Tudo é Ilusão
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/24/2012 7:57:43 AM
Em um determinado período da vida o ego observa em sua volta e consegue visualizar toda a malha da virtualidade, ou seja, da inutilidade. Olha para o seu corpo e se conscientiza que ele está sendo carcomido pelo tempo. Tudo que o ser psicossomático fizer nesse mundo em termos de coisas ou discursos que estejam dentro do espaço/tempo/forma também desaparece com o passar dos anos.
Podemos passar anos e anos modelando ou desenvolvendo técnicas de manutenção e aperfeiçoamento corporal ou mental, mas os seus efeitos funcionam por um breve período de tempo, pois a morte sorrindo aguarda o psicossomático para eliminar todas as suas ficções.
A mais bela sinfonia, a mais agradável literatura, a mais atraente atividade humana ligada as manifestações de ordem estética ou comunicativa serão totalmente esquecidas com o decorrer do tempo. Não existe permanência em nenhuma obra elaborada pelo ego.
O aspecto fundamental do ego é ter consciência que todas as suas atividades corporais, não possuem nenhuma aplicação diante do mundo da singularidade, inclusive os atos que designamos de bons são efêmeros diante de uma dimensão metafísica.
Ir ou não ir, falar ou não falar, escrever ou não escrever, trabalhar ou não trabalhar, divertir ou não divertir, amar ou não amar, odiar ou não odiar representam resultantes egóticas relacionadas à específica cultura que está presa ao espaço e tempo, sendo originadas pela imersão do ego na forma, representando conjuntos finitos e logicamente inúteis.
Nesse mundo de completa ilusão o único parâmetro válido é não entrar do espaço do outro sem a sua permissão, mas isso não gera recompensas futuras, pois toda ação egótica desvanece no ar.
Estamos apresentando um ponto de vista tendo por fundamento o transcender toda estrutura egótica e nascimento do Sagrado Anjo Guardião. O radicalismo niilista nas questões egóticas encontra ressonância nas palavras do mestre judeu: ao senhor teu deus adorarás, e só a ele darás culto. Significa essa passagem o afastar totalmente de tudo que é gerado pelo ego em função do nascimento do sagrado.
Diante das coisas egóticas ou virtualidade do mundo o mestre judeu disse: já está posto o machado a raiz das árvores que não produzem bons frutos, será cortada e lançada ao fogo, limpará completamente a sua eira recolhendo o seu tribo no celeiro e queimará a palha em fogo inextinguível.
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