Surpresas no plantio...
Autor Maria Silvia Orlovas
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/9/2007 3:25:21 PM
Plantar árvores sempre foi um desejo acolhido em meu coração e, quando um asilo que ajudamos mudou para uma chácara descampada, essa idéia começou a tomar forma, até que finalmente marcamos um dia de plantio. O que vou contar a seguir aconteceu neste domingo tão especial, no mês de maio...
Falar que o nosso encontro foi um sucesso não seria o suficiente para transmitir a quem não esteve lá conosco a vibração que recebemos de amor e cura quando nos propusemos a plantar árvores num terreno inóspito que abriga um asilo que meu grupo ajuda.
Foi de fato um dia muito, mas muito especial. E pelo retorno que recebi de algumas das pessoas que participaram da Ação Verde pelo Amor e a Cura da Impotência, que foi como chamei o evento, os insights foram profundos e transformadores.
Alguém pode até se perguntar o que pode mudar na vida de alguém plantando uma árvore ou vendo a velhice...
Posso garantir que ver e sentir tudo isso muda - e muito - nossos conceitos. Olhar para trás também faz os seus milagres.
Concordo com aqueles que pensam na importância de nos dedicarmos à concretização dos nossos sonhos. Acho, inclusive, que é fundamental sonhar, porque sem sonhos, sem ideais não chegamos a lugar algum. Mas não basta sonhar, não basta idealizar a vida porque o tempo passa e aquilo que em princípio parece ser apenas um futuro distante, rapidamente torna-se presente. E, vendo aqueles velhos, acho que seria desrespeitoso dizer que eles um dia não tiveram sonhos, e ainda cabe perguntar: o que eles fizeram com eles?
Todos nós sonhamos, queremos coisas e situações melhores para nossas vidas, mas o quanto nos dedicamos a colocar esses sonhos em prática?
Refletindo sobre tudo isso, pergunto quanto de tempo, energia e amor colocamos em nossas empreitadas, e o que de fato esses nossos desejos transformados em sonhos seriam úteis para o mundo a nossa volta?
Sim porque em algum momento acho que devemos nos perguntar da validade dos nossos sonhos. Somos egoístas em sonhar? Há uma congruência entre os nossos sonhos e a nossa realidade?
Porque se as respostas para essas questões forem negativas, podemos crer que estamos caminhando inevitavelmente para a frustração. E, ali, vendo aquelas pessoas que já tiveram o seu tempo de ação e não souberam aproveitar corretamente, fomos despertos do nosso leito sonhador e trazidos para a realidade que nos obriga a ver a vida ao nosso redor e a desejar transformar e melhorar o presente para receber e concretizar nossos sonhos.
Aprendi que não basta sonhar, é preciso plantar nossas expectativas de vida no mundo objetivo.
Olhando aquela movimentação do domingo, com as pessoas chegando com suas mudas de plantas, as crianças alegres com suas ferramentas de jardinagem invadindo os canteiros da horta abertos para recebê-las e um lindo altar preparado no refeitório, não pude deixar de me emocionar. Afinal, eram mais de 50 pessoas de todas as idades ali reunidas para realizar um sonho que compartilhei com todas elas. O sonho de criar um ambiente verde, mais alegre e saudável para pessoas que não tinham mais esperança em seus corações.
Foi uma surpresa linda para uma pessoa como eu que trabalha com a mente, visualizações, meditações, ver um sonho sendo realizado.
Envolvida ainda no romance do momento, meu amigo Geraldo subitamente me trouxe para a realidade quando me disse:
“Sabe, Maria Silvia, essas árvores têm que ser cuidadas para sobreviverem. Não basta molhar duas vezes por semana. Nós vamos ter que voltar aqui no mês seguinte para colocar adubo e a horta também precisará de cuidados...” disse ele, sorrindo, empurrando um carrinho de mão carregado de terra preta que foi tirada de um canto do terreno e trazida por ele para dar força a cada um dos 60 pés de árvores, na maioria frutíferas que plantamos...
Ele nem parecia a mesma pessoa que freqüenta assiduamente meu grupo de meditação há anos. Ali de chapéu de palha, era um homem da terra, alguém realizando um sonho de um mundo verde e melhor.
Mas tenho que dizer que suas palavras tiveram o efeito de um balde de água fria.
Claro que, teoricamente, todos sabem que umas plantações exigem cuidadas, mas não estava preparada para isso. Como muitas vezes ajo por impulso, minha intenção era apenas semear. Com sinceridade, vou dizer a você que não pensei em cuidar, em dar manutenção, em assumir o compromisso de voltar lá meses seguidos...
Na hora, me veio em mente a importância do grupo, o quanto aquelas pessoas foram fundamentais naquele trabalho. Como conseguiria motivá-las a dar continuidade ao “SEVA”, trabalho espiritual dedicado ao próximo, que realizamos naquele dia?
Como conseguiria que as pessoas voltassem no próximo mês, e no próximo e no próximo?
Sei muito bem como a maioria dos paulistas funciona porque faço parte desta realidade. Trabalhamos demais, temos uma família para sustentar, precisamos de dinheiro, precisamos de lazer e não queremos mais compromissos do que aqueles que já temos.
Acho que nos tempos atuais não há quem não se sinta cobrado e fazendo além dos limites. Assim, pensar em mais um compromisso me desmotivou por alguns minutos.... Minutos, porque logo fui tirada deste pensamento quando outras pessoas me chamaram, e logo me envolvi em outros assuntos.
É muito interessante observar o que rola numa ação como esta onde as coisas acontecem em paralelo. Pessoas se encontram, trocam idéias e telefones, fazem amizade, surgem também situações de stress, enfim, são momentos muito ricos em aprendizado e troca isso sem contar na questão energética e vibratória que é trabalhada no astral.
Assim, quando ia entrando na preocupação de como realizar a próxima ação me lembrei de viver o agora e me dedicar profundamente ao presente porque é assim que a vida dá certo. Entrar no desejo de controlar o que vai acontecer daqui a um mês não solucionaria nada.
Naquele momento, muitas pessoas já tinham ido embora e um grupo menor estava lá conversando com os idosos e assistindo a brincadeira das crianças que se esbaldavam carregando um cachorrinho vira lata de um lado para outro.
Subitamente entendi que o sonho do dia estava realizado, as árvores estavam plantadas, as pessoas atendidas e a energia espiritual trabalhada. Aconteceu tudo o que imaginei e muito mais porque o grupo ofereceu carinho, atenção aos idosos e se comprometeu de ajudar a arrumar a casa deles. Mas, o mais bonito foi ver que a caridade saiu daquela condição de desnível social e preconceito, tipo: “Vamos fazer para os pobres...”
Estávamos ali numa casa que era nossa também, fazendo parte daquele momento especial que o destino traçou.
Sem pensar ou planejar racionalmente a “Ação Verde pelo Amor e a Cura da Impotência” tinha promovido uma integração social, não apenas entre meus convidados, mas entre todos, funcionários do asilo, velhinhos, crianças e árvores. Foi lindo perceber que ali a Mãe Divina era a Terra e, como mãe, nos ofereceu o fruto mais bonito e tenro que ela tem a nos dar, a experiência do amor compartilhado...
Se você que está lendo gostou dessa iniciativa, siga em frente. Faça também algo assim e se desejar venha participar do nosso próximo encontro, porque as árvores e os velhos esperam por nós no mês que vem...
Venha conhecer o Grupo de meditação
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Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores. Me acompanhe no Twitter e Visite meu blog E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
