vivenciarmos intensamente o amor não egoico ou possessivo, aquele que liberta e permite o amor incondicional.
Atualmente, no âmbito dos relacionamentos amorosos, a humanidade passa por significativas transformações que chocam-se com a cultura herdada de nossos antepassados, mas que revelam em seus bastidores, a fase de transição a qual vivenciamos: a passagem de um mundo de provas e expiações para um mundo de regeneração espiritual.
No entanto, em minoria, já é possível encontrarmos amores menos densos, cujos envolvidos experimentam a síntese de experiências anteriores onde o amor foi sentido de forma mais leve e envolvente, e onde o compromisso e o crescimento estabeleceram uma base sólida para futuros reencontros.
O amor não está condicionado à determinada orientação sexual, a graus de parentesco ou a doutrinações religiosas. Essa certeza encontramos ao pesquisar a dinâmica de vivências pregressas. Nem tampouco à atração sexual, embora herdemos em nossa bagagem existencial, via padrão comportamental, traços físicos, fisionômicos e de personalidade que nos chamam mais atenção, ao demonstrarmos interesse por outra pessoa.
Nessa lógica, encaixa-se a situação de "amor à primeira vista", que nem sempre é uma relação de outra vida que ressurge de forma surpreendentemente intensa, mas que pode representar uma ligação imediata com os traços selecionados que encontram-se latentes na nossa memória extracerebral, sendo inconscientemente transferidos para o alvo de nosso desejo.
Na contextualização da experiência afetiva, devemos considerar a abrangência dos relacionamentos, que envolve a família consanguínea (física) e aquela formada por amigos (reencarnados ou desencarnados), que fazem parte da família espiritual. Ou seja, além de nossa família sanguínea, todos nós possuímos uma família espiritual, que é bem maior que a nossa família genética atual. Ela é composta por centenas de espíritos que nos conhecem há milênios, e todo esse arcabouço de experiências coletivas os liga por laços de amizade, carinho, amor cooperação, compaixão, e outros. Porém, as energias negativas também fazem parte destes laços, sendo comuns sentimentos de ódio, raiva, antipatias, rejeição, malquerença, mágoa etc.
Com relação a nossas vidas passadas tenho observado que certos amores, de tão intensos e marcantes, deixam resquícios de uma vida a outra e se tivermos oportunidade de reencontrar algum amante de outrora, com certeza isso nos trará uma forte atração por aquela(e) a quem um dia já dedicamos nossos sentimentos. Isso nem sempre é saudável pois na vida atual pode não ser objetivo de nosso espírito, nem faz parte do que tem que aprender aqui, um novo relacionamento com o amor de outrora. Outras vezes foram amores que não se completaram lá, no passado, ou que terminaram de forma infeliz, coisas das quais até hoje o espírito se ressente, desejando que o relacionamento se tornasse efetivo e real, ou terminasse bem, no fundo apenas para desfrutá-lo de forma egoísta. Só que nessa estrada muitas vezes nos confundimos e achamos que o amor romântico é o único que existe ou que pode nos fazer felizes, e isso é um atalho para a desgraça, pois vamos deixar nossa felicidade nas mãos de outrem, ou ao sabor das circunstâncias da vida, que nem sempre nos são favoráveis. Não esqueçamos que existe a morte, a traição, o desencanto, ou simplesmente o desamor e desinteresse que muitas vezes surgem com o tempo. O amor por alguém, mesmo sendo de forma egoísta e unilateral, é, muitas vezes a única forma de amor que o espírito tem condições de desenvolver e pode dar início a um longo aprendizado o qual chegará ao final com o amor mais elevado de todos que é o divino, incondicional e por toda a criação de Deus, especialmente a vida em todas as suas manifestações.
Como vimos, o amor é o instrumento que pode nos levar a preciosos aprendizados durante a trajetória existencial. Mas para tal é necessário que sejamos acompanhados por algo que provoca a expansão da consciência e o despertar de nossas potencialidades, o autoconhecimento, pois nos encontros, desencontros e reencontros da vida, mais vale a sábia advertência: "Nunca se afaste de si mesmo para se aproximar de alguém".
Texto revisado
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |