UMBANDA, A RELIGIÃO NATURAL - 4
Autor Orlando josé ravaglio
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/4/2006 10:10:33 PM
OS PRINCÍPIOS DO CULTO
A Umbanda é uma religião natural que segue os ensinamentos seculares da tradição religiosa da humanidade, os quais nos foram deixados pelos grandes mestres iniciados com lição de amor e fraternidade, sendo cósmica em seus conceitos e transcendental em seus fundamentos.
Umbanda é, antes de tudo, ciência espiritual. Sua bandeira branca é símbolo da paz, amor, união fraternal. É herança cultural dos povos passados, nossos antepassados, que nos legaram, pelos seus fundamentos, a força vivificante e disciplinada na observação dos preceitos originais do sabeismo transcendental.
Em essência, os conceitos básicos da lei de UMBANDA fundamentam-se no seguinte:
1) Na existência de um DEUS único, onipotente, eterno e incriado, potência geradora de todo universo material e espiritual e adorado sob vários nomes.
2) Na crença de entidades espirituais em plano superior de evolução que são os ORIXÁS, ANJOS e SANTOS, chefiando falanges e que formam a hierarquia espiritual.
3) Na crença de guias espirituais mensageiros dos orixás, anjos e santos, ainda em evolução e que se acham em planos médios acima do físico.
4) Na existência da alma como essência das essências que anima o espírito que é a forma sutil da energia e que sobrevive à matéria a caminho da evolução, buscando o aperfeiçoamento.
5) Na crença da reencarnação e da lei cármica de causa e efeito.
6) Na prática da mediunidade sob as mais variadas formas, como maneira de aliviar o carma pelo exercício da caridade pura.
7) Em que o ser humano vive num campo de vibrações que condiciona a sua vida tanto para o bem como para o mal, conforme a lei do livre-arbítrio e o ambiente que o cerca
8) No conceito de que o ser humano é a síntese do universo.
9) Na vida inteligente vivendo em todo o cosmos.
10) No direito de liberdade de todos os viventes.
Existem várias maneiras de adoração a DEUS e muitos são os nomes consagrados ao Ser Supremo, mas o grande significado é o DEUS único, origem e causa de tudo o que existe e que é considerado espiritual. É a esse Ser Supremo que a UMBANDA rende seu culto total, invocando sob o nome de ZAMBI (aquele que vem depois da Potência Total). O umbandista vibra nas coisas que representam uma parcela do espírito, pois vê na natureza o poder de DEUS que está acima e a tudo preside. E todos os seus rituais executados são de exaltação à natureza da qual retira os subsídios necessários à cura, seja de ordem material ou espiritual.
Para o homem religioso a natureza nunca é exclusivamente natural: está sempre carregada de um valor sobrenatural, considerando que o cosmos é uma criação Divina. Assim, o ser divino manifestou as diferentes modalidades do sagrado na própria estrutura do mundo e dos fenômenos cósmicos. Os valores místicos da natureza serviam de elo de ligação entre os seres humanos e os seres espirituais. Portanto, para entrar em contato com estes espíritos o ser humano usava, em seus rituais, os próprios valores da natureza, da mesma forma que hoje é feito nos rituais de Umbanda.
Durante todos os períodos da existência humana o mesmo fenômeno ritualístico se repetia e ficava registrado nos livros sagrados. Por isso pode-se identificar os ressurgimentos da UMBANDA em todas as épocas, desde a criação do universo até nossos dias. Citamos exemplos:
1) A primeira fase considerada é de ADÃO a NOÉ, quando pode-se observar as oferendas de ABEL e CAIM para entrarem em contato com o Espírito Divino. Abel oferecia, em holocausto, as melhores ovelhas de seu rebanho, inclusive a gordura; Caim oferece os frutos da terra que tirava de sua lavoura; Noé, após o dilúvio, oferece rezes e aves ao Senhor.
2) A Segunda fase considerada é de Noé a Abraão, quando Abraão fazia oferendas ao Espírito Criador todas as vezes que desejava entrar em contato com Ele. Entre as tantas vezes realizadas tem aquela oferenda, feita a pedido do Senhor, para que Abraão pudesse conhecer os segredos que o levariam a gerar um filho que daria seguimento à sua raça através dos tempos. Esta oferenda constava basicamente de uma vaca, um carneiro, uma cabra, uma rola e uma pomba oferecidos em holocausto.
3) A terceira fase considerada é de Abraão a Moisés. Foi um período de muitas lutas pelo poder e pela sobrevivência. Na época de Moisés era muito grande a falta de alimentos ocasionada pela seca da região. A sobrevivência dependia, portanto, de muito conhecimento, principalmente os referentes ao manuseio das forças da natureza, pois nesta fase muitas foram as manifestações fenomênicas da natureza em benefício do ser humano, invocadas que eram pela elite sacerdotal. Observando que os conhecimentos sagrados estavam causando uma verdadeira luta pelo poder temporal, Moisés resolveu codificar tais conhecimentos a fim de preservá-los em sua finalidade sagrada através dos tempos e tornados conhecidos unicamente pela tradição iniciática dos sacerdotes. A RELIGIÃO NATURAL ficou, então, transformada em hermética, sendo transmitida por tradição iniciática.
4) A Quarta fase considerada é de Moisés até Jesus Cristo. Com a morte de Moisés o ser humano foi passando por uma transformação muito grande em direção ao materialismo e o que restava da sabedoria natural estava guardado por sacerdotes que só transmitiam aos iniciados. Com a vinda de Jesus Cristo, iniciado pelos grandes mestres do Egito, começa uma explosão de forças de volta à grande sabedoria da natureza, pois Cristo pregava a todos os que o ouviam as leis codificadas por Moisés. Entre parábolas e sermões que continham todos os fundamentos da Grande Lei, Jesus consegue parar a grande explosão material, fazendo com que a RELIGIÃO NATURAL tornasse a ser invocada pelas pessoas e o nome de DEUS voltasse novamente a ser ouvido. Os milagres feitos por Jesus demonstravam o grande poder e conhecimento que ele tinha sobre as leis da natureza.
5) A Quinta fase considerada é de Jesus Cristo até nossos dias. Nesta fase a força da RELIGIÃO NATURAL começa a dominar o mundo manuseado que era por imperadores e reis; tão forte que era o poder da RELIGIÃO NATURAL que cada monarca queria exercer seu próprio poder sobre os comandantes das igrejas. Estes monarcas não eram iniciados e por esse motivo não conheciam os segredos transmitidos pela iniciação que, em virtude da intromissão real voltaram a ser guardados pelos mestres. Alguns médiuns que se atreveram a praticar o pouco que conheciam através de sua mediunidade foram acusados, perseguidos impetuosamente chamados de bruxos ou confundidos com um deles. Devido a essa tenaz perseguição, homens como Leonardo da Vinci, Nostradamus e tantos outros sábios tinham que manter o segredo de seus conhecimentos que haviam recebido de seus mestres. Mas o mundo desencadeia novas descobertas de terras além dos continentes conhecidos e neste mundo novo começa o ressurgimento da Grande Lei, numa antropologia de raças e miscigenação de credos.
A Umbanda foi e continuará sendo co-eterna com o Espírito de DEUS e sempre ressurgirá toda vez que a humanidade perder o elo de ligação entre o ser humano e o Ser Divino. Umbanda é ciência. É o conhecimento da lei antiga, a harmonia da natureza e a base do seu fundamento; o reencontro com DEUS é o seu hino de amor.
Texto revisado por Cris
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