Saindo do cárcere mental

A mente é uma máquina de ilusões; o combustível dessa máquina é o medo, e a fonte desse combustível é a ignorância.

A mente cria um mundo ilusório e coloca nessa instância um personagem também ilusório, vivendo um enredo ainda mais ilusório. Com isso, ela acaba por nos tirar da realidade da Consciência: a realidade do vazio, do nada e do eterno que nós somos. Desta forma, nós passamos a viver uma vida artificial, impermanente, que se dissolve na ilusão de um tempo criado para acomodar essas informações.

Desta forma, tudo aquilo que entendemos como realidade é um filme criado pela mente, nada mais do que isso. Procure esse eu que vive preso nessa instância e você verá que, diante da busca, ele simplesmente desaparece.

Só o conhecimento poderá desativar essa máquina, mas não o conhecimento intelectual, produzido de forma artificial, criado por crenças. Ou seja, o sujeito acredita no livro que leu, na aula que assistiu, na orientação que recebeu, no discurso que ouviu, mas apenas acredita; não compreende de forma ampla e sistêmica a própria realidade.

O conhecimento verdadeiro é aquele que acontece através da experiência, do silêncio, da supressão dos movimentos mentais. Só assim as portas da percepção se abrem, só assim é possível enxergar além do Véu de Maya e conhecer as cores da Realidade. Enquanto estivermos agindo e reagindo de acordo com essa programação de crenças criada, continuaremos distantes dessa realização.

Aquilo que você entende, aquilo que a sua Consciência consegue alcançar, nunca irá amedrontá-lo, pois ninguém teme o que conhece; nós tememos apenas o que desconhecemos. Portanto, a fonte de todo sofrimento humano é a ignorância.

Aquilo que tememos é justamente aquilo que desconhecemos. Por desconhecer, nos agarramos às crenças que nos trazem algum tipo de segurança, e é assim que começa o processo de escravidão. É nesse momento que nos engaiolamos em um mundo ilusório e passamos a viver no cárcere mental. A ignorância nos prende nessa Matrix; apenas o conhecimento pode nos libertar.

Você não precisa de muito esforço para isso, apenas observe esse falso eu. Você perceberá que ele simplesmente não existe, pois não tem nenhuma estrutura sólida; é apenas uma ideia da qual você não se desprendeu ainda.

Procure o ego e ele irá desaparecer. É preciso primeiro conhecer o que não somos para sabermos o que somos.

 

Texto Revisado