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Regressão, verdade e libertação

Atualizado dia 4/19/2017 9:50:05 AM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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"Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas". (Friedrich Nietzche)

A verdade tem sido um enigma utilizado pelas civilizações no decorrer da história. Seus "detentores" foram inúmeros, a começar pelo Santo Ofício que punia com a perseguição, prisão e a fogueira, aqueles hereges que ousassem discordar da verdade absoluta imposta pela Santa Madre Igreja. A verdade manipulada conforme interesses também foi responsável por muitos genocídios que abalaram a humanidade.
No entanto, a busca pela verdade passa necessariamente pelo combate contra o dogmatismo, a crença de que o mundo é tal como observado e percebido inicialmente, sem possibilidade de contestação.

A nossa ideia contemporânea de verdade foi construída ao longo dos séculos, desde a antiguidade, misturando a concepção grega, latina e hebraica.
Em hebraico, a verdade (emunah) significa confiança, é a esperança de que aquilo que é ou será revelado, irá aparecer por intervenção divina.
Em latim, a verdade (veritas) é aquilo que pode ser demonstrado com precisão, referindo-se ao rigor e exatidão. Assim, a verdade depende da veracidade, da memória e dos detalhes.
Em grego, a verdade (aletheia) significa aquilo que não está oculto, o não escondido, manifestando-se aos olhos e ao espírito, tal como é, ficando evidente à razão.

Geralmente, a busca da verdade provoca polêmica, gerando duas ou mais interpretações sobre uma tese ou uma situação. Um típico exemplo é o caso que envolve o estudante de psicologia Bruno Borges, recentemente desaparecido no estado do Acre, e que gerou especulações e muito sensacionalismo em torno da questão.
A última é a tese do transtorno psicológico, ou seja, que Bruno Borges tenha sofrido um episódio psicológico, considerando-se a forma como ele cobriu as paredes de seu quarto com símbolos, o que pode apontar para um transtorno obsessivo compulsivo, provavelmente acompanhado de posterior surto esquizofrênico e suicídio.

Entretanto, no contraponto da questão, a sua mãe, a psicóloga Denise Borges, fala de seu filho com carinho, sem esconder o orgulho e a admiração. Descreve-o como uma pessoa muito focada e inteligente: "Na escola, sempre foi diferenciado, um líder nato com alto poder de persuasão. É um menino de coração tão bom que dava as coisas da casa e dele, aos outros, como camisetas e calças. Não é porque é meu filho, estou falando do Bruno amoroso que enxerga a alma das pessoas".
Em outra entrevista, contou que seu filho possui um alto poder de empatia, capaz de "sentir o que as pessoas sentem" e de "intuir sobre o estado emocional de cada indivíduo" oferecendo a ele apoio quando necessário.

A mãe insiste que o filho não tinha problemas psicológicos, e que ela, enquanto profissional da área, poderia diagnosticar a existência de sintomas de esquizofrenia ou distúrbios semelhantes observando o seu comportamento diário. Bruno jamais tomou medicamentos controlados e nunca fez consultas com médicos da área psiquiátrica. Sintomas de esquizofrenia com certeza não surgem de uma hora para outra, sendo perceptíveis em mera observação.

O leitor deve estar se perguntando: "O que tem a ver o título deste artigo com o caso Bruno Borges"?
Respondo que o caso é envolto em uma aura de mistério, e todo mistério é passível de investigação à luz da verdade, que é a verdade de cada um e, ao mesmo tempo, a verdade que o homem busca desde o tempo dos primeiros pensadores gregos.

Nesta lógica, Aristóteles, Sócrates, Giordano Bruno, Bruno Borges (ao que tudo indica), Sidarta Gautama, Jesus Cristo, Mahatma Gandhi, Francisco de Assis, entre outros espíritos iluminados pela verdade, deixaram para a posteridade as suas obras de libertação e consciência, Cada um na sua época e cultura, mas com o mesmo propósito de trazer à tona o que estava escondido pela névoa do esquecimento ou do desconhecimento.

E o homem, com o passar do tempo, descobriu algumas ferramentas que podem iluminar o lado sombrio daquilo que desconhecemos a respeito de nós mesmos. A psicologia - o estudo da alma, é uma delas, e quando associado à psicoterapia e à regressão de memória, aumenta a possibilidade de trazermos à luz da consciência, o que encontrava-se esquecido na inconsciência.
Enquanto formos prisioneiros de nosso próprio desconhecimento em relação às causas da dor e sofrimento que afetam o nosso bem-estar, estaremos submetidos ás sombras de um passado que aprisiona a verdade daquilo que somos. Em muitos casos, somente a experiência regressiva inserida em um processo psicoterapêutico é capaz de trazer à tona as causas cujos efeitos tramitam no âmbito das psicopatologias.
A libertação, e não apenas o tratamento preventivo, deve ser o principal objetivo da terapia que tem como propósito ingressar no "caminho difícil" em busca da verdade. Nessa direção, Filosofia, Psicologia, Psicoterapia e Regressão de Memória, são afins no processo de autoconhecimento.

Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos", registra que "a verdade é como a luz: o homem precisa habituar-se a ela, pouco a pouco, senão ela ofusca". Conhecer, portanto, a verdade a partir de si mesmo, é perceber o sentido da vida.
A evolução consciencial passa pela solução de problemas mundanos ligados à experiência física de nossa realidade existencial, e a regressão de memória é uma valiosa ferramenta que poderá ajudar o indivíduo a conscientizar-se de que a libertação de seu passado é o primeiro passo no rumo do crescimento e da felicidade possível.

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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