Sobre o Sexo
Atualizado dia 5/9/2006 10:49:34 AM em Autoconhecimentopor Deborah Valente B. Douglas
Esse tabu se agravou com a sociedade patriarcal, onde a mulher ficava em segundo plano. Servia para satisfazer os homens (as gueixas, sacerdotisas ou prostitutas) e dar-lhes filhos (somente as esposas e de preferência filhos homens).
Mas a origem do sexo envolve muito mais energia do que o simples prazer carnal. Um exemplo disso é o tantrismo.
O Tântra surgiu na Índia há mais de 5.000 anos. A palavra tantra é composta por duas raízes acústicas: “tan” e “tra”. Tan significa escuridão e tra libertação e o significado profundo da palavra é “uma luta contra todos os obstáculos internos e externos em direção à verdade última”. Segundo o Tantra, o homem representa o princípio originário, Shiva, a pura consciência e extrai de si o universo através de seu poder que é Shakti. Ela é seu contraponto feminino, quem desenvolve toda a atividade. Shiva é consciência, origem. Shakti é poder, ação.
Todos temos os dois princípios na nossa natureza, mas, geralmente, um é mais desenvolvido do que o outro. Isso também está ligado aos hormônios. O homem possui mais testosterona, que possibilita maior desejo sexual. A mulher possui mais o estrógeno, com menor desejo do que o homem. Logicamente isso varia de pessoa para pessoa. Mas na doutrina esotérica se diz que quando as duas energias estão completamente equilibradas e a pessoa conseguiu tal integração entre as energias atuantes e seu Eu superior, não há mais o desejo sexual, pois a pessoa está completa (isto é bem diferente do que a frigidez). Esse é o caso de grandes avatares que estiveram na Terra, como Buda e Jesus. Provavelmente depois que conseguiram sua iluminação não precisaram mais de sexo.
Voltando ao Tantra, todo homem é contemplado com o poder de Shiva e toda a mulher com Shakti. Ambos princípios são inseparáveis e aí está o significado místico da união sexual. Shiva reencontra sua Shakti e toma dela poder. E Shakti encontra seu Shiva e recebe dele o princípio da vida, a semente original, representada pelo sêmem. Esta é uma doutrina que personifica a mulher como uma Deusa, garantindo a elevação espiritual aos dois parceiros. É o mesmo princípio do yin e yang.
Na visão espiritualista, o sexo, quando bem feito, isto é, quando há a integração total dos dois parceiros e ainda é realizado com o amor, provoca o orgasmo que nada mais é do que uma explosão atômica. A energia liberada proporciona a aproximação com a divindade, elevação espiritual, uma descarga de energia benéfica sobre os parceiros e ainda a dissipação dessa energia para todo o ambiente, podendo até atingir beneficamente outras almas interligadas por algum tipo de afinidade.
Em seus estudos, Freud colocou a importância do sexo como fundamental para a cura de inúmeras doenças mentais.
Apesar desse conhecimento tão antigo, os interesses particulares e monetários deturparam toda a filosofia e a prática do sexo. Foram estipuladas normas com quem e para quê se podia praticar o sexo. Os casamentos entre membros da realeza eram escolhidos a dedo para que a linhagem fosse de "sangue azul". O sexo no casamento era buscado somente para procriação, proporcionando assim a conduta depravada de homens e mulheres de destaque na história, provocada por seus respectivos amantes.
Ainda existem países onde o prazer da mulher é proibido. Hoje, a banalização do sexo, focado quase que somente na beleza do corpo e no prazer a qualquer custo, denegriu a imagem de uma prática que envolve corpo, mente e espírito na geração de uma energia tão poderosa que, quando mal utilizada, pode causar graves danos.
O que quero dizer com tudo isso é que sexo, mais do que uma prática corporal para a obtenção de simples prazer ou procriação, é uma atividade espiritual que envolve muita energia e por isso deve ser realizada com consciência e parcimônia. Sexo é bom desde que seja feito com perfeita integração entre os parceiros e preferencialmente conte um ingrediente fundamental... com muito amor.
Conheça o livro O UM de Deborah Douglas
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 383
Comecei no Stum em 2001. Escrevia artigos como forma de desabafo, mas vi que a qualidade não estava boa. Estudei bastante e me aperfeçoei na poesia. Hoje tenho dois livros editados, O UM e ATOS REVERSOS, sob o pseudônimo de Alma Collins. Escrever é a sublimação do pensamento posto no papel. Espero que gostem E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |