Resistências... O que são?
Autor Eda Cecíllia Marini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 11/25/2016 2:06:01 PM
Todos nós já passamos alguma vez por momentos em que sentimos a necessidade ou a vontade de realizar algo, seja da importância que for. Somos conscientes do valor e da necessidade deste ato seja em proveito próprio ou de todos, de modo geral. Então, inúmeras emoções assomam em nosso interior: sensação de impotência, culpa, insegurança, auto cobrança e uma enorme ansiedade.
E nos defrontamos com a maior dificuldade, que é começar. A essa dificuldade damos o nome de resistência, definida pelo dicionário como dificuldade, inércia, obstáculo, relutância, oposição e à qual acrescentaria bloqueio, defesa. Mas de onde vem toda essa insegurança, esse medo de agir? De qual sofrimento estamos nos defendendo? Na maior parte das vezes, da rejeição, de sermos criticados, não aceitos, desacreditados, porque nós mesmos não cremos ser capazes ou merecedores. Plasmamos modelos mentais e crenças no decorrer de toda vida, desde os primeiros anos, permitindo nos influenciar positiva ou negativamente pelos pais, pessoas e situações à nossa volta que experienciamos diariamente. Tais crenças e modelos mentais, resultado de percepções do mundo alheias e nem sempre correspondentes à realidade e às quais damos muito valor, se consolidam como lei, como uma determinação definitiva, sobretudo quando advindas de autoridades morais e emocionais como os pais e a comunidade social. Essa cristalização – consciente ou inconsciente – se define em imagens mentais negativas sobre si próprio e sobre o mundo, produzindo modelos engessados e determinantes, levando-nos a nos aconchegarmos mais e mais à zona de conforto até então estabelecida que é a de não tomarmos atitudes diferentes das já pré-definidas. Sobretudo, porque temos uma necessidade emocional muito forte da certeza, preferimos acreditar que nossas crenças são corretas, e aí não existe questionamento. Sem questionamento, a informação é aceita como certeza definitiva e assim é enviada ao cérebro, que a aceita, sem nenhuma dúvida, entrando em nosso dia a dia como verdade absoluta, e registrada no inconsciente como regra. E este é obediente, só faz o que acha que é bom para nós... “Nós somos aquilo que repetidamente fazemos”! (Aristóteles), assim dizia o filósofo com muita propriedade, pois desta forma, somos os escritores de nossa história de vida, os fazedores de nosso destino. Somos responsáveis pelos resultados e por isso não podemos nos queixar, a partir do momento em que tomamos consciência das forças limitadoras das crenças negativas. Para isso, é preciso a coragem de se analisar, de se questionar com objetividade, a fim de descobrir tais crenças e modifica-las, trocando sentimentos e atitudes sobre si próprio e os outros. É preciso também flexibilidade mental e sobretudo humildade para aceitar as sensações e sentimentos que emergem nestes momentos. O sentir é primordial, pois a mente condicionada sempre irá nos remeter à rigidez dos conceitos e preconceitos. O sentir vem da alma, do self da força e do poder pessoal que rege universalmente todos os seres humanos.
Uma as reações muito comuns neste processo de renovação é a procrastinação, a resistência que nos impulsiona a prorrogar, adiar, retardar, postergar, justamente porque dá trabalho e pode doer mexer em coisas empoeiradas e guardadas lá no fundo do inconsciente e que exigirão tomada de novas posturas. Ouvimos, então, aquelas “vozes internas” que os convencem de que não é preciso ser, ter ou fazer alguma coisa, decretando que:
• Não merecemos: ser felizes, prósperos ou saudáveis;
• Não sabemos: como fazer, como enfrentar;
• Não somos: inteligentes, bonitos, fortes seguros, equilibrados, amados;
• Não podemos: ter, ser, saber, sentir;
• Não temos: inteligência, beleza, amor, riqueza.
Mas que temos que ser conformados e resignados, pois somos “vítimas de uma educação e de uma sociedade exigente e esmagadora” e assim, desiludidos – “não sei mais o que fazer”, já tentei de tudo”! – estacionamos no desculpismo e na desesperança. Os impactos se refletem no corpo físico – saúde, desleixo; nas emoções – ansiedade, depressão, medo, indecisão; nas finanças e na prosperidade, nos relacionamentos, enfim, no dia a dia. Esta é a hora da reação!!! Com muita vontade e foco! Questionar-se! “Quem falou e determinou que não mereço? Por quê? Quando? Que valor dei a esta informação? Quanto me importei com isso? E por quê? ” A mudança de crenças e hábitos demanda muita persistência e força de vontade e ela é treinada como se treina um músculo e, como ele, tem seus limites, sofrendo com a fadiga e o destempero. Então, fazer as mudanças com firmeza, mas sem urgência exigente, sem auto cobrança, culpa ou tristeza, mas com calma e atenção. Cuidado com o perfeccionismo, o grande entrave deste processo, pois é exigente e envolve vaidade e orgulho. Para tudo há que se ter bom senso, auto respeito e equilíbrio. Aceite as mudanças com positividade. Estamos aprendendo a nos conhecer e a nos amar como somos, numa caminhada progressiva e com os passos que podemos dar. Assim:
• Força de vontade para o impulso inicial;
• Analisar e escolher a crença ou hábito que mais o incomoda;
• Descobrir seu gatilho;
• Transformar a nova ação em hábito positivo, dando-lhe apoio-me consistência através da rotina.
• Planeje, trace metas possíveis
• Peça ajuda amigos ou parentes, se precisar; Sempre com calma, no seu ritmo e possibilidades, mas não se deixe seduzir pelos apelos do inconsciente reativo.
Ressignifique e seja feliz!!!
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