Um espaço para o amor
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Autor Maria Silvia Orlovas
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/3/2006 12:12:42 PM
Acho que o amor é o nosso maior desejo, maior sonho e também o maior desafio, justamente pelo valor que damos a esse sentimento que inclui aceitação, felicidade, realização e prazer.
Se pensarmos bem, na verdade, amar não é um desafio e acontece até com muita facilidade; o complicado é o retorno do amor, é receber do outro aquilo que sonhamos, é nos sentirmos aceitos e embalados no colo de quem escolhemos.
Os mestres de luz ensinam que o amor liberta, que temos que perdoar aqueles que nos decepcionaram e que devemos, sim, amar sobre todas as coisas, vencendo todos os desafios. Mas isso não é nada fácil quando, como seres humanos dependentes da opinião e dos sentimentos do próximo, colocamos no amor todos os nossos sonhos e expectativas de que tudo dê certo. Acho que você vai concordar que superar todos os possíveis desencontros não é nada fácil.
Aprendi há muitos anos com esses Seres de luz que existe uma grande lei universal que é a lei da atração dos semelhantes e que essa é uma entre as maiores forças que regem o cosmo. O que significa que atrairemos para nós alguém que esteja na nossa sintonia. Assim, se estamos tristes ou depressivos, naturalmente atrairemos alguém que está enfrentando este mesmo desafio. Consequentemente, daí nascem os desencontros, já que sofrimento atrairá mais sofrimento...
Vejo que por mais que desejemos amar e que nosso coração esteja com as portas abertas esperando por alguém, quando esse alguém se aproxima sentimos um arrepio na espinha carregado de desejo e de medo. “Por que temer se o amor liberta?”, perguntam os mestres. Posso só imaginar que se tememos ainda não amamos totalmente. Sentimo-nos atraídos pelas semelhanças e por nossos compromissos kármicos. E se acreditamos em Vidas Passadas vamos perceber que algo dentro de nós reconheceu esta alma que já viveu conosco.
Jane chegou até mim chorosa por conta do fim de um relacionamento. Na verdade, um casamento de dez anos que estava sendo empurrado pelos dois quando ela se sentiu atraída por outra pessoa. Sua tristeza foi pensar em terminar tudo e fazer o seu parceiro sofrer. Ela queria a oportunidade de viver o novo, já que sua relação estava morna, porém tinha medo de se entregar a esse novo encontro.
Expliquei que as pessoas chegam até nós porque encontram uma brecha naquilo que existe. Caso contrário, notamos quem está por perto e podemos até achar interessante a energia da pessoa, mas não nos envolvemos. Expliquei também que temos muitos encontros e desencontros nesta vida. Alguns vêm para permanecer um tempo longo, enquanto outros apenas para trazer uma aragem fresca e nos mostrar que ainda estamos “vivos”.
Quando começamos a sessão de Vidas Passadas, Jane falou que não iria conseguir relaxar porque estava tensa demais com a situação e muito preocupada com o que diria ao seu marido. Ela, na verdade, estava sem saber ao certo o que fazer, já que ainda gostava do marido, mas como me disse: “O outro mexeu muito comigo”...
Expliquei-lhe que um trabalho como o que iria acontecer não definiria o seu caminho de vida, porque as escolhas de como e o quê fazer são da pessoa e não dos mentores espirituais que conduzem uma sessão de vidas passadas. O que faríamos iria, sim, apontar uma direção, mas o trajeto de vida e como caminhar dependeria dela.
Logo apareceu uma vida em que ela foi uma nobre muito linda com longos cabelos ruivos e olhos muito azuis. Ela era, então, casada com um homem mais velho que a cercava de todos os mimos. O senhor era muito apaixonado por essa jovem que justamente por ser muito nova era inconseqüente como somente a juventude justifica. Ela, encantada com as oportunidades de glamour e sonho que sua beleza e riqueza proporcionavam, não sabia muito bem o que significavam os mimos que recebera toda a sua vida.
Quando conheceu um rapaz deixou-se levar pela paixão. Traiu seu então marido que desesperado a trancou numa ala do seu palacete e tornou-se irascível. Ela também foi tomada pela raiva e se esqueceu de tudo o que tinha recebido e vivido com aquele homem que até bem pouco tempo satisfazia todos os seus desejos.
Quando terminamos a sessão Jane me perguntou: “Mas quem eu amei de verdade?” Respondi que talvez os dois, mas podia ser também que não amara nenhum. Conversamos muito sobre o significado do amor. Falei para ela que a paixão é uma vibração maravilhosa porque penetra por nossos chakras inferiores e nos conecta com a Terra. Na verdade, quando nos apaixonamos, o impulso que recebemos fomenta o desejo sexual que incrementa nosso amor próprio e nos sentimos mais belos, mais vivos. Isso não vem exatamente do outro, mas de nós mesmos que ficamos entusiasmados com a vida.
Claro que quando acontece o encontro sexual, no auge da paixão, mesmo existindo algum descompasso por não conhecermos mais profundamente a outra pessoa, é sempre maravilhoso. Esta maravilha vem do despertar da energia vital que podia estar adormecida em nós, a kundalini, que os hindus aprenderam há séculos como ativar pela meditação; energia que nós ocidentais saboreamos em gotas apenas quando estamos no frenesi da paixão...
Isso explica, inclusive, porque algumas pessoas não conseguem sequer sustentar um amor após algum tempo de convivência. Isso ocorre em função da energia se assentar novamente depois desse estímulo inicial; tudo volta à normalidade e a paixão termina podendo dar ou não um espaço para nascer o amor.
Trocando olhares de entendimento, na tentativa de alinhar as expectativas da minha cliente, falamos muito sobre amor e paixão; ela saiu da sessão mais animada, no entanto, continuar casada ou dar espaço para esta outra pessoa, ainda estava indefinido dentro dela.
Concordamos; ela estava reencontrando antigos amores e estas pessoas tinham um significado especial em sua vida; no entanto, o cenário agora mudou e ela me confidenciou que queria tanto ser protegida e mimada como havia sido em vidas passadas, mas hoje tinha de trabalhar para pagar as suas contas. Expliquei que isso era muito importante por ser o seu caminho de libertação e independência, e que esse ponto, que sempre foi um motivo de divergência entre ela e o marido, era na verdade uma chave libertadora. Aquela menina mimada que ainda não conhecia a vida como ela é, estava sendo convidada a conhecer sua força. Sugeri que ela deixasse a onda energética passar e ver o que sobraria em seu coração para depois seguir seu rumo, pois paixão é paixão e amor é amor...
É preciso deixar a paixão passar e dar um espaço para o amor.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 557
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Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores. Me acompanhe no Twitter e Visite meu blog E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |