Regressão não opera milagre!
Atualizado dia 4/14/2007 7:16:05 PM em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
Normalmente, o que a regressão propicia à pessoa é aquilo que ela precisa "ver", sentir ou ouvir. Mas, principalmente, sentir e perceber através da percepção extrasensorial, representada pelas sensações, sentimentos ou visualizações que dizem respeito às origens de seus desconfortos atuais.
As valiosas informações que nos chegam de uma experiência de regressão nem sempre vêm "limpas", prontas ou acabadas no sentido de passar com segurança ao paciente um conteúdo de fácil entendimento para que ele possa, sem a intervenção do analista ou terapeuta, associá-lo aos sintomas da queixa que o levou a procurar ajuda.
Portanto, torna-se indispensável na interpretação do conteúdo revivido pelo paciente a ajuda de um terapeuta preparado e experiente, pois este momento é o mais importante do processo analítico ou terapêutico, na medida em que exige a conexão do conteúdo trabalhado na(s) sessão(ões) de psicanálise ou psicoterapia ao conteúdo que acaba de "emergir" da(s) revivência(s).
É somente através da assimilação dos conteúdos interconectados com a ajuda do profissional que o paciente terá condições de processar internamente a sua elaboração (compreensão) final. Para ele, começa aí o processo de conscientização em relação ao que ele deve mudar no nível da sintonia espiritual, transformando o que deve ser transformado em sua vida. Poderá iniciar neste momento também, e inserido no mesmo contexto, o seu processo de autocura, o único caminho não fenomenológico sob os pontos de vista psicológico e reencarnacionista.
Em certos casos quando a pessoa traz consigo um histórico que envolve anos de tratamento psiquiátrico e/ou psicoterápico, às vezes com mais de dois ou três profissionais, torna-se desnecessário um atendimento programado para longo ou até médio prazo, ainda mais quando este indivíduo encontra-se seguindo tratamento químico. Muitas vezes acontece desse paciente manifestar na primeira consulta uma espécie de "tédio", à medida que baseado em um planejamento de tratamento longo, tiver que recomeçar a contar "tudo de novo" em relação à sua infância...
No entanto, o preparo, a habilidade e o treino de percepção do profissional em captar detalhes do paciente em um atendimento programado a curto prazo, será imprescindível para o sucesso do tratamento. Caso contrário, é apostar cegamente em uma situação em que não estamos devidamente seguros e preparados.
O caso que será descrito a seguir encaixa-se perfeitamente na programação de atendimento a curto prazo:
Mulher, 38 anos de idade, diagnóstico de transtorno do pânico. Por mais de 12 anos convive com esse desconforto e uma rotina de psicoterapias convencionais e tratamento químico.
Na sessão de psicoterapia avaliativa foram captados os elementos fundamentais de seu passado da vida atual que pudessem conectar com os elementos fundamentais captados da(s) revivência(s) de regressão que, por sua vez, pudessem conectar com os sintomas do pânico. Observação: se não tivermos a visão da interconexão dessas possibilidades não saberemos lidar com o material (conteúdo) que vai emergindo do inconsciente do paciente durante o nosso trabalho.
PRIMEIRA REVIVÊNCIA
Sente-se sendo atingida no peito por uma lança desferida por um soldado.
Motivo: era na Idade Média, possivelmente na época dos horrores cometidos pela Inquisição. Ela executava, juntamente com outras pessoas a serviço do poder religioso, a tarefa de queimar indivíduos que negavam-se a adotar a fé religiosa dominante. Fora atingida fatalmente pela lança porque, sentindo-se muito mal, negara-se a continuar executando aquela macabra tarefa.
SEGUNDA REVIVÊNCIA
Sente-se presa em um lugar escuro e apertado. Sente-se mal e refere-se aos sintomas do pânico. Quer sair de lá, não agüenta mais o desconforto. Aparece o seu mentor e mostra uma porta. Do lado de fora, vislumbra um lindo cenário de gramados, flores, borboletas e pássaros. No entanto, ela não sabe como abrir aquela porta e conquistar a sua liberdade... permanece presa em si mesma.
TERCEIRA REVIVÊNCIA
Percebe-se no útero materno: "Tá tão quentinho aqui!" Sente também a imensa tristeza que sente a mãe pelo fato de encontrar-se abandonada por um marido ausente do lar. Nasceu, tem três anos e impede que a mãe, num ato de desespero, cometa o suicídio. Sente muita tristeza...
CONTATO ESPIRITUAL
No início da primeira revivência, o mentor da paciente apresentou-se transmitindo-lhe segurança e confiança na experiência que iria ter. Seu nome: Isaías. Inclusive, através dela, preveniu-me a ter cuidados com o fígado. No final da regressão ele contatou novamente orientando-a para que desenvolvesse a mediunidade.
COMENTÁRIO
Como a dinâmica da existência humana se explica pela interconectividade de tudo que acontece em nossas vidas, no atendimento psicanalítico ou psicoterápico não poderia haver exceção a essa regra, já que elas não dependem de nós. E Isaías foi generoso com a sua protegida porque mostrou-lhe exatamente o que ela precisava entender sobre a sua atual situação (sintomas do pânico) em relação direta com o seu passado.
A misteriosa dor que hoje ela sente no peito está na sintonia da dor do local atingido pela lança, ao mesmo tempo que é um sintoma originado pelo sentimento de culpa (remorso) de ter queimado pessoas naquela existência.
A tristeza que hoje ela sente, associada a uma sensação de sufocação e taquicardia, remonta do sentimento de abandono assimilado de sua mãe quando encontrava-se no útero materno. E de quando tinha três anos de idade após presenciar a progenitora tentar o suicídio. Essas experiências descritas, se observarmos a ordem cronológica dos fatos, associam-se intrinsecamente ao "sentir-se mal" (sintomas do Pânico) quando ela executava a tarefa de queimar pessoas naquela existência da Idade Média.
Finalizando, a Lei de Justiça e Amor informa-nos sobre os princípios de causa e efeito que agem na reencarnação, à medida que cada um de nós traz consigo a soma de tudo o que já fez de si mesmo, com a obrigação de subtrair os males que tenhamos colecionado ao longo das existências até a sua completa extinção, multiplicando o bem que já possuímos para dividirmos com os semelhantes na construção da felicidade geral.
Portanto, se o paciente que passa por uma experiência de regressão rica em conteúdo conscientizador não aproveitar a oportunidade em relação à supressão das dores da alma em sintonia direta com o desconforto de seus sintomas físicos e psíquicos, não será outro mecanismo da regressão que irá "curá-lo", porque a regressão não opera milagres e, sim, mostra a "chave" para que a porta da libertação e da auto-cura seja aberta!
Psicanalista Clínico e Reencarnacionista.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 20
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |