Tarot é tarot
Autor Zaida Miranda Rebêlo da Silva
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/26/2006 8:19:56 PM
Tarot é tarot, não importando a versão de quem o idealizou: Jacquemim Gringonneur, Giorgio Tavaglione, Namur Gopala, Aleister Crowley, Molinero, Oswald Wirth, Barbara Walker, Court de Gebelin, Robert Wang, Miranda Grey, Liz Greene, Ozampin Olafajé. Ou o nome a ele atribuído: Marselha, clássico, mitológico, egípcio, nórdico, thoth, rider, encantado, junguiano, cabalístico, boêmio e tantas outros. Todos terão a mesma fonte arquetípica e obedecerão à mesma estrutura simbólica dos 78 arcanos, bem como sua orientação didática será idêntica.
Quando as cartas não convergirem para uma estrutura de 78 arcanos e uma relação análoga aos seus símbolos tradicionais, deixa de ser o tarot para ser denominado "as cartas de tal". No entanto isso não é desmerecedor, pois existirá, de qualquer forma, uma fabulosa contribuição simbólica para a cartomancia e novas formas de análises oraculares; mas nem por isso, deve chamar-se de tarot. Nesse caso temos as cartas de Mile Lenormand, cartas fênix, cartas do carma, cartas xamânicas, cartas dos cartuchos egípcios, cartas da transformação, cartas de Pandora, cartas de Mah Jongg, cartas das pedras filosóficas e alguns conjuntos de cartas intituladas de tarot: tarot das flores, tarot dos orixás, tarot pérsico, tarot dos florais, tarot cigano, tarot da cigana, tarot quiromântico e tantos outros.
Podemos dizer que o tarot é tradição. Há séculos vem sendo analisado, estudado e interpretado - escrita e oralmente - por vários povos, homens eruditos, filósofos, ocultistas, autodidatas, pessoas sérias e respeitadas que dedicaram boa parte de suas vidas e conseguiram transmitir de geração a geração todos os valores simbólicos e oraculares. O tarot conseguiu, com muita classe, transpor todas as revoluções sociais dos últimos séculos: Idade Média, Renascença e Iluminismo; desde as inúmeras reformas filosóficas até às científicas e, principalmente, escapar dos dogmas religiosos da Inquisição, o famigerado Santo Ofício.
Tarot é tarot, como astrologia é astrologia, cabala é cabala, mitologia é mitologia e numerologia é numerologia. Todos podem ter algumas fontes filosóficas em comum, no que podemos perceber o tangenciamento entre eles, mas nunca um será ou explicará o outro. Tarot não é somente adivinhação: é um alfabeto simbólico baseado na estrutura mental do ser humano e na evolução arquetípica de qualquer situação e foi idealizado por mãos inspiradas como forma de comunicação entre os homens, nos campos dimensionais do tempo e espaço para sua orientação e livre-arbítrio.
Os arcanos maiores se reportam à mente abstrata, ao mundo subjetivo, aos poderes da criação, diretos e árbitros, que a consciência manipula para seu universo; os arcanos menores se lançam à mente racional, ao mundo do objeto, aos poderes da concretização, indenpendentemente da vontade e ação dos primeiros. Um se relaciona com a formação da vida e o outro com a manifestação da forma. Ambos os caminhos explicam a trajetória do homem, de seu nascimento à morte; ou a criação do próprio universo, de seu despertar ao seu adormecer; ou ainda as vias percorridas em alguma situação específica, seu avanço ou retrocesso, seu declínio ou progresso.
O estudo dos arcanos é uma via de autoconhecimento. Quem os estuda adquire a própria evolução e transformação pessoal.
Taróloga
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 102
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
