Um estudo sobre a Obsessão
Atualizado dia 15/03/2007 16:15:01 em Autoconhecimentopor Wilson Francisco
Na prática, eu me recordo com carinho e gratidão de duas atividades. Uma quando participei do grupo de apoio aos internos da Penitenciária do Estado, dirigido na época pelo Gilberto Aielo. Foi uma experiência ímpar, pois realizávamos as sessões dentro da maior cadeia do Brasil. A outra, muito inusitada, se deu na cidade de Passos, em Minas Gerais. O dirigente era o Walter Venâncio, que militou muitos anos no Centro Espírita Dr. Alfredo. Realizávamos o trabalho de assistência espiritual para os hansenianos naquela cidade e nenhum Centro Espírita nos acolheu no início da tarefa. Então, tomamos a decisão de realizar as sessões na beira da estrada, debaixo das frondosas árvores daquela bela cidade mineira.
Vamos então ao nosso tema. O livro de pesquisa em que me baseio é Grilhões Partidos, autor: Manoel Philomeno Miranda - Espírito, tendo como médium Divaldo P. Franco.
Philomeno informa que no processo obsessivo há uma ação persistente do obsessor, o que resulta no anestesiamento dos centros de discernimento do obsediado. E este acaba se imantando ao agressor através da sintonia psíquica, pois quase sempre conserva no íntimo as matrizes de culpa que constituem verdadeiros plugs que possibilitam a sincronização perfeita.
A respeito destas matrizes é interessante assinalar, conforme nos orienta o autor do livro, o seguinte: “Quando o Espírito é encaminhado à reencarnação, traz, em forma de matrizes vigorosas no perispírito, o de que necessita para a evolução. Se dirige seus passos para o Bem, desarticula os condicionamentos e restabelece a harmonia nos centros psicossomáticos, que passam a gerar novas vibrações, que se fixam no corpo físico”. Neste caso, a criatura está realizando um alinhamento, uma limpeza interna e saindo do processo de expiação. Há que se destacar sempre que “O esforço de renovação interior recompõe as paisagens celulares”. E este recurso é inerente, pertence, a todo Espírito, pois fomos criados à imagem e semelhança de Deus e podemos fazer tudo que Jesus realizou e muito mais, disse o mestre da Galiléia.
Há casos em que a pessoa não consegue esta conquista e permanece com idéias fixas de remorso, de culpa ou de medo. Ou então “os recursos energéticos trazidos para a reencarnação não foram renovados ou foram gastos em exageros. Explodem as reservas, predispondo a criatura a doenças, crises e desequilíbrios”.
Além de não se transformar, a criatura ainda oferece a seus adversários, ou seres dedicados ao Mal, a possibilidade de atuarem em seu Universo psíquico, dominando-lhe a vontade e fazendo-a sofrer.
Há processos obsessivos em que a ação é tão intensa e longa que produz dilacerações nos tecidos sutis do perispírito, o que vai requerer do grupo de apoio ações mais amplas, como sonoterapia, realizada nas sessões - quando o obsessor se comunicar -, para deter a potencialidade da ação ou regressão de memória, a fim de convocar o algoz a repensar sua atitude, revendo situações suas próprias e do obsedado, o que pode despertar nele senso de justiça, responsabilidade ou solidariedade.
O auxílio prestado por médiuns e dirigentes espíritas para a solução de problemas obsessivos, tem muito a ver com a qualidade que cada um manifesta em seu íntimo.
A nobreza e a coragem de uma enfermeira, que auxiliava no tratamento de um obsedado, foram essenciais para que os maus fluidos que obliteravam o discernimento do diretor de uma clínica pudessem ser desenovelados, ajudando-o a se livrar de um domínio que provocaria nele uma decisão que iria prejudicar o doente.
Bezerra de Menezes - um Espírito de Luz -, foi visto assim ao coordenar uma ação espiritual em favor de um obsedado: “Seu tórax se transforma num Sol e são liberadas energias que produziam ‘choques’ nos Espíritos levianos, ‘despertando-os’ e ‘expulsando-os’ do recinto e modificando a paisagem fluídica”.
A recomendação do Evangelho segundo o Espiritismo para a criatura que se livra de um processo obsessivo é: “Mediante o bom procedimento, tira-se todo pretexto de represália”.
Ao grupo de apoio resta continuar a tarefa, pois deverá persistir atuando junto do Espírito agente do processo e da criatura atingida. Diz Allan Kardec no Livro dos Médiuns, “é uma conversão a empreender”... E o êxito se dará a partir de um trabalho de paciência, compaixão e energia, sinalizando caminhos e sugerindo decisões a estas criaturas.
Porque ambas estão prontas para se redimir.
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 220
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