Um coração para sentir!
Atualizado dia 18/10/2008 12:11:46 em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
"A melhor maneira de ver a saída de um labirinto é olhá-lo de cima. Frente a um problema imagine-se com asas e capacidade de voar e sua relação com ele mudará."
Paulo Raful
Solitários ou perdidos no labirinto de nosso cotidiano, muitas vezes nos sentimos angustiados pela falta de algo que seja mais significativo para nossas vidas. Algo que, decididamente, aponte-nos uma direção diferenciada, ou seja, um horizonte, uma luz, enfim... um preencher do vazio da alma que insiste em pressionar o nosso peito, provocando-nos sensação de desconforto e sentimento de incompletude perante a vida.
No entanto, o processo vital continua e a rotina implacável faz-nos desviar o olhar sobre nós mesmos como querendo nos dizer: "Acorda, meu amigo, o tempo não pára para quem precisa trabalhar!" E a vida segue o seu rumo aos tropeços entre nossos desejos reprimidos e a necessidade da luta pela sobrevivência.
Às vezes, um acontecimento trágico provoca-nos reflexões sobre o significado da nossa existência e, sensibilizados com a dor alheia, sentimentos genuinamente humanos nos envolvem numa corrente de pesar pelas vítimas da tragédia e de solidariedade a seus familiares. Porém, passada a comoção do trágico acontecimento, a energia do chacra cardíaco diminui de intensidade e o dia a dia retoma sua "normalidade" de exigências e cobranças. Voltamos a nos sentir meio que "robôs" de um estado de coisas que mal percebemos ou que ainda não temos a exata idéia do que representa para as nossas vidas, tal é o nosso nível de envolvimento com a rotina diária.
Passam-se os anos e sentimos que a angústia do vazio interior aumenta de intensidade quando, finalmente, resolvemos travar o mecanismo físico e questionar sobre o objetivo principal de nossa existência com uma pergunta crucial: "Afinal, somos máquinas ou seres humanos?"
Maria Goretty, amiga virtual e leitora do STUM, através de seu lúcido raciocínio reflexivo sobre a felicidade, encontra com muita sensibilidade humana a resposta para essa questão. É o que veremos a seguir.
"A vida é aparentemente uma sucessão de dias iguais... acordamos, ligamos o automático e executamos aquilo que já programamos. Será?
Penso que é preciso preparar todos os sentidos para que possamos ter os OLHOS DE VER E OUVIDOS DE OUVIR, mas, acima de tudo, um CORAÇÃO PARA SENTIR. Quando a gente vê a vida somente por uma ótica, realmente fica complicado ter um coração para sentir. As pessoas que já conseguem ter múltiplas visões da vida, com certeza, sofrem menos, pois já conseguem separar o joio do trigo...
Às vezes nos envolvemos na ansiedade do TER e saímos atropelando nossos limites... enchemos a cabeça com perguntas e necessidades urgentes de agir sem pensar se realmente é o momento certo de fazê-lo. Os objetivos, as metas foram elaboradas, mas a impaciência não nos deixa ter os olhos de ver, ou seja, que cada um funciona no seu ritmo. Quando a gente atropela... invade, é que nos damos conta do quão é irreal e inatingível toda a corrida do TER.
Chamarão você de louco por querer mudar, buscar novos caminhos, rever roteiros. Mas só a gente sabe avaliar como é dolorido preencher o vazio que sentimos de tudo, mesmo tendo aparentemente tudo...
Aprendemos nessa solidão de alma que muita coisa que julgávamos essencial só serve para dar prazer no mundo temporário, e tudo aquilo que a gente sente no coração como amor, carinho, compreensão, esperança e tantas outras, são as coisas da alma que servem para satisfação ao eu interior, o eu eterno.
Mas, mudanças geram medos... nos habituamos a viver dentro de alguns conceitos e padrões existentes e quando percebemos nossa interdependência afetiva, o livre-pensar, temos vontade de recuar caindo novamente na mesmice, preenchendo espaços e não vazios. Não consideramos maduro deixar-nos conduzir pela sutileza da criança interior que existe dentro de nós, sufocada, querendo novamente se encantar com a vida e viver...
Adiamos sonhos, esquecemos que não se chega nunca à felicidade, pois felicidade não é um lugar, mas um estado de realização; e mais duradoura será a felicidade quanto mais duradoura for a conquista espiritual. São as coisas da alma que servem para dar satisfações ao nosso interior. É possível mudar nossas vidas e a atitude dos que nos cercam, simplesmente mudando a nós mesmos. Seja você mesmo... mas nunca o mesmo".
Psicanalista Clínico e Interdimensional.
Atendimento online/MSN: visite o site do autor
Texto revisado por Cris
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |