Retratos da (in) Consciência Cósmica
Atualizado dia 10/10/2014 12:04:25 PM em Autoconhecimentopor Leandro José Severgnini
Muitos homens dotados de uma consciência espiritual elevada já estiveram na Terra para instruir a humanidade em sua caminhada; um dos que mais chamou atenção em tempos recentes por seu senso altruísta e caráter de justiça foi Mahatma Gandhi. Este homem demonstrou que a verdadeira revolução e justiça não podem ser alcançadas por meios violentos, opressores ou que possam comprometer a integridade física e moral de qualquer indivíduo. Injustiça não corrige injustiça! Maldade não conserta maldade! Em um mundo que clama por perdão e benevolência, a vingança não pode oferecer nada de positivo. Este homem demonstrou que não existe arma mais poderosa que o amor e que um coração pacífico é capaz de desmantelar exércitos inteiros. A história deste homem deveria ser estudada em qualquer universidade que preze pela formação de um indivíduo ético e moral.
Eu sei, eu sei! Ele não foi o único! Em todas as eras da história humana existiram homens que trouxeram luz ao obscuro coração humano. Há 2500 anos, Sócrates foi obrigado a ingerir veneno por que a sua filosofia libertadora era perigosa aos interesses políticos daquela época; há dois mil anos, Jesus foi crucificado por ensinar o amor e o perdão ao invés do tradicional "olho-por-olho"; recentemente, foi a vez de Gandhi ser assassinado por - ironicamente - pregar a não-violência. Quem sabe se o homem não fosse tão "cabeça-dura", teríamos aprendido logo no início e não seria necessário ver a mesma história se repetir tantas vezes.
Para mim, algo ficou evidente: o homem ignorante de si mesmo, prefere louvar o mensageiro ao invés de internalizar a sua mensagem! Nós, em nossa ingenuidade, dizemos ser seguidores de Cristo, de Buda, de Gandhi ou de qualquer outro, mas se alguém nos bater na face direita, somos capazes de oferecer a face esquerda? Se alguém nos ofender, somos capazes de perdoar setenta vezes sete vezes? O próprio Gandhi dizia que "a única revolução possível é dentro de nós". Independente de quem tenha sido o "mensageiro", a grande mensagem cósmica sempre foi a mesma: o amor! Mas como podemos ser amorosos se a violência ainda impera em nosso ser? Sejamos sinceros e olhemos para dentro de nós: quantas vezes expressarmos o sorriso enquanto nosso coração ferve de mágoa? Quantas vezes dizemos perdoar uma ofensa enquanto aguardamos ansiosamente a oportunidade de revidar? Estas não são posturas de um "seguidor da mensagem".
A doutrina da não-violência proposta por Gandhi deve ser levada ao pé da letra, mas não somente com os outros, mas prioritariamente conosco mesmo. É uma conclusão óbvia se compreenderemos que não existem dois elos em ato violento, ou seja, quando sou violento com o outro significa que esta violência já existe em mim e contra mim. A violência nunca levou o homem a lugar algum, pelo contrário, está fazendo a humanidade andar em círculos há muito tempo.
"Verifiquei que a vida persiste em meio à destruição. Deve existir, portanto, uma lei superior à da destruição. Se essa é a lei da existência, devemos praticá-la na rotina diária" - Mahatma Gandhi.
Texto revisado
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |