Sutilezas do Mestre
Autor Ceissamorim - Buddhayan
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 09/05/2005 11:45:14
Desde criança vejo Jesus como um tradutor. Deus se fez homem e veio na figura de Jesus que se encarregou de "traduzir" a Deus todo o sofrimento humano, principalmente, as limitações da carne.
Jesus nos ensina tantas coisas, mas nem sempre temos olhos para ver e ouvidos para ouvir. Jesus, primeiramente, mostrou-se sábio. Questionava, ensinava o povo a pensar. Como bem diz Lya Luft, "Pensar é Transgredir"!
Nem bem era hora dos milagres, foi convocado por Maria a providenciar vinho nas bodas de um parente. Ainda assim, fez o seu melhor.
Fez milagres por que a Ele cabia fazê-los. Qual o milagre e na vida de quem cabe a você fazê-lo? Seria pagar uma conta de água? Comprar um botijão de gás ou contribuir com agasalhos, cesta básica ou ajudar alguém que não sabe ler a encontrar um endereço? Acorde!
Jesus chorou a morte do amigo Lázaro. Mas Ele sabia que iria ressucitá-lo. Por que então chorou? Por que Ele estava humano e ao humano a morte causa dor. Apesar de cientes de que a vida não finda com a morte, choramos, ainda que saibamos que nos encontraremos, estamos humanos e aos humanos, a morte causa dor.
Jeus teve medo da morte e pediu ao Pai que lhe afastasse aquele cálice, mas ponderou e consciente de sua missão, topou a parada. Talvez não imaginasse que sofreria tanto. Era só morrer e tudo estaria resolvido. Não foi bem assim. A carne trepassada, a sede, a dor, o sangue, tudo fez com que perguntasse: "Pai, por que me abandonaste?"
Quantas vezes não fizemos a mesma pergunta? Quantas vezes não quisemos desistir de nossa missão de pai, de mãe, de filho, de sei lá o quê?
Ele mostrou ainda de forma sutil que quem crê, ainda que "em pecado", estará com Ele na hora da passagem. Lembram do ladrão que se encontrou com Ele após a morte? O que não acreditou, sabe-se lá para onde foi...
Pois é, independentemente das mazelas do mundo, tudo está como deveria estar. Creio que assim com Jesus fez um "contrato" com Deus, nós também o fizemos e cada um passa por aquilo que escolheu passar. Aos menos sofridos, cabe a compaixão, a prestação de auxílio voluntário, matando a sede, limpando o suor do rosto, ajudando a carregar a cruz, mas a ninguém é permitido viver a vida do outro ou morrer por ele.
Cada um de nós tem um tempo de maturação, um prazo de validade e estamos todos, sem distinção, fazendo a coisa certa, no tempo certo, no lugar certo, ao lado das pessoas certas. Alguns morrerão ao nascer, como os trigêmeos de Marabá, para que a outros sejam feitos esforços e milagres para que tenham vida.
A vida de Jesus foi uma síntese de nossas vidas, afinal, somos todos um. Você crê nisso?
Texto revisado por Cris
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