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Stress no Trânsito

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Autor Priscila Gaspar

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 7/14/2006 10:38:53 PM


Na atualidade fala-se muito em stress sem que, muitas vezes, saiba-se sobre o quê se está falando. O stress (ou estresse) é uma reação do organismo frente às ameaças do ambiente. O corpo reage tornando-se mais alerta e preparando-se para uma situação de emergência: lutar ou fugir!
Imagine um animal qualquer, ou mesmo um humano em estágio selvagem, que encontra um predador – ou seja: a ameaçadora figura de uma fera, com suas garras e dentes cortantes, faminta! Nesse momento, ocorre uma reação em cadeia da qual participam diversas estruturas nervosas e glândulas endócrinas, liberando neurotransmissores e hormônios, como por exemplo, a adrenalina. A liberação da adrenalina leva ao aumento da pressão arterial, à aceleração da freqüência cardíaca e do ritmo respiratório, entre outras reações. Essas medidas visam propiciar melhor oxigenação dos músculos, em geral, para que o organismo possa obter mais energia e assim, lutar ou fugir. Passado o susto e uma vez contornado o problema, ocorre uma reação instintiva de respirar profundamente e manter-se quieto, permitindo o restabelecimento normal das funções, ou seja: diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.
No entanto, o homem civilizado, em sua vida sedentária, sofre uma série de ameaças diariamente e não dá vazão para a energia extra colocada a seu dispor pela reação de stress. Na maioria das vezes, sequer tem um momento de repouso para seu restabelecimento. Se a figura que o ameaça não é uma fera, mas a possibilidade de desemprego, ele não tem como lutar ou fugir! A ameaça pode não ser real, mas simplesmente gerada na mente, frente a um jogo de possibilidades. Como exemplo, não é necessário estar frente ao assaltante para estar em “alerta”: o medo da possibilidade de vir a ser assaltado é agente estressante. Assim, a maioria dos moradores das grandes cidades vive estressada em decorrência de ameaças reais e imaginárias, que preparam seu corpo para a luta ou para a fuga, porém nenhuma atividade física é realizada. A longo prazo pode ocorrer a elevação da pressão arterial de forma crônica, com graves conseqüências para todo o organismo.
Pensemos agora no trânsito, lembrando que as ameaças mudaram, o cotidiano mudou, nossa forma de agir mudou, mas nosso corpo continua a reagir exatamente como o dos selvagens e o dos animais. A ameaça não é mais um predador, mas o “adversário” do carro ao lado. O veículo, como uma cápsula que envolve e protege o corpo, torna-se uma projeção deste. Da mesma forma que o pavão abre a cauda para exibir-se para as fêmeas e mostrar-se superior aos demais machos, homens desfilam acintosamente em seus carrões, sentindo-se “poderosos”.
Enquanto continuidade do corpo e símbolo de poder, o veículo torna-se instrumento de competição. A agressividade inerente a toda competição é acentuada pelo stress, como se o corpo reagisse de forma mais animal e instintiva, levando por água abaixo todos os princípios de civilidade e boas maneiras, frutos da cultura humana.
Como se não bastasse a agressividade acentuada pelo stress diário e seus efeitos sobre o comportamento das pessoas nos trânsito, o próprio trânsito desencadeia as reações do stress, fazendo com que o comportamento agressivo de um motorista seja o detonador da agressividade de outrem e assim por diante. Temos então, um quadro caótico de motoristas mal-humorados, agredindo-se mutuamente, utilizando-se de suas máquinas-corpo para desempenhar uma luta sem vencedores. Engana-se aquele que acredita que, por ultrapassar ou fechar outro motorista, estaria ganhando uma competição... Em primeiro lugar porque essa competição não é real: só existe na mente primitiva do homem incapaz de tomar consciência de seus impulsos instintivos, muito menos de controlá-los!
O stress no trânsito predispõe as pessoas a acidentes e, sem dúvida, aumenta a violência urbana. São freqüentes as agressões físicas (até casos de homicídio) cujo início está na simples “fechada” que um motorista cometeu...Se pudéssemos utilizar a razão, a qual acreditamos ser atributo do ser humano, nada disso ocorreria. Nossa mente, racional, nos diz o quanto são incoerentes os atos agressivos no trânsito diário.. E será que o motorista que comete tais atos é menos racional? Ou estamos todos nós sujeitos a cometer tais agressões pela incapacidade de controlar os impulsos agressivos de um organismo estressado, preparado fisiologicamente para lutar ou fugir?...
Ficamos diante de um problema: como lidar com as dificuldades no trânsito do dia a dia se, na maior parte das vezes, nada podemos fazer para modificar os fatores externos e não é fácil mudar os internos? Como lidar, então, no próprio trânsito, ou seja, como agir na prática, quando estamos confinados dentro de um veículo?
A melhor forma de minimizar isso – já que não existe solução completa para problemas complexos-- é tentar utilizar os mecanismos fisiológicos para controlar o stress. Reservar períodos para práticas como a meditação e exercícios físicos são apenas algumas, entre as muitas opções. Músicas suaves e relaxantes, respiração profunda, manter a mente quieta e ter bons pensamentos consistem em formas eficientes para diminuir as fontes do stress, internas, ou seja, combatendo as ameaças imaginárias (mesmo que sejam possibilidades reais: não estão presentes a todo o tempo!). Existem no mercado uma série de CD’s e fitas cassete com músicas para relaxamento, bem como com frases que induzem ao relaxamento profundo não devem ser utilizados no carro, pois diminuem o grau de atenção. Assim, no trânsito, não é o momento de relaxar para combater o stress, mas mantê-lo em níveis adequados, pois é um estado de alerta e de maior atenção, como disse no início. É necessário treinamento para descobrir que tipos de prática são mais adequadas, respeitando os limites de cada caso. Para alguns indivíduos ouvir música suave pode permitir atenção, enquanto que para outros poderia induzir ao sono. Músicas mais agitadas e com percussão forte tendem a aumentar o estado de alerta, porém podem se tornar fator de stress para quem já é habitualmente mais nervoso ou agressivo.



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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Priscila Gaspar   
Priscila Gaspar é Psicanalista, Terapeuta de Regressão e Terapeuta de Casais, com especialização em Sexualidade Humana. Atende em psicoterapia individual e de casal.Contato: [email protected]
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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